terça-feira, 5 de março de 2013
Curamos a primeira criança de AIDS?
A
boa notícia foi anunciada na Conferência sobre
Retroviroses e Infecções Oportunísticas, em
Atlanta (EUA). Um bebê nascido na área rural do
Mississipi (EUA) foi curado da AIDS depois de ser tratado com um
“regime agressivo de drogas” logo após o nascimento.
O fato aconteceu há 2 anos e meio, e
abre as portas para que milhares de bebês que nascem com
AIDS sejam curados também. Se confirmado, será o
segundo caso de cura
da doença.
Nascido com AIDS
Muitas
pesquisas evidenciam que tratar bebês nascidos de mães
portadoras do HIV com drogas anti-retrovirais pode prevenir
infecções. Há até mesmo uma combinação
de drogas, chamada de Truvada, que foi aprovada para este objetivo
em julho de 2012.
Entretanto,
este não foi o caso do bebê em questão, que
passou por cinco testes para HIV e teve resultado positivo em
todos eles.
Os dois primeiros testes, feitos com
intervalo de uma hora, indicavam 20.000 cópias do vírus
por mililitro, o que é considerado baixo para um bebê.
Entretanto, como os testes deram positivo logo após o
nascimento, os médicos acreditam que a infecção
aconteceu no útero, e não no nascimento.
Ataque precoce
Normalmente,
o vírus infecta primeiro o sangue e depois migra para
outros órgãos, escondendo-se em células
infectadas, mas que não ficam doentes, e que servem para
disparar novos surtos da doença. São os chamados
repositórios virais, que tem frustrado tratamentos até
hoje.
No
caso desta criança recém-nascida, a médica
tomou uma decisão incomum: administrar não apenas a
Truvada, mas um regime triplo de drogas, que são usadas
para tratar a infecção, e em dose maior.
A
intenção da Dra. Hannah B. Gay, professora associada
de pediatria, era iniciar o tratamento da doença
imediatamente, antes mesmo dos resultados confirmarem a infecção.
A administração das drogas começou 30 horas
depois do nascimento.
Aos 18 meses de tratamento, por razões
que não são claras, a mãe da criança
parou de levá-la ao hospital, não comparecendo às
consultas marcadas. Quando trouxe a criança novamente ao
médico, aos 23 meses, apesar de ela não estar
recebendo a medicação há 5 meses, os exames
não detectaram qualquer carga viral.
Cura?
O
caso é bastante polêmico, por que se trata de apenas
um paciente. A Dra. Gay aponta que é importante testar o
procedimento em outros bebês nascidos de mães
portadoras de HIV, para ter a confirmação de sua
eficácia.
Outros
pesquisadores alertam também para o fato de que é
preciso primeiro confirmar que a criança estava realmente
infectada com o vírus.
Por
fim, este tratamento tem pouca ou nenhuma relevância para
pacientes adultos ou adolescentes que são diagnosticados
bastante tempo depois da infecção inicial.
Mas
é possível, neste caso, que a decisão da
médica de iniciar um tratamento anti-retroviral agressivo
menos de 31 horas depois do nascimento possa ter levado a sua cura
– as drogas teriam atacado o vírus antes da formação
dos assim chamados reservatórios virais.
A
esperança é que, se confirmada a cura, este
tratamento seja adotado em países pobres, onde muitas
crianças nascem de mães portadoras de HIV.
[ScienceDaily,
Forbes,
WallStreet
Journal, NY
Times]
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Bjossssss.
Sadessa Vieira.
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Sadessa T. Vieira
Diretora Presidente da ATNH/RS
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