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18ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, Boston, USA, 27 de Fevereiro - 2 de Março de 2011
Quarta-feira, 9 de Março de 2011
Conteúdos
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VIH e doença cardiovascular
Alguns estudos mostraram que as pessoas infectadas pelo VIH têm um risco aumentado de doenças cardiovasculares tais como ataque cardíaco e enfarte.
Há uma certa incerteza sobre as causas, mas estas podem incluir efeitos secundários de alguns medicamentos anti-retrovirais, factores de risco tradicionais tais como tabagismo, hábitos alimentares, idade e os efeitos inflamatórios da infecção pelo VIH.
No entanto, tem sido difícil desvendar as causas exactas pelas quais estes factores de risco são tão prevalentes em pessoas com VIH.
Assim, investigadores franceses desenharam um estudo cuidadosamente controlado que envolveu doentes seropositivos que estavam a fazer tratamento; doentes que ainda não estavam sob terapêutica e pessoas seronegativas. Estes foram todos agrupados segundo outras características e eram todos não fumadores.
Os investigadores monitorizaram a espessura da artéria carótida. A espessura é um indicador do endurecimento das artérias, um sintoma importante de doença cardiovascular.
O aumento da espessura desta artéria foi fortemente associado a uma maior duração da infecção pelo VIH.
Outro factor de risco foi uma resposta anti-inflamatória deficitária do sistema imunitário.
Uma investigação autónoma feita nos Estados Unidos demonstrou que a infecção pelo VIH aumenta o risco de ataque cardíaco em 40% e o risco de qualquer doença cardiovascular em 20%.
Envolveu quase 250 000 doentes; aproximadamente 10% eram seropositivos para a infecção pelo VIH.
O risco de doença cardiovascular foi aumentado tanto pela idade como pela baixa contagem de células CD4.
Prevenção do VIH: tratamento como prevenção
Três sub-estudos do Partners in Prevention (Parceiros na Prevenção) investigaram os riscos de transmissão em mais de 3 000 casais heterossexuais em que um dos parceiros era seropositivo e o outro seronegativo para a infecção pelo VIH (muitas vezes chamadas relações ‘serodiscordantes’).
Novos resultados mostram que a infecciosidade está relacionada com o nível de carga viral no sangue .
Quanto maior a carga viral de um doente, maior o risco de transmissão.
Para doentes com carga viral abaixo das 1000 cópias/ml, o risco de transmissão por relação sexual foi de 1 para 3537.
Este risco aumentou para 1 em 1220 se a carga viral era de 10 000 cópias/ml e de 1 para 434 quando a carga viral foi de 100 000 cópias/ml.
As conclusões do estudo também procuram alimentar o debate sobre a infecciosidade das pessoas sob tratamento.
Poucas transmissões de VIH tiveram origem em pessoas que tinham carga viral indetectável nos fluidos genitais.
No entanto, não houve transmissões quando um doente tinha carga viral indetectável no sangue.
Prevenção do VIH: PrEP e microbicidas
A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP, em inglês) implica que uma pessoa seronegativa tome um tratamento anti-retroviral para prevenir ser infectado pelo vírus. Um estudo envolvendo homens gays demonstrou que tal pode reduzir a taxa de infecções .
Um modelo construído através de um estudo previu que a expansão do tratamento em África poderia significar menos 700 000 infecções nesse continente até 2022.
Se a PrEP também fosse disponibilizada, então 830 000 novas infecções poderiam ser evitadas e este valor poderia aumentar para 1,25 milhões se o tratamento chegasse a todos os que dele necessitam e houvesse boa adesão.
Investigações independentes mostraram que os microbicidas têm potencial para reduzir em um terço as taxas de infecção.
Outros estudos abordaram o custo-eficácia da PrEP.
Mostraram que o custo-eficácia estava dependente da eficácia do tratamento e das circunstâncias em que era utilizado.
Em relações em que um dos parceiros for seropositivo e o outro seronegativo para a infecção pelo VIH a PrEP pode ser custo-eficaz se o parceiro seropositivo não estiver a fazer tratamento anti-retroviral.
Prevenção da transmissão mãe-filho
O VIH pode ser transmitido da mãe para o bebé através do leite, portanto em muitos países a amamentação é desaconselhada às mulheres seropositivas para a infecção. Contudo, em países de recursos limitados, o leite artificial não é uma alternativa viável à amamentação.
Um estudo de grande dimensão envolveu 1 522 bébés, nascidos de 1 505 mães seropositivas e que estavam a ser amamentados. Nenhuma das mães no estudo estava sob tratamento anti-retroviral e os bebés foram amamentados durante seis meses.
Após seis semanas de tratamento com nevirapina para todas as crianças elas foram randomizadas para fazer um período extra de profilaxia com nevirapina (dose infantil) ou com placebo.
As taxas de transmissão foram significativamente inferiores entre as crianças que receberam nevirapina. As taxas de efeitos secundários foram similares entre os dois braços do estudo.
Outra investigação demonstrou que a profilaxia infantil que consiste em nevirapina, 3TC e AZT resultou em 50% menos transmissões do que apenas a utilização de AZT.
Tratamento de crianças infectadas pelo VIH em contextos de recursos limitados
Um estudo demonstrou que o tratamento com lopinavir/ritonavir tinha algumas vantagens sobre a terapêutica que incluía nevirapina.
O tratamento com lopinavir/ritonavir tinha maior probabilidade de suprimir a carga viral; além disso as taxas de interrupção/descontinuação eram inferiores e houve também um menor número de mortes.
No entanto, a nevirapina foi associada a maiores aumentos na contagem de células CD4 e ao melhor crescimento da criança.
As orientações da OMS provavelmente serão revistas em função destes resultados.
Outro estudo avaliou o melhor modo de utilizar o tratamento em crianças que tinham sido infectadas pelo VIH apesar de terem recebido uma dose única de nevirapina para prevenir a infecção.
Este estudo concluiu que iniciar o tratamento com lopinavir/ritonavir e posteriormente mudar para nevirapina pode ser eficaz se a medição da carga viral for efectuada aos seis e aos doze meses a seguir à modificação de terapêutica – isto identificou todos os casos de falência.
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