22.08.2010
|12h00m
'Época' revela o 'hiato' na biografia de Dilma
Neste final de semana a revista Época abriu sua capa com foto em close de Dilma Roussef, quando tinha 22 anos, reproduzida de uma ficha do Dops de São Paulo. O título da reportagem de capa: “O passado de Dilma”.
. São 13 páginas de uma reportagem cuidadosamente elaborada.
. A revista Época não faz juízo devalor sobre a participação de Dilma Roussef na luta armada destinada a substituir a ditadura militar por uma ditadura comunista. Não era o que queriam as forças democráticas que batalhavam pelo restabelecimento das liberdades públicas e individuais. As organizações terroristas das quais Dilma Roussef foi uma das principais dirigentes – Colina, VAR e VAR Palmares – nunca trabalharam pelo restabelecimento das liberdades públicas e individuais.
. Este lado obscuro da biografia da ex-ministra de Lula não é contado nas propagandas eleitorais intimistas que o PT expõe na TV. O período sombreado vai de 1964, quando Dilma tinha 17 anos, e vai até sua saída da prisão, 13 anos depois, quando mudou-se para Porto Alegre e saiu da clandestinidade, ingressando no PDT, criado em Lisboa, 1979, mesmo ano da anistia política.
. Dilma Roussef jamais fez um mea culpa ou renegou seu passado. Até pelo contrário. Ao tomar o lugar de Zé Dirceu na Casa Civil, ela se vangloriu do que fez na Colina e VAR Palmares.
(...) . Todo o material de pesquisa da reportagem foi baseado em cópias de 5 mil páginas dos três processos em poder do Superior Tribunal Militar, que ironicamente protege tudo dos olhares curiosos. Ela foi presa quase no início dos anos 80.
Torturada selvagemente, dedurou inúmeros companheiros de prisão, inclusive em cativeiros para os quais levou os policiais do Dops.
Ao sair da prisão, três anos depois, quando a ditadura militar dava sinais de “abertura lenta, gradual e segura”, mudou-se para Porto Alegre, onde morava seu segundo marido e companheiro de luta armada, o advogado Carlos Araújo.
*****
Obs - Pretendo comprar a Época e ler com muita atenção. E agradeço ao Carlos Cornwall o envio do e-mail, assim como agradeço à revista a reportagem, diga ela o que disser.
O que não é possível é termos uma candidata a presidente da República cuja biografia não seja minuciosamente conhecida. Assim como seu estado de saúde, que não é, nem pode ser, segredo como bem lembrou Elio Gaspari em sua coluna de hoje.
Os documentos que a revista usa como fonte para sua reportagem, guardados em sigilo pelo Superior Tribunal Militar eram um acinte contra nós, eleitores. Nós não queremos ser tutelados.
De posso de todos os dados biográficos de todos os candidatos, é que poderemos votar sabendo exatamente quem estamos colocando no Planalto.
Assim como a vida de dona Dilma, precisamos saber a vida de todos os candidatos, para todos os cargos.
Sempre é bom lembrar que nosso sistema se baseia nos 3 poderes. Já é terrível não elegermos os juízes... que pelo menos possamos eleger um Legislativo que mereça o Brasil.
Andamos meio desligados das eleições para deputado e senador, não é não? Vamos começar a agitar isso também... Ainda vamos a tempo, o que não podemos é ignorar o Legislativo...
Aproveito meu espaço para aplaudir toda a coluna do Carlos Brickmann, mas em especial este trecho:
Serra esconde Fernando Henrique, de quem foi ministro em duas pastas. Alguém lhe pôs na cabeça que Fernando Henrique tira voto. Talvez tire - mas Serra já perdeu uma eleição para Lula, enquanto Fernando Henrique o venceu por duas vezes, e no primeiro turno. Tire votos ou não, Fernando Henrique faz parte da história de Serra (como faz da história de Alckmin, que se recusou a defendê-lo em 2006 e levou uma surra histórica de Lula). Ocultá-lo é mentir ao eleitor.
Gostei de ler isso. Creio que a ingratidão é dos sentimentos mais feios que há. É mesmo horrível. E sempre tem troco. O Homem lá em cima não gosta de ingratos...MH
Nenhum comentário:
Postar um comentário