No caso dos Governos, podemos usar como exemplo o Estado onde resido, o Estado do Rio de Janeiro, que ocupa, no plano nacional, a terceira posição em casos de aids notificados, entre 2007 e 2010. Além disto, no Brasil ele é o segundo colocado em taxa de incidência de casos de aids por 100.000 habitantes; na região sudeste ocupa, lamentavelmente, o 1º lugar - “medalha de ouro” -. Apesar disto, este estado (sim, com letra minúscula) não repassa os recursos do PAM para as Ongs/Aids, há cinco anos. São mais de R$ 4.000.000,00 (isto mesmo, quatro milhões de reais) de recursos que estão parados, imobilizando e extinguindo o trabalho de prevenção, de promoção da saúde, de defesa dos direitos fundamentais das pessoas vivendo com HIV/AIDS, de apoio psicológico, assessorias jurídicas, grupos de convivência e tantos outros. Devemos lembrar que nós, Ongs/Aids chegamos aonde a falta de vontade política e o braço engessado do Estado não chega.
Para justificar o injustificável, para explicar o inexplicável, o Estado do Rio de Janeiro, através de seus porta-vozes, alegam que financiaram a participação de ativistas em congressos e na publicação de materiais informativos. Uma brincadeira de mau gosto. Estamos falando em salvar vidas, evitar novos casos de aids, fornecer informação de qualidade para a população e dar apoio efetivo as pessoas soropositivas e seus familiares.
Cabe, também, a sociedade, de um modo geral, e aos empresários, de forma particular, parte da responsabilidade sobre este assunto. A aids existe e esta entre nós, não tem cura, não escolhe idade, credo, sexo, classe social, orientação sexual e nem grupo étnico. Os recursos do exterior são bem vindos, mas a luta contra a aids deve ser de toda a sociedade brasileira, e ela deve participar, inclusive, ajudando na manutenção das Ongs/Aids. Por que as grandes empresas se omitem em patrocinar Ongs/Aids,? Uma pergunta sem resposta...
Diante deste quadro, repleto de omissões, falhas, desprezo pela vida humana, inércia e insensibilidade, só resta uma certeza, a extinção das Ongs/Aids em curto prazo e o recrudescimento da epidemia de aids em nosso pais, alcançando milhões de brasileiro.
*Dados Boletim Ministério da Saúde – Ano VII/no 01/2010
George Gouvea é Psicanalista e Presidente do Grupo Pela Vidda/RJ
Contato: george.gouvea@pelavidda.org.br
Parabéns George por suas palavras tão fortes mas com todas as cores da realidade. Essas firmas deviam parar de financiar esses péssimos políticos, e financiar nossas Ongs, aposto que assim teriam muito mais visibilidade e promoção.
Infelismente eles financiam esses Políticos em troca de contratos superfaturados caso esses Péssimos políticos sejam eleitos.
Nilo Geronimo Borgna
Http://ativismocontraaidstb.blogspot.com
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