Descrição: Os artigos apresentados são frutos de dois editais públicos de Chamada de Pesquisas lançados pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Os resultados das pesquisas selecionadas, com diversas abordagens e enfoques, apontam para o fato de que se, por um lado, houve um avanço significativo, reconhecido internacionalmente, no enfrentamento da epidemia de HIV e aids em nosso país; de outro, ainda se observa a persistência das condições de vulnerabilidade e de exposição à epidemia do HIV/aids entre negros e pardos.
- As desigualdades econômicas do Brasil influenciam no aumento da incidência de casos na população de menor nível socieconômico (link do SciELO).
- O conhecimento incipiente sobre HIV/aids, aliado à prática sexual insegura, coloca mulheres de baixa escolaridade, menor renda e residentes no Nordeste em situação de maior vulnerabilidade às DST/aids (link do SciELO).
- O uso consistente do preservativo é mais frequente em parcerias eventuais. O baixo uso do preservativo em mulheres nas relações estáveis foi atribuído à negativa do parceiro (link do SciELO).
- O conhecimento sobre aids é maior que sobre DST (link do SciELO) e está diretamente relacionado ao uso do preservativo.
- As mulheres brancas são aquelas com maior probabilidade de terem: escolaridade mais elevada e plano de saúde, além de parceiro estável no ano anterior à pesquisa e maior poder na relação sexual (link do SciELO).
- As negras são aquelas com maior probabilidade de terem baixa escolaridade, não possuírem plano de saúde, além de se sentirem com menos poder de negociação diante do parceiro sexual (link do SciELO).
- O nível sociocultural desfavorável associou-se aos afrodescendentes jovens, enquanto o nível médio associou-se aos brancos da mesma idade (link do SciELO).
- Os jovens afrodescendentes iniciam-se sexualmente mais cedo e têm mais relações amorosas esporádicas que os jovens brancos. Porém os adolescentes brancos mantêm mais relações sexuais. Além disso, os adolescentes brancos usam menos preservativo em contexto de múltiplos parceiros e em relacionamento de namoro do que os afrodescendentes (link do SciELO).
- Jovens mulheres moradoras de 10 diferentes comunidades do Rio de Janeiro foram entrevistadas. Dessas, 74% eram negras, 39% eram sexualmente ativas e 24,4% eram portadoras de DST (link do SciELO).
- Nas favelas cariocas, evidenciou-se que a discriminação racial sofrida é cotidiana e contribui para a construção de autoimagem negativa que aliada à pobreza, violência de gênero e dificuldade de acesso aos serviços de saúde ampliam a vulnerabilidade às DST/aids (link do SciELO).
- A dificuldade de adesão ao uso de preservativo pelas mulheres relaciona-se a questões de gênero e de "proteções imaginárias", principalmente na concepção de que relações de confiança protegem diante da possibilidade de infecção pelo HIV (link do SciELO).
- Muitas mulheres atribuem a responsabilidade pela aquisição e utilização do preservativo ao homem e acreditam que as mulheres devem se preocupar com a contracepção (link do SciELO).
- Não foi observada associação da ancestralidade genômica com a vulnerabilidade, mas sim das condições socioeconômicas à vulnerabilidade ao HIV/aids da população afrodescendente (link do SciELO).
- Em relação ao acesso ao diagnóstico do HIV entre a população negra, a maioria dos entrevistados não relatou dificuldades para o acesso ao teste anti-HIV no município do Rio de Janeiro (link do SciELO).
- Ações conjuntas entre os serviços de saúde e o movimento social possibilitam maiores condições de fortalecimento de uma política de enfrentamento das DST/aids entre as negras e os negros brasileiros (link do SciELO).
- Os resultados apontam para a persistência e mesmo o agravamento, em algumas localidades e regiões, das condições de vulnerabilidade e de exposição à epidemia do HIV/aids, na população autorreferida como negra e parda.
- A interpretação deve ser feita com o necessário cuidado, levando em conta que a epidemia da aids no Brasil é considerada concentrada e homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo continuam apresentando vulnerabilidade maior à infecção pelo HIV do que a população geral.
- Outros fatores também devem ser considerados: a tendência à pauperização e interiorização da epidemia, além do aumento da incidência nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, onde há maior concentração da população negra e parda.
Face: Associação AGLT
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