Parabéns ABGLT 20 na luta pela cidadania - 1995 - 2015
Toni Reis
Feliz aniversário de 20 anos, ABGLT!
Por Guy Franco | Guy Franco – sáb, 31 de jan de 2015
(Foto: AFP)
A ABGLT surgiu no dia 31 de janeiro de 1995, em Curitiba. Completa, portanto, 20 anos neste fim de semana. Hoje, reúne mais de 280 organizações por todo o país, promovendo ações que garantem a cidadania e direitos humanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e demais gêneros ainda não-catalogados.
Também é atuante internacionalmente e, desde 2009, tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.
Para ficar num exemplo, denunciam a violação dos direitos humanos em 80 países que ainda criminalizam a homossexualidade, como acontece em Uganda. Suas ações são um catálogo de cartas de repúdio (da cantora Joelma à bancada evangélica) e notas de parabenização. A obrigação moral de descer a lenha em gente safada funciona desde a fundação do movimento.
Um passo importante na promoção da livre orientação sexual tem sido a maior visibilidade do público gay. Passa pelo mais básico, desconstruir a imagem de marginalizados, ligada à homossexualidade e transexualidade, mostrando para a sociedade aquilo que ela nem desconfia - que ela ainda está muito distante da civilização. É preciso sempre lembrar que a violação dos direitos humanos continua sendo assustadora em nosso país.
Por isso a avalanche de cobranças às autoridades picaretas. O então Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi malhado pelo movimento por suas intervenções contra a prevenção de DSTs para as populações mais vulneráveis.
A história da ABGLT é também a história do avanço das políticas públicas contra o HIV/Aids. Prevenção, diagnóstico e atenção aos portadores da doença faz parte do trabalho do movimento e é de grande importância hoje, principalmente com o crescente descaso com a doença.
O descaso, os dados demonstram, afetam muita gente. Segundo a Unaids, há alguns anos que ocorre uma maior incidência de infecção por HIV entre jovens homossexuais.
O Brasil é referência no combate à Aids, oferecendo tratamentos gratuitos, remédios feitos no país e diagnósticos rápidos. Um dos principais objetivos da ABGLT, e que consta em sua Carta de Princípios, é a interferência na elaboração de políticas públicas de saúde e afins para as pessoas mais vulnerável.
A ABGLT luta contra a discriminação das chamadas minorias desfavorecidas. E cada crime contra a população gay traz de volta a discussão sobre a criminalização da homofobia. Em resumo, o que a ABGLT pede é o mesmo rigor que se dá hoje com o racismo. Acredito que uma hora a PLC 122, ou projeto parecido, vai passar.
O confronto com as políticas públicas no mundo dá a medida do comprometimento pela causa por aqui. O Brasil é um dos poucos países onde homossexuais podem se casar. Ao mesmo tempo, é o lugar onde mais estão sujeitos à violência. Criminalizar a homofobia é muito pouco. A discussão sobre reincidência criminal, impunidade e justiça mais dura também poderiam estar na agenda da causa gay. Sim, estou sugerindo pautas à ABGLT.
Hoje, a ABGLT faz 20 anos. Parabéns! E que não dure mais 20. Que no futuro próximo não precisemos de entidades que lutem contra a discriminação. Que sejamos devidamente civilizados. Torço muito para isso.
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Enviado por: "Toni Reis - GMail"
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