Pesquisadores detectam presença de componentes tóxicos em produtos para bebês
RIO - Numa pesquisa divulgada esta semana, cientistas afirmam terem detectado a presença de retardadores de chamas tóxicos em 80% de produtos destinados a bebês e lactantes analisados. Entre os objetos analisados, estão carrinhos de bebê e colchões de berço. Um dos componentes descobertos foi banido anos atrás em 172 países e 12 estados americanos exatamente pelos riscos de contaminação.
O estudo foi publicado na revista "Environmental Science & Technology" e analisou também almofadas para amamentar e andadores, entre outros produtos que contêm espuma de poliuterano. O objetivo dos retardadores de chama são adicionados na fabricação de produtos, para reduzir o risco de a espuma de poliuretano pegar fogo e queimar devagar, se um incêndio acontecer.
Heather M. Stapleton e seus colegas apontam que preocupações com a saúde dos usuários levaram a uma eliminação progressiva do uso de éteres difenílicos pentabromados (pentaBDE), o retardador de chama mais popular antes de 2004.
Para seguir os padrões estabelecidos sobre inflamabilidade, os fabricantes então passaram a usar outros retardadores de chama, sobre os quais, em muitos casos, há poucos dados sobre seus efeitos para a saúde disponíveis.
A situação deixou lacunas no conhecimento sobre exatamente quais retardadores de chama estavam sendo usados nos produtos com espuma de poliuterano, e em qual concentração. O grupo de Stapleton trabalhou para preencher essas lacunas.
Eles detectaram retardadores de chama potencialmente tóxicos em 80% das espumas de poliuterano coletados em 101 produtos de bebês. Entre eles, estavam compostos associados a pentaBDE, sugerindo que a substância proibida ainda continua em uso, assim como dois potenciais cancerígenos, TCEP e TDCPP.
"Estudos futuros são necessários para medir especificamente a exposição de crianças a esses retardadores de chama a partir do contato direto com esses produtos, e para determinar se há alguma razão para nos preocuparmos com isso", afirmam os autores no estudo.
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