Banco de sangue vai capacitar profissional contra a homofobia
Camila Brunelli
Maíra Sanches
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A Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), que administra o Hemocentro Regional do Grande ABC, preparou dará treinamento de três dias para os 120 profissionais que trabalham nos postos de coleta de sangue da região, espalhados em hospitais de Santo André, São Bernardo e São Caetano.
O objetivo é orientar os profissionais com palestras e aulas para evitar que situações desrespeitosas envolvam novamente atendentes dos postos de coleta e homossexuais que se disponibilizem a doar sangue. O caso teve repercussão depois de reportagem publicada pelo Diário no dia 13, que denunciou o comportamento discriminatório de funcionários que debocharam de casais gays no momento em que revelaram suas opções sexuais.
A gerente regional da Colsan, Solange Rios, explicou que a capacitação é direcionada dos recepcionistas até os médicos. "Vamos mudar toda a técnica de atendimento. O ato preconceituoso não pode acontecer de novo, nem com gays ou héteros, pobres ou ricos". A gerente disse que a intenção é estender o treinamento a todos osfuncionários da Colsan. "Se aconteceu no Grande ABC, pode acontecer em qualquer lugar", explicou.
PROTESTO
Ontem, Dia de Internacional de Combate à Homofobia, 260 cruzes foram levadas ao Paço de Santo André em memória dos homossexuais mortos em atos de violência em todo o Brasil em 2010. O presidente da ONG ABCD''S, (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), Marcelo Gil, afirmou que Santo André é a única cidade da região que possui política pública consistente de combate a esse tipo de violência. "O ápice da discriminação são essas pessoas que foram mortas, mas nós sofremos homofobia desde o momento que entramos em um restaurante, por exemplo", apontou Gil.
Ontem, Dia de Internacional de Combate à Homofobia, 260 cruzes foram levadas ao Paço de Santo André em memória dos homossexuais mortos em atos de violência em todo o Brasil em 2010. O presidente da ONG ABCD''S, (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), Marcelo Gil, afirmou que Santo André é a única cidade da região que possui política pública consistente de combate a esse tipo de violência. "O ápice da discriminação são essas pessoas que foram mortas, mas nós sofremos homofobia desde o momento que entramos em um restaurante, por exemplo", apontou Gil.
Deputados frisam importância da capacitação
Os deputados ouvidos pelo Diário ressaltaram a importância da capacitação dos profissionais de Saúde para que não se repita a situação de discriminação e preconceito mostrada pela reportagem publicada na semana passada.
Para o deputado estadual Donisete Braga (PT) é preciso exigir que a Secretaria Estadual de Saúde oriente e qualifique os profissionais para o atendimento. "Não basta ter bons equipamentos se os profissionais não estão bem preparados."
Quem compartilha da mesma opinião é o deputado federal Vicentinho (PT). "Essa atitude reforça a importância do treinamento de funcionários, principalmente aqueles que lidam com o público para que, independente da orientação sexual, todos sejam tratados com respeito."
O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) defendeu punição para atos de discriminação. "A realidade tem mudado, como o reconhecimento da união de casais homossexuais. Por isso, é preciso que os profissionais saibam lidar com o novo momento da sociedade." (Bruna Gonçalves)
Campanha exalta lei que aplica multa por discriminação
A Prefeitura de Santo André espalhou cartazes por diversos pontos da cidade em comemoração ao Dia Internacional de Combate a Homofobia. Os cartazes ressaltam a lei 10.948/2001, que estabelece multas e outras penas por discriminação de homossexuais, bissexuais e transgêneros.
Assessora de política de gênero do Departamento de Humanidades, Carolina Rodrigues de Carvalho, afirmou que a medida visa divulgar a lei e a diversidade sexual.
"Para isso, os cartazes contém fotos de casais gays. Além disso, comemoramos também o direito da união estável entre estes casais, concedido pelo Superior Tribunal Federal."
Para a assessora, os homossexuais têm de seguir lutando. "Existe ainda muito a ser conquistado. Segundo a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), são cerca de 70 direitos privados aos gays, como o auxílio funeral e a licença luto" afirmou Carolina, que participará hoje da marcha nacional contra a homofobia, em Brasília.
No fim de semana acontecerá o 2º Grito da Diversidade LGBT em Diadema. O evento, que tem em suaprogramação espetáculos musicais e de dança, show de drag queens e uma roda de debate, acontecerá no estacionamento do Centro Cultural Diadema, ao lado da Praça da Moça, no Centro. (Henrique Munhos)
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