No marco do Projeto Vozes Positivas, realizado em parceria pelo Capitulo Brasileiro da ICW Latina – Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV/Aids ICW Brasil e a BEMFAM – Bem-Estar Familiar do Brasil, financiado pela Coalizão Internacional de Ativistas em Tratamento – CIAT, foram realizadas oficinas de Incidência Política para o Enfrentamento do HIV, da Aids e da Tuberculose para mulheres vivendo com HIV, nos dias 17 de dezembro de 2010, 10 de fevereiro e 15 de março de 2011, no Rio de Janeiro. As oficinas tiveram o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de mulheres vivendo com HIV, a luta pelos seus direitos em nível municipal, estadual e federal e ampliar o acesso a informação no combate a coinfecção do HIV, Aids e Tuberculose.
Considerando os temas discutidos nas oficinas, fazemos um chamado aos distintos atores políticos e econômicos a que assumam sua responsabilidade histórica, colaborando decididamente nesta tarefa de todos os dias de frear a pandemia de HIV e Aids e a coinfecção com a tuberculose para um mundo onde haja mais paz e menos aids e para isto expressamos nosso posicionamento com respeito aos seguintes aspectos:
- Ampliar acesso e divulgação de serviços de diagnóstico e tratamento de TB e HIV/AIDS e Hepatites Virais, incluindo exames complementares, principalmente para jovens e populações vulneráveis.
- Sensibilização de profissionais e acadêmicos da área de saúde para a prática do Programa de Humanização no atendimento ao público com HIV/Aids e coinfecção TB/hepatites virais/DST.
- Incorporar os temas tuberculose e hepatites virais no Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) e ampliação da implementação do Programa para todas as escolas da rede pública.
- Sensibilizar escolas privadas para a elaboração e implementação de programas de saúde e prevenção.
- Aumentar a disponibilidade de insumos para a prevenção, em especial preservativos femininos e gel lubrificante, bem como desburocratizar sua distribuição.
- Aumentar disponibilidade de preservativo masculino para necessidades específicas - como tamanho diferenciado, sem látex na composição, antialérgicos - na rede pública de saúde.
- Aumentar a disponibilidade de material educativo nas unidades básicas de saúde e ONGs que atuam na área de prevenção as DST/HIV/AIDS, com informações praticas sobre o uso de preservativos, em especial o feminino, incluindo modelos pélvicos para demonstração do uso do preservativo feminino.
- Adequar a linguagem das campanhas e materiais educativo-informativos para contemplar as necessidades especiais das mulheres com HIV.
- Nas campanhas de amamentação, incluir mensagem e orientações para quem não pode amamentar, bem como acompanhamento integral dessas mulheres, respeitando suas especificidades.
- Disponibilizar o teste rápido para o HIV em todos os CTAs e reduzir o prazo de entrega do resultado do exame confirmatório feito na rede pública.
- Exigir o respeito ao sigilo na entrega do resultado de exames na rede publica e privada, com aconselhamento adequado pré e pós-teste.
- Adequar protocolos de pesquisa científica e estatística à realidade das mulheres vivendo com HIV.
- Adequar o protocolo de atendimento pré-natal a necessidades específicas, considerando que mulheres com HIV/Aids e/ou Hepatite C não podem amamentar.
- Investir em pesquisa para preparar o leite de mulheres com HIV para permitir a amamentação direta.
- Disseminar informação sobre a possibilidade de pasteurização do leite materno e ampliação das unidades que realizam o processo de pasteurização.
- Ampliar o apoio e suporte ao trabalho da sociedade civil como complementar junto à população com dificuldade de acesso aos serviços públicos.
- Aparelhar unidades básicas de saúde e hospitais com Raio-X e outras formas de diagnostico da Tuberculose.
- Divulgar formas de denúncia da discriminação, preconceito, assedio moral e violência contra mulheres vivendo com HIV/Aids/TB.
- Aumentar número de leitos em hospitais para o atendimento de pacientes com HIV/Aids/TB.
- Construir e/ou reativar hospitais de referência de infectologia municipal, estadual e/ou federal.
- Elaborar e implementar projeto de qualificação e atualização para inserção e reinserção no mercado de trabalho para pessoas com HIV/Aids.
- Qualificar e inserir no mercado de trabalho de jovens com HIV/Aids vivendo em casas de apoio e abrigos.
- Reativar o Conselho Empresarial Estadual de DST e AIDS no Local de Trabalho pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro e sensibilizar para a criação de conselhos semelhantes nos estados que não possuem.
- Sensibilizar os profissionais de saúde para orientar as usuárias sobre prevenção das DST/HIV/Aids/Hepatites Virais, no momento de exames ginecológicos e obstétricos, respeitando sua privacidade e integridade do atendimento, de acordo com o código de ética profissional.
- Ampliar os serviços de reprodução assistida para mulheres com HIV/Aids, contemplando serviços de media e alta complexidade.
- Revisar a publicação “Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva das Mulheres Adultas, Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e Aids” e ampla distribuição para a Sociedade Civil.
- Ampliar a informação sobre profilaxia para a prevenção da infecção pelo HIV pós-exposição sexual para mulheres vítimas de violência.
- Ampliar a informação sobre profilaxia para tuberculose e adesão ao tratamento.
- Implementar e monitorar o “Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e outras DST” nos municípios do estado do Rio de Janeiro.
- Realizar de salas de conversa e reuniões informais de orientação para pessoas vivendo e convivendo com HIV/Aids nas unidades de saúde e organizações da sociedade civil.
- Respeitar os direitos humanos fundamentais das mulheres vivendo com HIV/Aids.
Portanto, ressaltamos a importância de que as entidades, governos, embaixadores e demais atores sociais prestem seu apoio político e financeiro, para trabalhar a partir de um melhor posicionamento contra a pandemia de HIV, Aids e a coinfecção com a tuberculose, colocando-nos a disposição para sensibilizar os setores públicos e privados sobre a necessidade de seu envolvimento.
Agradecemos, também, às Agências e financiadores que tem assumido uma posição de acordo com as necessidades sócio-econômicas atuais, seu compromisso e confiança.
Rio de Janeiro, 15 de março de 2011.
Esta carta estará aberta para adesão no período de 15 de março a 15 de maio de 2011.
- Juçara Portugal Santiago - CPF
- ICW BRASIL – Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV AIDS –
- Damiana Cristina Adão – 0
- Cleide Jane Figueiró de Araújo –
- Rose Cristina Ribeiro Paulino
- Regina Célia de Oliveira Bueno
- Rene Teixeira – GPV RJ
- Jaci Carioca Sampaio –
- Marcelle Cristiane Esteves –
- Ney Francisco Pinto Costa – CPF
- BEMFAM - Bem-Estar Familiar no Brasil – CNPJ
- Helena Leila Carrero Wengorski – CPF 0
- Gabrielle Guimarães da Silva – CFP
- Graciana Martins dos Santos – CPF 0
- Luiz Ricardo Maggi – CPF 6
- Sergio Souza Costa – CPF
- Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero – CNPJ
- LACCASO – Conselho Latino Americano e do Caribe de Organizações Não Governamentais com Serviços em HV AIDS – CNPJ 1
- Aurea Celeste da Silva Abbade –
- Nilo Geronimo Borgna –
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