CLIPPING
- 02/jan./2013
ONU
Retrospectiva 2012 - Em 2012, as
Nações Unidas passaram por diversas crises que testaram consistentemente a
capacidade da Organização de reagir. Desde intensos fenômenos climáticos que
deixaram milhares de mortos ou sem moradia até as contínuas crises no Mali, na
Síria, no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, entre outros países
e regiões, a ONU precisou negociar a paz e aumentar a capacidade de resposta a
acontecimentos inesperados. Em 2012, ocorreu no Rio de Janeiro a maior
conferência já realizada pela Organização em toda sua História – a Rio+20 – com a presença de mais de 40
mil pessoas e 191 Estados-Membros. “Não podemos continuar a queimar e consumir
o nosso caminho para a prosperidade à custa de pobres do mundo e do meio
ambiente global”, disse Ban na ocasião.
Decrescimento
com prosperidade (José Eustáquio Diniz Alves) - A humanidade já ultrapassou os limites
planetários sustentáveis e a pegada ecológica antrópica esta 50% acima da
biocapacidade da Terra. Por conta disto,
o ser humano precisa se adequar aos espaços cabíveis do Planeta,
necessitando aprender a conviver com as demais espécies vivas do mundo na única
casa existente e conhecida do Universo. O mundo moderno ficou viciado em crescimento. Em 250 anos, desde o
início da Revolução Industrial e do começo do uso maciço dos combustíveis
fósseis as fronteiras planetárias sustentáveis foram ultrapassadas. Desta forma, nos dias atuais, o
DECRESCIMENTO passou a ser uma palavra chave e cada vez mais utilizada,
pois está se constatando que não há saida para a continuidade ou mesmo a
manutenção indefinida do atual modelo de produção poluidor e que visa
principalmente o lucro e só sobrevive com base em um consumismo desregrado. Portanto,
o ser humano precisa interromper sua corrida em direção ao precipício e dar uma
marcha à ré no ritmo frenético do crescimento econômico. Tem aumentado o número
de pessoas que acredita que o decrescimento econômico e populacional pode ser
uma maneira de interromper o desastre. Já
existem vários países que estão experimentando redução da população, tais como
Rússia, Ucrânia, Japão, Cuba, etc. Para tanto seria necessário implantar
mudanças de concepção e uma verdadeira revolução nos paradigmas, tais como os
óctuplos exemplos abaixo: 1) Desmaterializar a economia aprofundando a
sociedade do conhecimento e da informação sustentada por fontes de energia
renováveis, ao invés de investir na energia fóssil e na sociedade do consumo
material, conspícuo e descartável; 2) Interromper o processo de destruição
ambiental e aumentar a biodiversidade do Planeta; 3) Reduzir as desigualdades sociais e erradicar a fome e a pobreza, além
de reduzir a obesidade e incentivar uma dieta vegetariana; 4) Investir mais na
qualidade de vida saudável, incentivar a virtude e a autonomia e valorizar mais
os prazeres intelectuais e menos a posse de bens materiais;5) Erradicar o classismo,
o escravismo, o racismo, o sexismo, o homofobismo o xenofobismo e o especismo; 6) Eliminar os gastos militares,
reduzir as atividades improdutivas e poluidoras, acabar com as guerras e
implementar o pacifismo mundial;7) Educar as pessoas para ter um meio de vida
correto, evitando as más ações e avançando na construção de uma sociedade
convivial que incentive a solidariedade interpessoal e ecocêntrica; 8) Incentivar
a polidez, a prudência, a temperança, a coragem, a justiça, a generosidade, a
compaixão, a gratidão, a simplicidade, a tolerância, o humor e o amor
desprendido e confluente.
Os
idosos, os jovens e a Aids (Julio Abramczyk) - Para o ano de 2013, que se inicia, os
votos são para que os idosos assumam a sua sexualidade com os mesmos cuidados
com que os jovens o fazem atualmente: usando
camisinha.
Estudo publicado na revista "Brazilian
Journal of Infectious Diseases" assinala que a mortalidade por Aids entre
idosos é 15% maior do que entre os jovens. A explicação para a morte desses
pacientes, segundo a professora Marise Oliveira Fonseca e colaboradores, é que
eles iniciaram o tratamento tarde demais. Muitos
idosos não só desconhecem que estão infectados como também nem chegam a
suspeitar que são portadores do vírus HIV. O estudo analisa
estatisticamente quase 550 mil casos de Aids no Brasil, de 1980 a junho de
2009. Desse total, 90% estavam entre os 18 anos e 59 anos de idade; cerca de
2,5% (13.657) acima dos 60 anos. Entre esse segundo contingente de pacientes, a maior parte recebeu o diagnóstico entre
os 60 anos e os 69 anos.
