SAIU NA IMPRENSA
16/FEV./2015
Informação salva: O governo quer ampliar o número de diagnósticos e o tratamento de Aids
Isto é
POR RODRIGO MARTINS
Durante o Carnaval, 70 milhões de preservativos serão distribuídos gratuitamente em todos os estados. Nos aeroportos do Rio de Janeiro, Salvador e Recife, displays para a oferta de camisinhas estarão disponíveis nos banheiros. Na tentativa de reforçara importância do sexo seguro, o Ministério da Saúde chegou a criar perfis falsos em aplicativos de encontros casuais, como Tinder e Hornet. Em conversas, esses perfis fictícios se identificam como usuários em busca de sexo desprotegido e "sem frescura". Após atrair interessados, vêm os alertas sobre o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis em decorrência da conduta imprudente.
A estratégia foi anunciada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, na segunda-feira 9. "O que mais preocupa são os jovens que assumiram uma prática sexual desprotegida apesar de saber os riscos." Segundo recente pesquisa, 94% da população sexualmente ativa está informada do fato de os preservativos serem a principal forma de prevenir a Aids, mas 45% admite não ter usado camisinha em todas as relações casuais. No levantamento, foram consultados 12 mil cidadãos entre 15 e 64 anos em 2013.
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Cerca de 20% dos portadores não sabem que estão infectados
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Responsável pelo Departamento de doenças sexualmente transmissíveis e Aids do ministério, Fábio Mesquita reconhece: "A estratégia de prevenção com foco exclusivo na camisinha bateu no teto". Não por acaso, as novas peças i publicitárias destinadas ao tema trazem | um apelo para a população realizar testes de HIV. "Continuamos destacando a importância do sexo seguro, com uso de camisinha, mas o slogan agora é outro: '#partiuteste'. A ideia é aumentar o número de diagnósticos e iniciar o tra; tamento o quanto antes, uma forma de evitar novas contaminações."
A premissa parte de uma descoberta relativamente recente da Ciência. Testes clínicos realizados em mais de 1,7 mil casais de nove países demonstraram que o tratamento contra a Aids pode ser tão eficaz quanto os preservativos na prevenção. Os antirretrovirais são capazes de suprimira carga viral dos infectados ao ponto de reduzir a chance de transmissão do HIVpara os seus parceiros em 96%. I n iciado quatro anos antes, o estudo foi eleito a descoberta do ano pela revista Science em 2011.
Por conta da novidade, o Brasil decidiu oferecer o coquetel anti-Aids a todos os infectados, mesmo a quem ainda não apresenta sintomas da doença. Até o fim de 2013, apenas os pacientes com algum comprometimento do sistema imunológico entravam em tratamento. O maior desafio, agora, é superar a subnotificação. Dos 734 mil portadores do HIV existentes no Brasil, estima-se que 20% não sabem que são portadores. Como a doença demora em média 10 anos para apresentar os primeiros sintomas, muitos contaminados disseminam o vírus sem saber.
Em maio de 2014, durante um encontro na Cidade do México promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde e pelo Programa das Nações Unidas para a Aids, o Brasil assumiu o compromisso de aumentar as taxas de diagnóstico e tratamento. Em cinco anos, 90% dos infectados devem saber que carregam o vírus HIV. Destes, 90% precisam começar a tomar os antirretrovirais. Dos que entrarem em tratamento, 90% devem ter a carga viral suprimida. As chamadas metas "9090-90" também foram ratificadas pelas demais nações dos BRICS (Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul). "A expectativa é de que esses objetivos sejam aceitos por toda a comunidade internacional. Com isso, visamos alcançar uma meta maior, acabar com a epidemia de Aids até 2030", diz Mesquita "Não é possível erradicar, mas podemos eliminar os níveis epidêmicos."
Além das campanhas publicitárias de estímulo à realização do exame de HIV, o Ministério da Saúde aguarda a liberação da Anvisa para oferecer testes rápidos em farmácias. Como a epidemia é concentrada em grupos de risco (usuários de drogas, profissionais do sexo e gays), há uma forte aposta na estratégia do peereducation (educação entre pares). "Ninguém melhor do que um usuário de drogas para saber onde encontrar outros usuários e apresentar o teste", explica.
