Data: 11/05/2011 - 17:58:14
Tribuna Livre aborda homofobia
A professora Araci Asinelli da Luz, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, participaram da Tribuna Livre desta quarta-feira (11), na Câmara de Curitiba. Por iniciativa da vereadora Professora Josete (PT), os convidados falaram sobre o Dia Municipal contra a Homofobia, comemorado anualmente em 17 de maio. “Além de reiterar que a homossexualidade não é doença, esta data resgata o debate, que deve ser aprofundado de maneira que a cultura da violência ceda lugar à cultura de paz”, avaliou Araci Asinelli.
Professora Josete fez a saudação, destacando que a instituição do Dia Municipal contra a Homofobia, por meio de lei da vereadora Julieta Reis (DEM), em 2007, foi um passo tão importante quanto a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizando a união entre casais homossexuais. “Vivemos um momento histórico de consolidação da democracia. As medidas são fundamentais para garantir o respeito de igualdade a todos”, avaliou a vereadora.
Símbolo paranaense da luta pelos direitos dos homossexuais, o presidente da ABGLT, Toni Reis, sintetizou o papel da associação, criada em 1995, e contou sobre a trajetória do grupo. “Nossa missão é promover a cidadania e defender os direitos destas pessoas, contribuir para uma democracia sem discriminação e defender a liberdade de orientação sexual e identidade de gênero”, esclareceu. Com relação à decisão do STF, enfatizou que “o que venceu foi a igualdade, a dignidade humana e a liberdade. Nós ganhamos e ninguém perdeu.”
Toni Reis acabou de oficializar uma união homoafetiva com seu companheiro, David Harrard. Eles estão juntos há 21 anos e a decisão do STF, na semana passada, possibilitou a oficialização da união estável. A partir de agora, companheiros em relação homoafetiva duradoura e pública terão os mesmos direitos e deveres das famílias formadas por casais heterossexuais.
Na opinião da professora Araci, é preciso avançar ainda mais. Porém, sem negar o momento histórico em que vivemos. “Como mãe e educadora, vivencio de perto esta realidade de desconhecimento do tema, preconceito e discriminação pautados em argumentos frágeis, equivocados e não científicos”, disse, acrescentando que “a luta contra a homofobia é de todos nós, muito mais da sociedade dita heteronormativa porque não é uma questão específica de militância e sim de respeito humanitário. Lembro que todos os heterossexuais, bissexuais, nascem de relações heterossexuais. Portanto, esta é a sociedade responsável pela proteção e segurança de seus filhos”, concluiu.
11/05/2011 - Câmara dos Vereadores de Curitiba recebe comunidade gay e debate homofobia
Por redação
Alterar tamanho da fonte: A+ | a-
Hoje, 11 de maio, a Câmara dos Vereadores de Curitiba teve uma sessão chamada de “Tribuna Livre” em que militantes do movimento gay participaram de um debate para comemorar o Dia Municipal de Combate a Homofobia, que será no próximo dia 17 e que faz parte do calendário oficial do município. A lei que cria o dia foi aprovada pelos vereadores em 2007, após a proposta do vereadora Julieta Reis ter sido vetada pelo então prefeito Beto Richa. O veto acabou derrubado pela Câmara.
Todos os 11 veradores que permaneceram na casa fizeram uso da palavra, depois dos militantes explanaram o tema. Compuseram a mesa a vereadora professora Josete, que solicitou a audiência, a vereadora Julieta Reis, que presidiu a sessão, além dos militantes do movimento gay Toni Reis, Marcio Marins e Rafaelly Wiest. E também a professora da UFPR, doutora em educação, Araci Asinelli, que afirmou que, como educadora e mãe, espera deixar um mundo melhor para seus filhos.
Foi lembrado durante o evento a aprovação da união estável gay por unanimidade no Supremo Tribunal Federal, e ainda as dificuldades que a população homossexual enfrenta, além dos índices altos de assassinatos em razão da orientação sexual. Toni Reis, que é presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), apresentou brevemente o histórico da entidade e a conjuntura nacional e mundial da homofobia. Rafaelly, presidenta do Grupo Dignidade, contou como foi sua história e falou do drama vivido pelas travestis e transexuais, que não encontram empregos facilmente e acabam na prostituição, além de serem vítimas da violência e preconceito nas escolas, o que limita suas capacitações.
Um dos momentos mais emocionantes foi a fala do vereador Jorge Yamawaki, 69 anos, que confessou que a homossexualidade era um tabu em sua casa e que hoje ele entende as diferenças. “Peço desculpas se em algum momento da minha vida eu agi errado”, afirmou o vereador que ainda disse que os gays “também são obras de Deus”.
Com baixa presença de vereadores, mas com muitas falas de apoio a igualdade de homossexuais, foi lembrado ainda a importância de um estado laico, sem uma religião oficial, como lembrou o militante Marcio Marins, organizador da Parada de Curitiba e presidente do grupo Dom da Terra. A sessão seguiu por quase duas horas e terminou com a impressão de que, aos poucos, Curitiba assume seu papel de cidade moderna, de fato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário