A Assembleia Legislativa (AL) do Paraná promoveu nesta terça-feira (19), em Curitiba, uma audiência pública sobre o “Kit Anti-Homofobia” do Projeto Escola Sem Homofobia do Ministério da Educação. A audiência pública foi proposta pelo deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC), com o apoio da bancada evangélica da AL.
Segundo o deputado Paranhos, o objetivo da audiência pública foi debater a intenção do Ministério da Educação em distribuir o kit. De acordo com o deputado, dois vídeos do kit já vazaram e estão circulando na internet. “Nós queremos impedir a distribuição do kit nas escolas do Brasil”, afirmou Paranhos. Ele disse que o kit “é um equívoco porque faz apologia ao homossexualismo”. Um dos vídeos foi apresentado durante a audiência pública.
“O kit acaba fazendo discriminação. O filme conta a história de um menino que queria ser jogador de futebol, mas com o tempo descobre que tem tendência ao homossexualismo. Um dia ele chega à escola com as unhas pintadas e sofre discriminação. O grave disso é que segundo o filme ele abandona o sonho de ser jogador. Por que tem que abandonar um sonho para ser homossexual?”, questiona o deputado. “Eles quiseram passar que não combina ser homossexual e jogador de futebol e isso é discriminação”, complementa.
Paranhos afirma que o kit deveria ser um material geral sobre a discriminação contra negros, homossexuais e outras minorias. “Queremos mostrar que os gays também sofrem discriminação nessa campanha”, afirmou o deputado.
Segundo o secretário da Região Sul da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Márcio Marins, o kit do Projeto Escola Sem Homofobia ainda não foi finalizado e está sendo analisado pelo Comitê Editorial do Ministério da Educação.
Para Marins, o material é extremamente necessário, pois é grande a violência e discriminação contra ABGLTs dentro das instituições públicas de ensino. “O conteúdo não faz apologia à homossexualidade. Ele orienta que deve ser respeitado qualquer tipo de orientação sexual e identidade de gênero. Existem muitas inverdades sobre o material. Há um pré-julgamento de pessoas que nem conhecem a cartilha”, afirma Marins.
Sobre o filme do kit que já está circulando na internet, Marins explica que são pré-produções que ainda estão sendo avaliadas pelo Ministério da Educação. “Não é um material definitivo que seja imoral ou reprovável”, disse o secretário da ABGLT. Marins observou que na mesa composta para a audiência pública desta terça-feira “havia deputados e vereadora, mas não tinha ninguém que defendesse o kit”. O deputado Paranhos disse que o Ministério da Educação foi convidado oficialmente para participar, mas não compareceu à audiência pública.
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