Mesquita. Atualmente, integrantes dos próprios grupos de risco apresentam aos pares o teste rápido, feito com amostra de saliva. Enquanto a taxa de detecção nos centros de teste gira em torno de 1%, um positivo para cada cem exames realizados, o índice do programa Viva Melhor Sabendo, focado em grupos específicos, é superior a 5%.
O governo também aposta nadivulgação de outras formas de prevenção. Desde os anos 1990, profissionais da saúde dispõem de uma tecnologia para eliminar o HIV após acidentes com agulhas ou bisturis contaminados. Conhecido pela sigla PEP, o tratamento só é eficaz se iniciado até 72 horas após a exposição ao vírus, e demanda o uso de medicamentos por 28 dias. Está disponível à população em geral desde 2012 nos hospitais da rede pública, mas poucos conhecem a alternativa. Outra opção em estudo é o PREP, uma profilaxia pré-exposição. Para aumentar a segurança das relações sexuais, seria possível utilizar um gel lubrificante com tenofovir, capaz de neutralizar o vírus HIV. A Fiocruz e a Faculdade de Medicina da USP realizam pesquisas para saber como seria a aceitação da novidade. Há o temor de os jovens abandonarem a camisinha, quando o ideal seria o uso conjunto das duas técnicas.
No Brasil, a epidemia de Aids está estabilizada na faixa de 20 novos casos por anoa cada grupo de 100 mil habitantes. De 2003 a 2013, a taxa de mortalidade caiu de 6,4 por 100 mil habitantes para 5,7.0 número de infecções na faixa etária entre 15 e 24 anos seguiu, porém, em direção contrária. Cresceu 32%. "A atual juventude tem um número maior de parceiros eventuais. Ela sabe da importância da camisinha, mas nem sempre a usa", comenta Mesquita.
É Lei (Jairo Bouer)
O estado de SP
Na última semana, a Inglaterra aprovou uma lei que proíbe uso do cigarro dentro de carros com crianças. A medida vale a partir de outubro e tenta proteger os mais novos dos efeitos nocivos do fumo passivo.
Segundo reportagens publicadas nos sites da BBC Brasil e da CNN, cerca de 3 milhões de crianças são expostas à fumaça de cigarro nos veículos particulares daquele país. A nova lei não veta que motoristas fumem ao volante quando estão sozinhos ou com outros adultos, apenas quando estão acompanhados por menores de 18 anos. A multa prevista é de cerca de R$ 200.
Segundo a Fundação Britânica do Pulmão, as substâncias tóxicas da fumaça do cigarro ficam mais concentradas em espaços confinados e pequenos, como o interior de um carro. Além disso, as crianças estariam sob maior risco por terem pulmões menores, um sistema imunológico ainda em desenvolvimento e respirarem mais rápido. Legislações semelhantes já existem no País de Gales, Bahrein, África do Sul e em partes da Austrália, EUA e Canadá. Outros países estudam a medida.
Além de proteger a saúde das crianças, a lei pode diminuir, também, o apelo que o cigarro tem entre os mais jovens ao dissociar um hábito como conduzir um veículo ao ato de fumar.
Nesse sentido, mais uma medida que está sendo discutida na Inglaterra, que obriga os fabricantes de cigarro a produzir maços genéricos (sem marcas, cores chamativas e logos), também deve ser aprovada em breve. Segundo o Ministério da Saúde da Inglaterra, 200 mil crianças começam a fumar a cada ano no país.
Mais doenças. Outro artigo da última semana, do jornal The New York Times, traz um novo estudo recentemente publicado no periódico The New England Journal of Medicine, que associa o cigarro a cinco novas doenças e mais 60 mil mortes por ano nos EUA. Antes da pesquisa, já eram 500 mil mortes por ano causadas por 21 tipos de doenças (incluindo 12 tipos de câncer).
