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Carta manifesto para os governos, lideranças e formadores de opinião, entidades
médicas e científicas e população em geral – Rio de Janeiro, Junho de 2012.
Nós, ONGs TB participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (UNCSD) Rio+20, chamamos a atenção para a importância do Combate à
Tuberculose.
Combater a Tuberculose – O desafio
A tuberculose (TB) é uma das enfermidades mais antigas do mundo. Mas não é uma
doença do passado como muitos imaginam. Segundo estimativas da OMS, dois bilhões
de pessoas, o que corresponde a um terço da população mundial, está infectada pelo
Mycobacterium tuberculosis. Destes 9 milhões, desenvolverão a doença e 2 milhões
morrerão a cada ano.
O Brasil faz parte do grupo de 22 países responsáveis por 80% do total de casos de
tuberculose no mundo, com 36 casos registrados da doença para cada 100 mil
habitantes. Apesar dos avanços, a doença ainda esta longe de um controle efetivo. No
país, a tuberculose representa a quarta causa de óbitos por doenças infecciosas (4,6 mil
mortes em 2010) e a primeira entre pacientes com Aids.
O Rio de Janeiro se destaca no quadro nacional por apresentar, historicamente, uma
das maiores incidências de tuberculose do país (70 / 100.000 habitantes), elevada
coinfecção TB/HIV e uma estimativa de 900 óbitos a cada ano. Números inaceitáveis
para uma doença que tem cura.
Vimos conclamar a população e cobrar das autoridades e gestores da saúde maior
empenho no enfrentamento da tuberculose e seus determinantes sociais. Acreditamos
que só por meio das seguintes ações seremos capazes de reverter os atuais indicadores
da tuberculose no Brasil e no mundo:
- Buscar o atingimento dos ODM (meta 6 - combate ao HIV/aids, malária,
- Maior visibilidade e priorização das ações voltadas ao controle da Tuberculose e
- Promover campanhas de conscientização de massa sobre a importância da
diagnóstico precoce e a um tratamento de qualidade humanizado;
- Investimentos concretos no incentivo à pesquisa e produção nacional de novos
- Implementação e ampliação do tratamento supervisionado para Tuberculose,
tratamento para os pacientes como auxílio transporte e alimentação (Cestas
Básicas); Fortalecimento do SUS e Programas de Saúde com a participação de
Agentes Comunitários de Saúde e participação de pacientes;
- Combater a pobreza, a fome e a exclusão social, através da criação de programas
- Combater o estigma, o preconceito e a discriminação relacionados à TB;
- Maior rigor, transparência e compromisso social na aplicação e uso dos recursos
- Fortalecimento, fomento e a sustentabilidade da participação da Sociedade Civil
Os governos têm uma dívida a reparar com essas populações
As ações de combate da tuberculose estão muito aquém de uma resposta efetiva de
controle, A cada dia a tuberculose continua a avançar de forma devastadora
principalmente nos segmentos mais vulneráveis da população, crescendo
acentuadamente nas periferias, nos bolsões de pobreza, entre a população de rua,
encarcerados e pessoas vivendo com o HIV/AIDS.
Construindo uma resposta coletiva na Luta contra a Tuberculose
O papel da mobilização social no controle da tuberculose
Nós, do movimento social de luta contra a Tuberculose e o HIV/Aids, acreditamos
que só através da mobilização social, do compromisso político das autoridades, bem
como, da melhoria das condições de vida da população junto à implementação de
políticas públicas de moradia, trabalho e renda é que poderemos conter o avanço da
doença. A retomada da mobilização social na luta contra a tuberculose no Brasil, por
meio da criação de Fóruns, Grupos de Pacientes e redes sociais de luta contra a
tuberculose, é um marco histórico e um importante instrumento político para mudar
o dramático cenário da doença e a negligência da saúde junto às populações mais
vulneráveis.
Assinam essa carta manifesto o coletivo das entidades não governamentais:
Fórum Estadual das ONG no Combate à Tuberculose – RJ
Secretaria Executiva
CEDUS - CEDAPS - GRUPO ÁGUA VIVA - GPV Niterói
REDE DE COMUNIDADES SAUDÁVEIS
Contato: forumongstbrj@yahoo.com.br
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