Depois de quase 3 horas de debates, chegou-se à conclusões preocupantes.
A Eletronuclear não conseguiu esclarecer concretamente sobre o plano das autoridades federais para evacuar as pessoas que moram no entorno das usinas, como fez o Japão. O maior questionamento foi a inexistencia de um Plano de Evacuação seguro em relação ao funcionamento das Usinas Nucleares (Angras I e II), como por exemplo, a ineficiência do aeroporto, estradas em estado crítico e a falta de um píer específico para fuga marítima.
Foram debatidas questões como a inclusão de dispositivos de segurança relacionados aos riscos de elevação do nível do mar, conforme cenários apresentados em 2007 pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, o planejamento sobre a capacidade de suporte para a região de Angra dos Reis absorver o fluxo migratório conseqüente das obras planejadas de Angra 3 e porque o plano de emergência não foi suficientemente testado.
Por outro lado, as simulações de emergência são realizadas apenas a cada dois anos para treinar a população em caso de acidente nuclear, significando que apenas 0,35% da população é alcançada. Os abrigos em escolas estaduais, municipais e o ginásio do Colégio Naval, todos sem vedação, não serão eficazes para proteger a população da radiação.
- A rodovia BR101 (Rio Santos) tem vários pontos em obras em razão de ser uma rodovia sujeita a deslizamentos; a estrada Paraty-Cunha continua interditada.
- Não existem acessos em número suficiente da uma evacuação da população pelo mar, e muitos menos embarcações em número suficiente, já que a região possui apenas pequenos barcos de pesca.
- Fuga pelo ar é impossível, já que o aeroporto é pequeno, sem condições de receber aviões de médio porte, só pequenos.
- Náo existem abrigos vedados à radiação nas cidades limítrofes às usinas nucleares
- Os planos de simulações de evacuação com a população são realizados apenas a cada 2 anos (!), sendo que o último, realizado em 2009, só teve a participação de 60 pessoas.
- Os resíduos - lixo nuclear - são guardados apenas a 200 metros das usinas nucleares, ao contrário dos demais paises, onde os resíduos são guardados em lugares seguríssimos. A Eletronuclear disse que só em 2020 se saberá onde guardar esses resíduos nucleares.
- A Usina Angra II está funcionando sem autorização definitiva por parte das autoridades, estando dependendo de um parecer do Ministerio Publico Federal.
- O projeto de construção das usinas prevêem impacto de ondas de apenas 4 metros (no Japão, alcançaram 10 metros)
- Num eventual acidente, a nuvem de radiação, num primeiro momento, alcançaria as populações de Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro, chegando até à zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, náo existindo qualquer tipo de orientação para os moradores mais distantes das usinas.
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