A distribuição da presidência das comissões é, normalmente, feita de acordo com os poderes/tamanho das bancadas dos partidos políticos. Os partidos maiores ficam com a ‘melhores’ e mais importantes comissões, os menores, desde que da base de apoio do governo, abocanham aquelas consideradas mais ‘desimportantes’. Isso é pauta de muita negociação e barganha.
Pois bem, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que cuida de temas como temas como direitos LGBT, liberdade e diversidade religiosa, políticas para mulheres, ficou, na divisão, com o PSC. E é provável que o PSC indique Marco Feliciano para a sua presidência.
Marco Feliciano pode ser tudo, menos defensor dos direitos humanos e minorias. São públicas e notórias as opiniões do deputado sobre os negros, homossexuais e praticantes de outras religiões, em especial as religiões afro.
Segundo o pastor, a AIDS seria um “câncer gay”, e os africanos seriam “descendentes de ancestral amaldiçoado por Noé” , e no continente africano repousaria “a maldição do paganismo, do ocultismo, misérias, Ebola, AIDS e Fome”.
Para o possível futuro presidente da comissão, “negro é negro, não tem como mudar, diferente dos homossexuais”. (Apenas dois neurônios são necessários para entender o que esta fala significa....)
Feliciano na presidência da comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, Telhada na posição equivalente no município de São Paulo. Isso diz muito da maneira como levamos à sério uma das mais importantes questões no Brasil.
A dignidade e os direitos são rifados numa barganha auto-interessada. Se negociações e barganhas são necessárias para que se governe, a escolha do que barganhar é e até onde negociar é uma questão de opção.
Mas os direitos das minorias não são uma opção, e sim uma necessidade urgente. Pena que os principais partidos políticos nacionais não pensem assim, sempre dispostos a entregar as pastas e pautas dos Direitos Humanos aos seus seus piores inimigos.
Resposta rápida
Nenhum comentário:
Postar um comentário