Recebi do Colega
Celso Tavares,
Infectologista:
Caríssimos:
1- A dengue continua sendo nossa grande preocupação,
2- Precisamos iniciar imediatamente uma hidratação abundante,
3- Repouso também é essencial,
4- O paciente suspeito de Zika DEVERIA ser atendido em Unidade Básica ou em consultório, evitando sobrecarregar as Emergências,
5- Nas nossas circunstâncias, isso nem sempre é possível, lamentavelmente,
6- Na Zika, o quadro, na maioria dos casos que vi, começa com coceira e manchas e depois vem uma febre baixa. Alguns não a apresentam. Dores e, às vezes, edemas articulares. No dengue, as manchas e as coceiras surgem após uma febre alta, no quarto ou quinto dia,
7- Sugiro que encaminhem o paciente ao seu médico e que MANTENHAM resguardo - fiquem em casa lendo, vendo TV e tomando um porre de água e sucos,
8- Complicação: O grande problema é a síndrome de Guillian-Barré. Ela surge uma a três semanas, às vezes mais, e acomete uma parcela mínima dos pacientes. UMA PARCELA MÍNIMA, repito.
9- O paciente plenamente recuperado, passa a apresentar formigamento nos pés, que evolui com fraqueza em ambas as pernas. É ascendente e simétrica. Subindo, vai atingir braços e tórax e aí, o paciente vai apresentar paralisia respiratória, o que exige UTI .
10- Sugiro que leiam os jornais acerca da situação na Bahia. NÓS SOMOS ELES AMANHÃ. Têm 49 casos e estão enfrentando dificuldades para assisti-los. A SESAB está se saindo bem.
11- A frequência do agravo é de 1 a 2 casos por 100 000 habitantes e a síndrome ocorre após diversas doenças - hepatites A e B, mononucleose, citomegalovirose, influenza... O problema parece ser a ocorrência de Zika em quem já teve dengue, o que faz com que essa frequência eleve-se substancialmente.
12- Resumo: Zika habitualmente apresenta uma evolução branda, b) deve-se SEMPRE afastar a hipótese de dengue, C) buscar assistência, se possível em consultório ou em unidades básicas, D) lembrar que uns poucos apresentarão a síndrome e que O DIAGNÓSTICO PRECOCE E O PRONTO TRATAMENTO SÃO ESSENCIAIS, melhorando o prognóstico.
13- Não há como prever quem apresentará essa complicação.
14- O mais importante é o CONTROLE DO AEDES AEGYPTI. Lembrem-se que se não o controlarmos, proximamente também teremos CHIKUNGUNYA, um verdadeiro inferno.
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