CLIPPING
- 08/jan./2013
Temos
que defender o direito das mulheres sem medo! Em meio à indignação nacional contra o estupro, é
fácil esquecer que os estupradores não
são uma "espécie exótica" em nossa sociedade. Os estupradores não são
sempre estranhos sem rosto: em 90% dos casos são os pais, irmãos, tios e
vizinhos da vítima: gente conhecida, a qual se espera que a vítima respeite e
obedeça. A violência sexual é uma forma de impor a disciplina patriarcal às
mulheres. As mulheres que a desafiam são castigadas. E o medo ao estupro e à
violência sexual funciona como um censor interno nas decisões das mulheres.
Nova
geração de anticoncepcionais na berlinda na França - As pílulas anticoncepcionais de nova geração,
usadas maciçamente pelas francesas, apesar de algumas atribuírem a elas graves
problemas de saúde, estão no centro de uma polêmica, e autoridades sanitárias
pediram aos médicos que restrinjam sua prescrição. O tema dominou a primeira
página dos jornais, prova da importância deste assunto em um país onde a metade
das mulheres de 15 a 49 anos toma a pílula e onde vários escândalos sanitários
têm envolvido autoridades. Nos Estados Unidos já foram apresentados 12.500
processos contra a pílula Yaz (de quarta
geração), do laboratório Bayer. A ministra francesa da Saúde, Marison
Touraine, desejou esta terça-feira que "a
pílula de segunda geração seja sistematicamente privilegiada, salvo em
situações particulares" e que "as pílulas de terceira e quarta
geração não (sejam) mais propostas como primeira opção". Mas alguns
profissionais se preocupam com o aumento de precauções, o que pode provocar,
segundo eles, a condenação dos anticoncepcionais em geral. "Não se deve demonizar a pílula", declarou Véronique
Séhier em nome do movimento Planning Familial, que promove a anticoncepção. As
autoridades também são suspeitas de falhar na missão de controle dos produtos
de saúde, desde que estourou, no final de 2011, o escândalo mundial das
próteses mamárias PIP, fabricadas com silicone adulterado por um industrial
francês.
Ameaça
à efetividade da política de combate à aids - O Brasil possui um dos mais abrangentes programas
de tratamento para aids entre países em desenvolvimento. Em 2012, o Ministério
da Saúde investiu mais de R$ 850 milhões na compra de medicamentos para tratar
217 mil pacientes de aids. Muito tem se
discutido sobre a sustentabilidade da resposta brasileira. Por exemplo, o
país é conhecido internacionalmente pela intensa negociação de preços com as
indústrias farmacêuticas para reduzir o custo de medicamentos protegidos por
patente. Igualmente relevante, porém menos conhecido, é o debate recente sobre
a estabilidade da política de combate à aids no Brasil, que muito depende do
comprometimento dos governos estaduais e municipais na atenção ao tratamento do
HIV/aids. Olhando a questão por outro ângulo: na ausência de uma política
federal de incentivos, há o risco de que os Estados e municípios deixem de
adotar ações de cuidado e prevenção ao HIV/aids. Pesquisas do Centro de Estudos
da Metrópole, think-tank que realiza estudos sobre federalismo no Brasil,
apontam que as transferências carimbadas do Ministério da Saúde são uma
importante fonte de recursos das secretarias municipais de saúde. É importante ressaltar que integração de
ações de tratamento e prevenção no Brasil resultou na redução da mortalidade,
morbidade, hospitalizações, e aumento da expectativa de vida das pessoas
vivendo com HIV/aids. Entretanto, a estabilidade da resposta brasileira à
epidemia de aids muito depende de uma ação coordenada entre os três níveis de
governo e do empenho de seus gestores. Um retrocesso das ações pode levar à
reemergência da epidemia de aids no país. Por
outro lado, o Ministério da Saúde ainda carece de análises abrangentes de
monitoramento e avaliação dos programas subnacionais de aids. Se as
transferências vinculadas estiverem sendo utilizadas para intervenções de baixo
impacto em saúde ou sem foco em ações que estimulem a testagem para HIV,
provavelmente não importará muito eliminá-las.