Notificação
de infecção pelo HIV no Brasil passará a ser obrigatória - O Ministério da Saúde vai tornar compulsória a notificação de
todas as pessoas infectadas com o vírus HIV, mesmo as que não desenvolveram a doença. A portaria ministerial que
trata da obrigatoriedade de aviso de todos os casos de detecção do vírus da
aids no País deve ser publicada em janeiro. Atualmente, médicos e laboratórios
informam ao Ministério da Saúde apenas os casos de pacientes que possuem o HIV
e tenham, necessariamente, manifestado a doença. Os dados serão mantidos em sigilo. Somente as informações de perfil
(sem a identificação do nome) poderão ser divulgadas para fins estatísticos. Hoje,
o governo monitora os soropositivos sem aids de maneira indireta. As
informações disponíveis são de pessoas que fizeram a contagem de células de
defesa nos serviços públicos ou estão cadastradas para receber antirretrovirais
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O novo banco de dados será usado para
planejamento de políticas públicas de prevenção e tratamento da aids. "Para a saúde pública é extremamente
importante, porque nós vamos poder saber realmente quantas pessoas estão
infectadas e o tipo de serviços que vamos precisar", explica Dirceu
Grego, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da
Saúde. Ele diz que a notificação compulsória ajudará a monitorar o avanço do
combate à aids com "transparência". "O HIV não desapareceu. É importante que a infecção seja parte do
processo, para mostrar que o problema precisa ser resolvido e as pessoas têm de
se tratar. O tratamento precoce é um caminho para controle da epidemia",
diz. O País registrou 38.776 novos casos de aids em 2011 – houve um caso por
dia de transmissão de mãe e para filho.
Oferta de vacina
contra HPV na rede pública impõe desafios ao governo - O governo brasileiro tem alguns
desafios a resolver antes de oferecer na rede pública a vacina contra o HPV. Por exemplo, o tipo de vacina a ser dada e a
estratégia para ganhar a adesão de pelo menos 3 milhões de meninas na
pré-adolescência. Pouco antes do Natal, os laboratórios interessados em
produzir a vacina e vendê-la para o Ministério da Saúde receberam um chamamento
para apresentar novas propostas até o fim de janeiro. Há duas vacinas na competição: uma oferece proteção contra dois tipos
do vírus ligados ao câncer; outra protege contra esses e outros dois tipos
causadores das verrugas. Nos dois casos, a produção será feita em um
laboratório público, que receberá transferência de tecnologia de uma empresa
estrangeira. Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do
ministério, a pasta considerou limitadas as propostas já feitas ao governo. Além
dos preços, o ministério quer detalhes sobre o volume de investimentos nos
laboratórios brasileiros que cada proposta demandará. O martelo não está
batido, mas o Programa Nacional de Imunizações trabalha com a perspectiva de vacinar meninas de dez e 11 anos no
primeiro ano e, depois, as de dez anos. Para ter impacto epidemiológico, a
adesão precisa ser de, pelo menos, 70%. Segundo o secretário, será preciso
explicar bem a necessidade da vacina. "Algumas
mães podem resistir, por parecer que a gente está achando que a filha dela vai
ter atividade sexual."
FDA
aprova novo medicamento para a tuberculose multirresistente - O órgão americano responsável pelo controle de alimentos e
produtos medicinais, o FDA (Food and Drug Administration), aprovou (31) um
medicamento pioneiro para o tratamento
da tuberculose multirresistente. O Sirturo (bedaquilina) vai atuar como
parte do coquetel de fármacos utilizados em adultos, inibindo uma enzima
necessária para que a bactéria se replique e se espalhe pelo corpo. A
tuberculose é causada pela Mycobacterium tuberculosis, que normalmente afeta
pulmões e pode atingir cérebro e rins. O
novo medicamento será direcionado aos pacientes que oferecem resistência às
duas poderosas drogas, a isonazida e a rifampicina, mais utilizadas no
tratamento. Para o diretor do Escritório de Produtos Antimicrobianos do
Centro de Avaliação e Pesquisa de Drogas do FDA, Edward Cox, devido à grave
ameaça à saúde em todo mundo que é a tuberculose multirresistente, o Sirturo
surge como um tratamento bastante necessário a quem não tem outras opções
terapêuticas disponíveis. "No entanto, por conta das ameaças à saúde que a
droga causa, os médicos devem usá-la apenas em pacientes que não possuem
alternativa medicamentosa", afirma Edward Cox. Entre os efeitos, a droga
pode causar náusea, dor de cabeça e dores nas articulações e ainda afetar a
atividade elétrica do coração, provocando um ritmo cardíaco anormal e
potencialmente fatal. A Janssen
Therapeutics, fabricante do medicamento, vai fornecer materiais educativos para
ajudar na melhor utilização dele.
Governo
usa nova lei para diminuir responsabilidade fiscal - O governo Dilma Rousseff aproveitou a
proposta de reforma tributária, enviada ao Congresso Nacional, para tentar
tornar mais branda a Lei de
Responsabilidade Fiscal, que impõe limites aos gastos da administração
pública. A reforma tributária busca
acabar com a "guerra fiscal" (disputa entre Estados para conseguir
que grandes empresas se instalem nos locais por meio de concessão de benefícios
fiscais e isenções). A Lei de
Responsabilidade Fiscal está em vigor desde 2000 e com a mudança proposta
pela nova lei poderá promover reduções de impostos com mais facilidade, sem
cumprir todos os requisitos exigidos atualmente, o que manteria a solidez das
contas públicas. A proposta de lei será
examinada pelos deputados e senadores a partir de fevereiro de 2013.
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