O
Pará possui mais de 2 mil pacientes renais crônicos. Quase 80% do
número de equipamentos disponíveis à população são da rede de
atendimento do Sistema Único de Saúde, que inclui os centros
administrados pelo governo estadual. O Laboratório Central do Pará
(Lacen) é o órgão responsável pela análise de toda a água utilizada
pelas clínicas e hospitais públicos e privados e ainda realiza o exame
de sangue nas unidades estaduais.
Licinio Lira,
diretor do Lacen, explica que o estado é um dos agentes de fiscalização
e monitoramento da qualidade da água utilizada pelos centros de diálise
no estado. A determinação está descrita na Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) 154/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), que estabelece o regulamento técnico para o funcionamento dos
Serviços de Diálise em todo o território nacional. “Fazemos a análise
da água de 21 centros de diálise do estado em parceria com a Vigilância
Sanitária. O estado é agente da fiscalização, que serve para manter a
qualidade dos serviços ofertados pela rede pública e privada. Ainda
somos responsáveis pelos exames de sangue solicitados pelo Estado,
inclusive os de Hepatite B, C e HIV, obrigatórios nos centros de
diálise”, afirmou.
A farmacêutica Nailda Pantoja,
chefe da Divisão de Análise de Produtos do Lacen, esclarece que após as
análises, que são feitas mensalmente, são emitidos laudos que são
encaminhados para os centros de tratamento e para a vigilância
sanitária, que em caso de qualquer anormalidade, toma as providências
necessárias. “Estes laudos que emitimos e enviamos para as clínicas e
órgãos fiscalizadores servem para resguardar a saúde dos pacientes.
Caso encontremos alguma coisa fora do padrão, as clínicas são avisadas
imediatamente e é feita nova coleta de material”, destacou.
Segundo
dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), existem sete centros de
diálise administrados diretamente pelo estado. Estes são responsáveis
pelo atendimento de mais de 655 pacientes, que utilizam161 máquinas.
Para manter todo este aparato funcionando a contento é necessário um
controle eficaz para impedir a disseminação de doenças infecciosas nos
centros de hemodiálise e da qualidade da água utilizada nos processos
de tratamento.
Segundo Cisalpina Cantão,
coordenadora estadual de Controle de Hepatites virais da Sespa, a
portaria RDC 154/2004, publicada pelo Ministério da Saúde, por meio da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, mudou o quadro de infecção
dentro dos centros de diálise em todo o Brasil. Ela afirma que há 10
anos o contágio preocupava muito os administradores públicos, mas hoje
as medidas preservam muito mais pacientes e equipes técnicas. “Antes da
RDC154, que é o regulamento técnico publicado pelo Ministério da Saúde,
o contágio era preocupante, mas depois de sua aprovação os níveis de
contaminação caíram muito. Na rede estadual do Pará quase não acontece
mais este tipo de situação”, disse.
Nos serviços de
diálise, pacientes e funcionários estão sujeitos à infecção e a
preocupação com a prevenção e controle é fundamental para a segurança
dos paciente e profissionais de saúde. O médico nefrologista Pedro
Paulo, coordenador do Centro de Hemodiálise Monteiro Leite, que faz
parte do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, explica que realizar os
procedimentos de controle de segurança é fundamental para o bom
funcionamento das clínicas de diálise. No que diz respeito ao contágio
e transmissão da Hepatite C, o gestor afirma que os riscos são cada vez
menores. Segundo o médico, a RDC 154 determina que os pacientes
diagnosticados com Hepatite C devem fazer diálise em equipamentos
destinados apenas a portadores do vírus; com atendimento exclusivo de
um funcionário, assim como uso exclusivo do equipamento de medição de
pressão arterial.
“No Monteiro Leite os pacientes
diagnosticados com Hepatite C têm salas, maquinário e equipe
específicas, estas medidas servem para diminuir os riscos de contágio.
Além disso, antes de admitir um novo paciente é feita uma série de
exames de sangue, dentre eles está a dosagem de anticorpos Anti-HCV,
que determina a presença do vírus da Hepatite C no paciente. Das 176
pessoas que atendemos, três possuem Hepatite C. Todos estes
procedimentos de segurança são fundamentais”, disse o coordenador.
Texto:
Julia Garcia - Secom
Fone: (91) 3202-0912 / (91) 8847-2281
Email: juliagarcia@
agenciapara.com.br
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