Bloqueio
irresponsável - A medicina
diagnóstica brasileira sempre teve a tradição de acompanhar os avanços
tecnológicos que ocorrem nos centros de diagnóstico do mundo. Os médicos sempre
puderam ter à disposição os recursos mais modernos, e isso contribui para que a medicina brasileira seja tida como uma das
melhores do mundo. Exemplos disto podem ser encontrados nos testes mais
modernos de biologia molecular e análises genéticas disponíveis nos melhores
centros do país. Infelizmente, a
afirmação acima não é mais verdadeira. Em 2010, o governo, através do seu
órgão regulatório em saúde (Anvisa), publicou a RDC 25, que determina a obrigatoriedade de adequação de todas as
empresas que enviam produtos para fins de diagnóstico in vitro para o Brasil às
normas de boas práticas brasileiras, através de obtenção de um certificado.
Ou seja, somente podem ser emitidas autorizações de ingresso de produtos para
fins diagnósticos, cujas fábricas tenham sido previamente inspecionadas e
aprovadas. A princípio, nada de errado, visto que exigências semelhantes são
impostas a outros produtos fabricados no Brasil e exportados. O grande problema é que a infraestrutura
adequada não foi criada na mesma velocidade em que a norma foi implantada. Hoje
mais de 90% dos produtos utilizados na confecção dos exames laboratoriais são
importados. A indústria brasileira responde por uma fração muito pequena e
apenas para testes menos complexos. Também
não se justifica a resposta de que a norma é necessária para assegurar a
qualidade dos produtos importados, já que a maioria destes já possui todos
os certificados de qualidade e inspeções muitas vezes mais rigorosos do que os
brasileiros, como é o caso dos produtos americanos que já passaram pelo crivo
do FDA (Food and Drug Administration). A questão merece reflexão, para que não
fiquemos estagnados em burocracias que podem ser prejudiciais à a população.
A
tragédia do jovem "nem-nem" - Os jovens, que representam 27% da população brasileira e 55% da nova
classe média, são o alvo dos estudos da Secretaria de Assuntos Estratégicos
neste início de ano. O governo teme perder as oportunidades do bônus demográfico – quando a população
em faixa etária menor supera a de pessoas acima de 40 anos –, um período que
deve durar até 2028. A ideia é entender
por que vem crescendo o número de jovens "nem-nem", denominação dada
aos que nem estudam nem trabalham. "Isso é uma tragédia", diz o
ministro Wellington Moreira Franco, da SAE. "Temos de entender esse
público para fazer políticas." adequadas."
Unicef
abre debate sobre habilidades das pessoas com deficiência - O Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef)
vai selecionar vídeos produzidos por crianças,
adolescentes e jovens de até 25 anos sobre o tema deficiência. O vencedor
do concurso Tem a ver com habilidade! será usado no lançamento, em maio, do
relatório Situação Mundial da Infância 2013: crianças com deficiência. Pela
primeira vez, o documento, apresentado anualmente, abordará esse assunto. De
acordo com o escritório do Unicef no Brasil, os interessados devem enviar os
filmes até o dia 15 deste mês para a sede do Fundo, em Nova Iorque. Os filmes
podem ser de qualquer gênero – drama, comédia, documentário, ter duração de um
minuto, tratar de experiências pessoais, dos direitos das pessoas com
deficiência, além dos desafios que enfrentam. “Geralmente a inclusão é entendida como o processo de colocar para
dentro quem é considerado diferente, mas não é só isso. Trata-se de um
esforço de combate ao preconceito que vivenciamos ao longo da vida, porque a
maioria dos adultos de hoje não teve oportunidade e não aprendeu a conviver com
pessoas com deficiência quando crianças e não estão prontos para a
diversidade”, acrescentou. Dados do Censo 2010 mostram que o Brasil tem mais de
45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência: quase um quarto da
população.
