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Socializando
07 de janeiro de 2011 | 20h 00
Lígia Formenti, de O Estado de S.Paulo
Embora muito mais elevados do que americanos e de alguns países europeus, os índices brasileiros melhoraram. Uma versão anterior do levantamento indicava que 1 em cada 60 mil bolsas poderiam estar contaminadas pelo HIV. "Precisamos avançar na segurança. Mas não há dúvida de que muito já foi feito", afirma a coordenadora desse trabalho, Ester Sabino, da Fundação Pró-Sangue de São Paulo. De acordo com os números atuais, entre 30 e 60 pessoas por ano podem ser contaminadas por sangue doado.
Na versão anterior da pesquisa, a estimativa era de que entre 50 e 100 indivíduos pudessem se infectar. O coordenador nacional da Política de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, questiona os índices apresentados no estudo. "Eles estão mais para um oráculo. Foram feitos por estatística, não podem ser considerados fato", observou. Para mostrar a segurança do sangue no Brasil, Genovez cita um levantamento feito em 130 mil bolsas de sangue coletadas em hemocentros de Santa Catarina, São Paulo, Rio e Pernambuco: o vírus não foi identificado em nenhuma amostra.
Financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, em inglês), o levantamento coordenado por Ester foi feito a partir da análise de bolsas de sangue coletadas nos hemocentros de São Paulo, Minas e Pernambuco. Durante a apresentação dos resultados, em congresso da Associação Americana de Bancos de Sangue, a autora classificou como "alto" o risco residual para HIV em transfusões de sangue no Brasil. A doação no País, no entanto, é precedida de uma série de cuidados: os candidatos passam por entrevistas para detectar situações de risco de contaminação recente com o vírus. Passada essa fase, o sangue é submetido a testes para identificar a presença do HIV.
O problema está no que médicos chamam de janela imunológica, período no qual a presença do vírus não é descoberta pelo exame. O mesmo problema ocorre com hepatite C, cuja janela imunológica é de 50 dias. Os reflexos dos exames "falso negativos" podem ser constatados nas estatísticas. Dados do Ministério da Saúde mostram que 13,3% dos casos da doença confirmados em 2009 foram causados por transfusão de sangue.
Uma das alternativas para melhorar a segurança é a introdução de rotina do uso de um teste batizado de NAT, que identifica traços do vírus no sangue e não de anticorpos, como os exames tradicionais.
Ester calcula que, com o início do teste, o risco de infecção por HIV passaria de 1 em 100 mil para um em cada 250 mil. "O exame, sozinho, não basta. O resultado não vai a zero, nem chega próximo do que é identificado nos Estados Unidos", diz. Para a professora, é importante reduzir uma prática ainda comum de as pessoas buscarem bancos de sangue para fazer testagem de HIV. "Além do NAT, dependemos de mudanças de comportamento de alguns doadores mais expostos ao HIV para que não façam doações", afirmou.
Até o segundo semestre, País deve oferecer exame mais preciso para HIV
Pelo menos oito plataformas para testes NAT devem garantir mais segurança a transfusões
07 de janeiro de 2011 | 20h 28
Lígia Formenti, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O coordenador da Política de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, afirmou que até o início do segundo semestre estarão em funcionamento pelo menos oito plataformas para realização de exames NAT, para detecção mais eficaz do HIV, em hemocentros do País.
Esses testes, desenvolvidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reduzem de forma significativa a janela imunológica de HIV e Hepatite C e já estão sendo usados, em caráter experimental, em alguns pontos do Brasil, como São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Genovez reconhece que a implantação do projeto está atrasada. "Há exigências legais, burocracia que muitas vezes impede a agilidade necessária", disse. Ele observa, no entanto, que nos últimos anos testes de 4ª geração foram introduzidos no País, o que elevou a uma maior segurança nos diagnósticos.
A pesquisadora da Fundação Pró-Sangue Ester Sabino, responsável pelo levantamento sobre contaminação de HIV nas bolsas de sangue, afirma que a implantação do NAT não é uma operação simples. "O custo é elevado, além disso, é preciso treinar os hemocentros para a nova técnica."
Na opinião de Ester, alguns resultados apontados no estudo mostram que outras estratégias podem ser colocadas em prática, além da melhoria técnica dos exames. O principal, em sua avaliação, é a conscientização dos doadores. O trabalho da pesquisadora mostra uma diferença significativa de risco de HIV em bolsas de doadores de repetição e os que procuram centros para repor estoques, a pedido de pacientes.
"O risco calculado entre doadores da comunidade é de duas a três vezes maior que o dos doadores de repetição", compara. Algo que, para Ester, indica que parte das pessoas ainda recorre aos centros mesmo depois da exposição ao HIV.
O trabalho aponta, ainda, que os riscos entre doadores homens é maior do que entre as mulheres. Ela arrisca uma explicação: "Uma das possibilidades seria a de as mulheres fazerem mais o teste HIV, sobretudo em pré-natal", observou.
Transplantes em SP quase triplicam em 10 anos
Em 2000, foram registrados 887 transplantes; já em 2010, foram 2.328 transplantes de São Paulo
PRISCILA TRINDADE - Central de Notícias
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo bateu recorde histórico de transplantes de órgãos no ano passado. Em uma década, o número de cirurgias desse tipo praticamente triplicou no Estado. Em 2000, foram registrados 887 transplantes em hospitais paulistas. No ano passado, foram 2.328. Somente em comparação com 2009, foram feitos 353 transplantes a mais, o que representa aumento de 18%.
Do total de transplantes realizados pelos hospitais paulistas no ano passado, 1.439 foram de rim, 656 de fígado, 99 de pâncreas, 77 de coração e 57 de pulmão. Os dados se referem apenas a transplantes de órgãos de doadores falecidos.
As informações da Central de Transplantes demonstram também que o número de doadores viáveis - que tiveram pelo menos um órgão aproveitado para transplante - cresceu 23,5% no período, passando para 871 no ano passado.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem no Rio que o critério para preenchimento de cargos de 2º escalão em sua pasta será "exclusivamente técnico". "Minha prioridade é o critério técnico e a escolha de pessoas comprometidas com o Sistema Único de Saúde (SUS)." Apesar do tom enfático, o ministro garantiu estar aberto ao diálogo. "Governadores, prefeitos e parlamentares serão ouvidos se tiverem propostas cujo objetivo único e exclusivo seja a melhoria da saúde no País."
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HELENA DO GAPA
todo dia é dia de prevençao
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