Amigas e amigos, companheiras e companheiros de luta,
Como sabem, na semana passada uma campanha impulsionada pela organização AllOut.org chamou a atenção para o caso de Brenda Namigadde, uma mulher que há oito anos fugiu do seu país, Uganda, depois que ela e sua parceira foram atacadas e forçadas a se esconder. Enquanto os acontecimentos ainda estão recentes e frescos na memória de todas e todos, aqui vão algumas atualizações sobre o que foi feito e em que pé o caso se encontra.
Há duas semanas, Brenda estava para ser deportada de volta para Uganda, de onde o político notoriamente homofóbico David Bahati já tinha lhe enviado um recado ameaçador por meio da jornalista norte-americana Melanie Nathan, dizendo que ela deveria “se arrepender ou se curar”. Hoje, Brenda está livre, foi libertada de um centro de remoção da imigração na Inglaterra, e está trabalhando com seus advogados e adovogadas num novo pedido de asilo.
Além do objetivo imediato de impedir a deportação de Brenda, essa campanha mostrou um alto potencial solidário de pessoas em todos os lugares do planeta, mostrando a força que podemos ter quando nos mobilizamos e organizamos pro um objetivo comum. É uma demonstraçaõ de como ações concretas e estrategicamente motivadas podem ter um impacto significante em políticas e culturas ao redor do mundo. Veja alguns números e fatos sobre a campanha para salvar Brenda Namigadde da deportação:
- Mais de 60 mil pessoas de mais de 160 países assinaram uma carta endereçada à Secretária do Interior do Reino Unido solicitando ao seu gabinete que interviesse no caso.
- Ao passo que a grande maioria dessas pessoas estejam no Reino Unido, houve também o apoio de milhares de pessoas da Europa e do Leste Europeu, milhares na América Latina e Caribe, e mais centenas de pessoas que estão na África e Ásia.
- A campanha recebeu cobertura dos principais meios de comunicação do Reino Unido e Estados Unidos e também pela blogosfera:The Guardian, The Independent, BBC, The New York Times, Huffington Post, The Advocate,Change.org, etc.
A partir do gigantesco apelo público e de declarações de pessoas de destaque na Inglaterra, a deportação de Brenda Namigadde, marcada para 28 de Janeiro, foi suspensa. Uma campanha orientada especificamente aos Membros do Parlamento do Reino Unido conseguiu a assinatura de mais de 50 parlamentares numa moção de apoio ao caso de Brenda. E na última segunda-feira, um juiz decidiu que as evidências do caso de solicitação de asilo merecem uma nova avaliação judicial.
Ainda é preciso manter a atenção sobre este caso para que toda a energia depositada não tenha sido em vão, e continuar enfrentando as razões por que tudo isso aconteceu, numa perspectiva mais estrutural (um programa de asilo desfuncional e não afinado com as necessidades de LGBTs que procuram asilo, o papel descomunal de evangélicos norte-americanos na exportação do ódio para África e além).
Naquela noite de 28 de janeiro, a deportação de Brenda foi adiada. A semana seguinte foi de muito trabalho junto a seus procuradores, o gabinete do representante parlamentar da região em que ela vive na Inglaterra, preparando as apelações para a audiência. Na última segunda-feira, 7 de fevereiro, um juiz decidiu em favor de Brenda, concluindo que as evidências de seu caso indicam para uma nova avaliação do seu pedido de asilo. No dia seguinte, Brenda foi liberada da detenção e está trabalhando com seus advogados para juntar toda a documentação e mais evidências para a nova solicitação.
Brenda agradece, mais uma vez, pelo apoio de todas as pessoas que fizeram sua parte para salvá-la da deportação a um país onde ela seria, declaradamente, perseguida, provavelmente presa e, quem sabe, morta, caso a lei de “Morte aos Gays” do parlamentar David Bahati seja aprovada. Agradece-se também a todas as pessoas que ajudaram a espalhar a campanha pelo mundo. Mas este é apenas um caso em milhares, e ainda não acabou. É preciso manter a atenção sobre o caso de Brenda Namigadde, fazer pressão internacional para que o Parlamento de Uganda não aprove a lei de pena capital a homossexuais, entre outras barbaridades que vem acontecendo mundo afora.
www.allout.org/en/brenda
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Jandira Queiroz
skype: jandiraqueiroz
msn: jimqueiroz@hotmail.com
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Cada qual com sua história, cada qual com sua missão
eu sei que sou resultado dessa miscigenação.
Eu nasci naquela ilha onde o sol bate e brilha
o nome dela é Brasília e lá não tem só ladrão.
Tem sofredor, tem artista, tem rapper, tem comunista
lá tem de tudo ou mais, realce sua visão
a passagem é 3 reais
condução sem condição
sobra pros policiais mas falta pra educação.
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"NãoTiveOqueNãoQuisTer", by FloraMatosMC
www.myspace.com/floramatosmc
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