Papa
condena aborto, eutanásia e tentativas de redefinir momento da concepção - Bento XVI alertou hoje no Vaticano para a
necessidade de defender a “dignidade transcendente da pessoa”, condenando o
aborto, eutanásia e as tentativas de redefinir o “momento da concepção”. “O aborto direto, ou seja, querido como fim
ou como meio, é gravemente contrário à lei moral. Ao dizer isto, a Igreja
Católica não pretende faltar de compreensão e benevolência nomeadamente para
com a mãe; trata-se, antes, de velar para que a lei não altere, injustamente, o
equilíbrio entre o igual direito à vida que possuem tanto a mãe como o filho”,
disse, no encontro de ano novo com os representantes diplomáticos acreditados
na Santa Sé. O Papa reafirmou o compromisso da Igreja Católica no “respeito
pela vida humana, em todas as suas fases” e saudou a resolução da Assembleia
Parlamentar do Conselho da Europa que pediu a proibição da eutanásia,
“entendida como a morte voluntária, por ação ou omissão, de um ser humano em
condições de dependência”. O Papa manifestou-se também a sua “tristeza” por
observar que “em vários países, mesmo de tradição cristã, se procurou introduzir ou ampliar legislações que
despenalizam o aborto”. “Infelizmente circulam, sobretudo no Ocidente,
numerosos equívocos sobre o significado dos direitos humanos e seus deveres
correlativos”, lamentou. A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 179
Estados e está presente em várias organizações internacionais, tendo o estatuto
de Estado observador na ONU.
FDA aprova primeiro
remédio contra tuberculose multirresistente em 40 anos - A FDA, a agência de regulação de alimentos e
medicamentos dos Estados Unidos, anunciou na semana passada a aprovação do Sirturo, um tratamento contra a tuberculose
multirresistente aos medicamentos existentes, convertendo-se na primeira droga
contra esta doença autorizada em 40 anos. Mais comum entre as pessoas
vivendo com HIV e aids, a tuberculose quando é multirresistente se torna
extremamente perigosa entre os soropositovos. "A tuberculose
multirresistente é uma grave ameaça à saúde do mundo e o Sirturo oferece um
tratamento de que necessitavam pacientes que não dispõem de outra opção
terapêutica", afirmou Edward Cox, da FDA, em um comunicado. O Sirturo, elaborado pelo laboratório
americano Johnson and Johnson e que é utilizado em combinação com outros
medicamentos antituberculose, atua neutralizando uma enzima necessária para que
a bactéria responsável pela infecção, o bacilo de Koch, possa multiplicar-se e
expandir-se por todo o corpo. No Brasil,
conforme a faixa etária, a coinfecção tuberculose-HIV pode chegar até e 25%.
USP e
CNPq vão apurar suspeita de fraude em artigos - O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico) e a Universidade de São Paulo vão apurar as acusações
de fraude científica feitas contra o diretor do ICB (Instituto de Ciência
Biomédicas), Rui Curi. Um artigo do pesquisador, escrito em parceria com
ex-alunos, foi "despublicado" no fim de dezembro. "Acabamos de
tomar conhecimento do caso e ele será analisado", disse Paulo Beirão,
coordenador da Comissão da Integridade na Atividade de Pesquisa do CNPq.
"Faremos uma análise técnica prévia que irá subsidiar os trabalhos da
comissão quando o caso for levado a ela, creio que em março". Rui Curi é
pesquisador 1A do CNPq, grupo que engloba a elite da ciência nacional, e recebe
uma bolsa do órgão. No caso de confirmação da fraude, o pesquisador pode sofrer
cortes de verbas de pesquisa pelo CNPq.
Prostitutas de BH
têm aulas grátis de inglês para se preparar para a Copa - A ideia é ensinar o básico. "Fruits"
(frutas), por exemplo. Mas o "vocabulário técnico", como
"condom" (preservativo), também estará presente em aulas de inglês
que prostitutas de Belo Horizonte terão para receber os turistas na Copa de 2014. "Elas vão aprender
frutas, verduras, legumes. Mas algumas palavras a gente pode trabalhar mais, no
sexo, no fetiche", diz Cida Vieira, 46, presidente da Associação de Prostitutas
de Minas Gerais. Cerca de 20 garotas de programa já se inscreveram para
participar do curso gratuito, organizado pela instituição. A expectativa de Cida é que até 300 das 4.000 associadas frequentem as
aulas até o final do ano. A ideia é que o curso dure entre seis e oito
meses e que as primeiras turmas tenham início até março. A associação planeja
ainda aulas de francês e italiano.
Assim
é fácil (Cláudio Humberto) - O
Itaú, que posa de benemérito cultural, terá R$30 milhões para atividades do Instituto Itaú Cultural, bancados por
renúncia fiscal da Lei Rouanet. O banco
deduz do imposto e quem pagará é o contribuinte.
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