O trabalho, financiando pela Sociedade Americana do Câncer, analisou dados de quase um milhão de americanos, acompanhados por 10 anos, e evidenciou a relação do fumo com o risco maior de morte por infecções, problemas renais e doenças intestinais causadas por fluxo insuficiente de sangue.
Segundo os Centros de Controle de Doença dos EUA (CDC), 42 milhões de americanos ainda fumam (15% das mulheres e 21% dos homens). Em média, fumantes morrem uma década antes dos não fumantes e têm uma chance 20 vezes maior de morrer por um câncer de pulmão.
As novas doenças associadas ao cigarro foram identificadas após a análise dos dados de mortalidade de fumantes e de não fumantes em cinco centros de pesquisa americanos. Das mortes de fumantes, 83% estavam associadas às doenças classicamente atribuídas ao cigarro. Ao analisar os outros 17%, os pesquisadores encontraram riscos muito maiores de novas doenças. O cigarro provoca impacto no sistema imunológico e na irrigação sanguínea, o que se traduz em maior risco de infecções e problemas em diversos órgãos, como rins e intestino.
Eletrônico em xeque. Mais duas notícias mostram que o cigarro eletrônico, considerado por muitos uma alternativa mais saudável ao convencional ou, ainda, um passo para quem quer parar de fumar, pode ter benefícios bem mais limitados do que se imaginava.
O primeiro trabalho da Universidade de Portland (Oregon, nos EUA), revelado pela agência de notícias ÁFP, mostra que eles podem trazer um risco de 5 a 15 vezes maior de câncer do que o cigarro comum, em função da produção elevada do formaldeído no vapor, conhecido agente cancerígeno.
O outro estudo, da Universidade de Rochester, também nos EUA, publicado no jornal científico PLoS ONE, mostra que os sabores presentes em muitos cigarros eletrônicos poderiam elevar a toxicidade do vapor para o tecido pulmonar. As autoridades de saúde já questionam se os cigarros eletrônicos não deveriam estar sujeitos às mesmas restrições que o tabaco até que seus riscos estejam mais esclarecidos.
Valdirene Aparecida (Fernando Gabeira)
O Globo
Os jornalistas, às vezes, chamam a atenção para os nomes estranhos que surgem nos escândalos políticos. Surgiu agora o de Valdirene Aparecida, que, apesar de inadimplente, teria recebido um empréstimo do Banco do Brasil, com dinheiro do BNDES. Os nomes parecem estranhos no noticiário, porque são nomes de batismo, de modo geral, como é comum na Bahia, uma fusão dos nomes do pai e da mãe.
Valdirene, por exemplo, muito provavelmente, é filha de Valdir com Irene. Tornou-se Vai Marchiori, participou de um reality show, "Mulheres ricas" e é apresentada como socialite. Vi alguns fragmentos do reality show. Valdirene não parecia apenas uma mulher rica, mas alguém fugindo intensamente dos hábitos da população mais humilde, marcados inclusive no seu nome composto: Valdirene, de Valdir e Irene, e Aparecida, talvez em homenagem à padroeira do Brasil.
Suas matérias de viagem eram custeadas por ela, que viaja em jatinho próprio. Vai ofuscou Valdirene e conseguiu um espaço como apresentadora, repórter, blogueira e celebridade. Além disso, tinha grana para produzir as próprias matérias. Dizem os jornais que Valdirene e Aldemir eram amigos, viajavam juntos, e, juntos, decidiram pelo empréstimo no BB, onde Aldemir era presidente.
Ele é um dos executivos ligados ao PT. Chegou ao máximo da carreira ao ser indicado para a presidência de uma Petrobras em transe. E teve esse caso na vida, uma loira como cliente bancária.
A senadora Marta Suplicy já registrou o problema da cor do cabelo no PT, ao afirmar que havia três candidatas mulheres à presidência, Dilma, Marina e ela. Mas observou que não tinha nenhuma chance, pois era a única loira.
