Remédio de graça. Só falta a prevenção
Correio Braziliense - 04/02/2011
Presidenta Dilma Rousseff anuncia a liberação, a custo zero, de medicamentos para hipertensão e diabetes, mas especialistas alertam também para a conscientização da população
Com o anúncio de que os medicamentos contra hipertensão e diabetes serão distribuídos gratuitamente pelo governo no programa Aqui Tem Farmácia Popular, os 960 mil usuários cadastrados no projeto, que antes pagavam 10% do valor dos remédios, agora não desembolsarão nada. A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciaram a medida ontem, no Palácio do Planalto, e também comemoraram a marca de 15 mil estabelecimentos credenciados em todo o país onde os remédios serão distribuídos. A promessa é que as farmácias serão mais fiscalizadas para evitar desvios e abusos. Especialistas elogiam a medida, mas lembram que é preciso haver mais campanhas de conscientização sobre como agir ao descobrir as doenças.
Para ter acesso aos remédios, os usuários deverão apresentar documento com foto, CPF e receita médica de um profissional do Sistema Único de Saúde (SUS) ou de um médico particular no balcão da farmácia conveniada. As medidas deverão ser implementadas pelos estabelecimentos cadastrados até o próximo dia 14, período concedido para adaptação dos sistemas de vendas.
De acordo com o Ministério da Saúde, o programa tem um orçamento de R$ 470 milhões e beneficia ao todo 1,3 milhão de brasileiros. “Esse compromisso (gratuidade dos remédios) não terá nenhum custo adicional ao ministério. Convencemos o setor privado de que era importante reduzir as margens de lucro. Foi possível fazer esse grande acordo”, disse Padilha. O ministro aproveitou o evento para destacar a presença do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). “Eu acredito muito, inclusive, que o governador Agnelo Queiroz vai colocar a saúde em ordem em Brasília. Nós seremos parceiros nisso. Desde o primeiro dia do seu governo ele já nos procurou no Ministério da Saúde e começamos a construir parcerias, por exemplo, para agilizar a execução das UPAS no DF.”
Com exceção dos medicamentos para diabetes e hipertensão, que a partir de agora passam a ser gratuitos, o governo federal financia 90% do valor de referência dos outros medicamentos no Aqui Tem Farmácia Popular, que incluem mais cinco doenças (asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma), além de fraldas geriátricas.
Dilma ressaltou que os medicamentos são o item de maior peso no bolso das famílias mais humildes. Segundo ela, 12% da renda da população mais pobre são gastos com remédios, enquanto nas camadas com poder aquisitivo maior a mesma despesa representa 1,7%. “Não podíamos admitir que esse ônus de origem social colocasse em risco a vida de portadores pobres de disfunções para as quais a medicina já tem tratamento seguro e garantido.”
O diretor de relações governamentais da Associação Diabetes Juvenil (ADJ Brasil), Sérgio Metzger, lembrou que não adianta apenas distribuir o medicamento de graça. Segundo ele, é preciso conscientizar a população sobre como usar os medicamentos e, especialmente, em relação à prevenção.
Assim que acabou o evento, a presidente Dilma Rousseff fez uma rápida avaliação sobre seu primeiro mês de governo: “Eu acho que o primeiro mês foi de muito trabalho e acredito que é uma indicação da quantidade de trabalho que eu tenho nos próximos”, comentou.
Encerrada a solenidade, o governador Agnelo Queiroz prometeu ampliar a quantidade de farmácias credenciadas para distribuição de remédios aos pacientes da rede pública da capital. Atualmente, há 288 estabelecimentos autorizados a entregar os medicamentos gratuitamente à população. “A hipertensão e a diabetes são patologias que atingem uma grande quantidade de pessoas que necessitam da farmácia popular. Nada mais justo expandir a gratuidade dos medicamentos”, defendeu. O petista acredita que, com a expansão da rede autorizada, os pacientes poderão buscar o auxílio perto de casa.
Agnelo não detalhou como será feita a ampliação do sistema no Distrito Federal. Mas, segundo ele, o projeto sairá do papel com ajuda de parcerias nacionais. Desde que assumiu o Executivo local, o petista se reuniu duas vezes com Padilha para pedir recursos ao GDF. “Além de unidades exclusivas da farmácia popular, também vamos colocar postos dentro da rede privada de hospitais. Hoje, são poucas farmácias espalhadas pelas cidades do DF”, avaliou.
cortesia clipping Bem fam
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