Hepatite C - A epidemia do novo milênio
Desde os Estados Unidos, onde 2% da população está contaminada até o Egito, onde a contaminação atinge alarmantes 15%, os esforços dos países desenvolvidos são enormes em função da periculosidade da doença e do seu alto custo de tratamento.
A hepatite C causa cirrose ou câncer no fígado em 25% dos infetados. Não existe vacina ou medicamentos que curem a doença. Os tratamentos atuais somente controlam o virus em somente 30% dos contaminados.
As formas de transmissão ainda não são totalmente conhecidas, sendo que 50 % das contaminações aconteceram em pessoas que alguma vez receberam sangue ou derivados ou pertencem a grupos considerados de risco para a doença como: hemofílicos, drogados, ou pessoas com tatuagens ou piercings.
Em mais de 30% dos casos a contaminação permanece uma incógnita. Especula-se que possa ser no tratamento dentário, na manicure ou pedicure. Sexualmente a contaminação é muito pequena, menor de 5%.
A única certeza é que a contaminação acontece no contato sangüíneo, não estando presente na saliva, lágrimas, esperma ou fluídos vaginais. Porém, existem teorias não confirmadas, que algum tipo de animal possa transmitir o vírus, já que o mesmo pertence a mesma família dos vírus da Febre Amarela e da Dengue.
O único tratamento disponível é a combinação de 2 drogas, o Interferon e a Ribavirina. Consegue-se controlar o vírus em somente 45% dos tratados. Assim, descartando-se aqueles que não podem fazer esta Quimioterapia, representa que somente 30% dos infetados tem algum benefício no tratamento, não conseguindo a cura total, porém controlando vírus. O tratamento é longo, de 6 a 12 meses, de altíssimo preço, aproximadamente R$. 30.000,00 usando-se o interferon convencional ou ultrapassando os R$. 50.000,00 em alguns estados , se for necessário o Interferon peguilado, tendo ainda fortes efeitos colaterais no paciente.
A evolução da doença geralmente é lenta e silenciosa. Em um período médio de 2 ou 3 décadas, 25% dos contaminados virão a desenvolver cirrose ou câncer no fígado, tempo que pode ser acelerado pela ingestão de bebidas alcóolicas. Como a contaminação por transfusões de sangue aconteceram em grande escala nas décadas de 70 e 80, começam a surgir agora inúmeros casos de falência hepática.
Existe, ainda, o perigo de ser uma doença geralmente assintomática, passando desapercebida tanto pelo portador, como também para a maioria dos médicos. Quando aparecem sintomas, os mesmos já indicam um dano hepático avançado. A hepatite C é, hoje em dia, a doença de maior indicação para transplante de fígado no mundo, não representando isto a cura e sim uma sobrevida para o paciente terminal.
O vírus foi descoberto recentemente, em 1989, e testes precisos estão disponíveis desde 1993, porém não foi verificada uma diminuição dos casos a partir desta data, o que causa alarme aos especialistas.
No Brasil, as estatísticas oficiais obtidas em bancos de sangue, indicam 2% de contaminação (3,3 milhões de brasileiros), porém se considerarmos que somente doa sangue àquele que acha estar totalmente sadio, interpreta-se que o índice de contaminação é superior a este, situando-se entre 2 a 5 % da população.
É de vital importância que sejam tomadas medidas urgentes nos seguintes pontos:
Divulgação da doença, tal qual foi feito com a AIDS anos atrás.
Detecção imediata dos portadores. Se o tratamento é impossível para todos, os mesmos deverão tomar conhecimento, para, assim, tomar os cuidados necessários e evitar um dano hepático acelerado e novas contaminações.
Divulgação na classe médica. Por ser uma doença nova a maioria dos médicos ou desconhece a doença ou não sabe diagnosticá-la nos pacientes. Existem ainda muitos poucos profissionais especializados.
Carlos Varaldo
Economista - Presidente do Grupo Otimismo de Apoio a portadores de Hepatite C e autor do livro "Convivendo com a Hepatite C"
Informações sobre a hepatite C podem ser obtidas no Site www.hepato.com ou pelo telefone (21) 9973.6832 - O Grupo Otimismo promove gratuitamente palestras educativas sobre a doença.
Paciente
Meu Blog : http://www.bancodesaude.com.
Dioneia Delgado Lima
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