14ª Parada Gay de São Paulo pede voto a políticos defensores da comunidade LGBTT
07/06/2010
A abertura da 14ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo ocorreu às 14h30. “Temos que votar em políticos que saíram do armário e que são comprometidos com as nossas demandas”, defendeu o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis.
Durante o discurso, Toni lembrou que duas necessidades urgentes da população gay são o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia. A abertura foi apresentada pela drag queen Silvetty Montilla e contou com a participação de outros ativistas e representes do governo Estadual e Federal.
Público
O público que compareceu à Av. Paulista foi bastante eclético. Além da comunidade LGBT (formada por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros) pessoas de outras orientações sexuais e identidade de gênero estiveram presentes.
É o caso de Rosimeire dos Santos, que veio à Parada com mais cinco parentes, além do marido e da filha de 15 anos de idade. “Minha filha já tem idade suficiente para saber o que é homossexualidade”, contou Rosimeire.
Também teve gente que veio de longe, como a “diva” (assim ela se intitulou) Safira Bengell, do Piauí. Carregando um banner com os dizeres “Menos políticos, mais políticas públicas”, ela deixou um recado: “O cidadão precisa ter consciência política, independente de ser gay ou não”, disse. Safira é ativista das causas LGBT há 33 anos e há dois coordena a entidade Grupo Anjos, em Teresina.
Depois da Av. Paulista a passeata seguiu pela rua da Consolação em sentido ao Centro da cidade.
Camarote Solidário
Enquanto um dos trios elétricos mais animados da Parada Gay de São Paulo passava pelo Av. Paulista na esquina com a Rua Augusta, a vice-prefeita, Alda Marco Antônio, observava atenta do Camarote Solidário. “Daqui de cima posso ver que a cidade de São Paulo adotou essa manifestação e por isso se torna uma cidade mais humanizada e civilizada”, comentou.
Pelo segundo ano seguido, a também secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, prestigiou o Camarote Solidário, iniciativa da Agência de Notícias da Aids que tem por objetivo arrecadar alimentos para organizações de assistência a pessoas vivendo com HIV. “Acho essa ideia sensacional”, disse Alda.
A coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, Maria Cristina Abbate, disse que o camarote é uma iniciativa nobre. “Não só pela ótima vista, mas pela quantidade de alimentos que são arrecadados. Essas doações são a garantia de alimentação em algumas casas de apoio”, justificou.
Rodrigo Pinheiro, Presidente do Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo, falou que o camarote “é uma das poucas oportunidades em que através de uma festa amigos da luta nacional contra aids e pelos direitos humanos combinam novos projetos”.
Beto Volpe, do Grupo Hipupiara de São Vicente (litoral de São Paulo), vestiu-se com um uniforme de policial em couro preto. “Estou muito feliz pela Parada ter trazido de volta a questão política, como os carros em preto e branco em protesto à homofobia”, comentou. “Mas temos um jeito festivo de protestar”, acrescentou.
Para ele, o camarote e ajuda dar visibilidade à Parada Gay, pois estimula a presença de vários jornalistas, gestores públicos e personalidades.
A repórter da TV Globo, Zelda Melo, participou do camarote pela segunda vez. Segundo ela, o local é um ponto-chave para a cobertura jornalística da Parada. “Aqui eu sempre encontro os personagens e as pessoas que faltam para a minha matéria”, disse. “Além de ser um ótimo lugar para filmarmos a manifestação”, acrescentou.
Organizações apoiadas pelo camarote
Américo Nunes Neto, do Instituto Vida Nova, e Áurea Abbade, do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (GAPA) de São Paulo também estiveram entre os convidados. Os dois trabalham para organizações que receberam no ano passado, cada uma, 700 kg de alimentos do Camarote Solidário.
“Distribuímos entre aqueles usuários mais necessitados”, disse Américo.
Segundo Áurea, 50 pessoas se beneficiaram dos alimentos durante quase três meses.
No Vida Nova, ONG que atua na Zona Leste de São Paulo, os alimentos foram doados durante um mês para 40 famílias.
O evento recebeu ainda, entre outras pessoas, a vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antônio; o Diretor Adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa; Gil Casimiro, da Unidade de Articulação da Sociedade Civil e Direitos Humanos também do Departamento de Aids; as Coordenadoras de DST/Aids do Município e do Estado de São Paulo, Maria Cristina Abatte e Maria Clara Gianna; e José Carlos Veloso e Fátima Baião, do GAPA-SP.
Colaboração Clipping Bem Fam(07/06/010)
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