No auge da crise internacional, Lula acusou os loiros de olhos azuis de terem arruinado a economia mundial. Se falou isso é porque, em alguma camada de seu inconsciente, acredita na máldade intrínseca dessa gente branca.
Valdirene também é loira. Sua trajetória de fuga da pobreza e a adoção entusiástica de um consumo de luxo aparentemente são sinais de afastamento da galáxia petista. No entanto, no fundo, têm tanto ela como o PT o mesmo deslumbramento com a riqueza. A passagem de Lula pelo Copacabana Palàce, no período eleitoral, mostra que ele tem os mesmos e talvez mais caros hábitos que a própria socialite.
A sensação que tenho é de que Lula gostaria de ter a mesma trajetória de Vai Marchiori. Sua fúria contra os ricos e os loiros de olhos azuis esconde um grande desejo de imitá-los.
No Brasil, há quem ganhe Bolsa Família, há quem ganhe bolsa Louis Vuitton do BNDES. A diferença, como tenho acentuado, é o sigilo do BNDES.
Sinceramente, espero que ela não se ofenda, mas a bolsa de Vai Marchiori é uma mixaria perto do que os outros ricos empresários estão levando. E revela algo característico da burguesia brasileira, sobretudo aquela que o PT considera a elite do B porque o apoia, incondicionalmente. Eles esbanjam dinheiro.
Valtem dinheiro para viajar no próprio jatinho e financiar suas aventuras jornalísticas. Mas, quando precisa de uma graninha extra, vai ao Banco do Brasil, que, por sua vez, aciona o crédito do BNDES. Os donos da Friboi buscam dinheiro no BNDES e, ao mesmo tempo, destinam R$ 250 milhões à campanha do PT.
A trajetória de Aldemir e Valdirene passaria em branco para mim. Não me importo com a vida dos outros nem me disponho a patrulhar gastos alheios quando não se originam em dinheiro público.
No entanto, há uma trajetória comum dos ricos que orbitam em tomo dos governos petistas e bolivarianos. Prosperam num discurso de amor à pobreza, mas, no fundo, querem apenas mais dinheiro.
Valdirene é uma exceção. Nunca a vi elogiar a pobreza, nos poucos minutos em que a ouvi, jamais manifestou amor pelos pobres, algo que é muito comum nos nossos salvadores populistas.
Ao contrário, encarna apenas um espírito elitista, que quer se diferenciar através do consumo de luxo e escolhas sofisticadas.
O PT ama os pobres, tão falsamente como é possível amar os pobres, a Humanidade e outras grandes abstrações.
Mas Valdirene e Lula navegam no mesmo transatlântico de luxo que está se afundando e não nos deixam outra saída, exceto seguir tocando nosso piano, humildemente, enquanto a farsa não se revela em toda a sua amplitude.
O ideal seria tocar a sirene enquanto o drama se precipita sem as máscaras do carnaval. Mas isso é uma tarefa para se pensar na Quarta-feira de Cinzas.
As últimas pesquisas sobre Dilma confirmam minhas intuições de repórter de rua. A confiança está desabando, e o edifício pode cair. Só nos resta repetir em escala nacional o conselho do prefeito do Rio aos moradores de área de risco: acreditem na sirene quando ela tocar.
Prazer solitário
Uma pesquisa para definir o perfil dos assinantes de sites eróticos chegou a conclusões interessantes. A grande maioria deles (60%) costuma assistir o conteúdo adulto sozinho; só 3% deles veem acompanhados. A maior parte dos internautas - 58%, tanto homens quanto mulheres - têm entre 41 e 60 anos. Os temas mais sugeridos para o site são: sexo tântrico e sexo bizarro. A pesquisa foi feita pelo Sexy Hot.
Até a ONU cai no samba (Ancelmo Gois)
Com a campanha "Neste carnaval, perca a vergonha, mas não perca o respeito" a ONU Mulheres vai estar presente nos Blocos Mulheres Rodadas, na quarta, e no Carmelitas, amanhã.
A ideia é chamar a atenção de folionas e foliões sobre a importância de manter a festa livre de assédio e violência. Eu apoio!
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