CLIPPING-Saúde, Sexualidade & Afins
07/Abr./2014
DIA MUNDIAL DA SAÚDE
Os desafios que ainda assolam o País no Dia Mundial da
Saúde
OMS
São muitos os desafios a serem enfrentados na
área da saúde mundo afora. Para conscientizar a população sobre o tema, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora hoje, o Dia Mundial da Saúde. No
Brasil, por exemplo, iniciativas como o Programa Mais Médicos, do governo
federal, beneficiam mais de 33 milhões de brasileiros levando assistência
médica às periferias das grandes e das médias cidades e aos rincões mais
afastados do País. Em outra frente, o governo anunciou que o investimento
previsto para os hospitais universitários federais este ano será na ordem de
R$970 milhões.
Neste mês, mais 3.745 médicos formados fora do
Brasil ingressaram no programa para suprir o déficit de profissionais no quadro
de atendimento dos postos de saúde no País, informou a presidente da República,
Dilma Rousseff."É um passo enorme para garantir mais saúde e mais
qualidade no atendimento médico. Não teremos mais aquela situação de municípios
sem nenhum médico ou de só ter médico no posto em um ou dois dias da semana, ou
um ou dois dias por mês", disse Dilma
Ainda segundo Dilma, o Mais Médicos também
desafogará outras unidades de saúde, como as UPAs e emergências dos hospitais,
e resolverá cerca de 80% dos problemas de saúde nos postos. O governo federal
também trabalha para aprimorar a formação e a especialização de médicos no
País. "Uma das ações do Mais Médicos é aumentar o número de cursos de
Medicina no Brasil e, assim, aumentar o número de vagas. Vamos abrir 11.500
novas vagas de graduação até 2017. Somente no meu governo já ampliamos em 3.445
o total de vagas dos cursos de Medicina no Brasil. Além disso, para formar os
médicos especialistas, teremos mais 12.400 vagas em residência médica, das
quais 2.403 já foram abertas", disse a presidente.
Com relação aos hospitais universitários, o
montante para investimentos foi aprovado nesta quinta-feira, na primeira
reunião do ano do Comitê Gestor do Programa Nacional de Reestruturação dos
Hospitais Universitários Federais (Rehuf), coordenado pela Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares (Ebserh). Os investimentos servirão para aquisição de
equipamentos, medicamentos, produtos para saúde, além de reformas e ampliações
dos hospitais. A primeira parcela de recursos está prevista ainda para o mês de
abril.
Os critérios para liberação das verbas também
foram aprovados e levarão em conta, entre outros, porte das unidades, número de
leitos, taxa de ocupação hospitalar, número de funcionários por leito e a
inserção dos hospitais nas redes temáticas do Ministério da Saúde (MS) como; Rede
Cegonha, Rede Psicossocial e ações de humanização.
Para o diretor de Atenção à Saúde da Ebserh,
Celso Araújo, os investimentos realizados pelo programa nos últimos anos têm
transformado a realidade dos hospitais. "Para este ano estão previstos
investimentos em obras e reformas, além da aquisição de equipamentos que trarão
avanços ainda maiores, primando sempre pela qualidade e segurança do
atendimento prestado à população", afirmou o diretor.
A reunião foi presidida pelo diretor Celso
Araújo, como representante do Ministério da Educação (MEC), e contou, entre
outros, com os seguintes participantes: Bruno Moretti e Elton Rocha Bicudo,
representantes do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG); Ana
Paula Cavalcanti, do Ministério da Saúde (MS); Margareth de Fátima Formiga Melo
Diniz, da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes); Mônica Almeida Neri e José Roberto Ferrara, dos
hospitais federais.
O preço da saúde (Drauzio Varella)
Folha de SP
Aqui, a reorganização da assistência médica
tem papel central nas reivindicações populares
O custo da saúde está pela hora da morte. O
preço dos medicamentos recém-descobertos e das novas tecnologias deixa para
trás os valores da inflação.
Repassar integralmente esses custos para o SUS
ou para os usuários dos planos de saúde é inviável. Sem repassá-los, no
entanto, o sistema corre risco de desabar, dilema que só não aflige os países
que negam a seus habitantes o acesso à saúde pública.
Aqui, como na Europa, Japão e Estados Unidos,
a reorganização da assistência médica tem papel central nas reivindicações
populares e na agenda dos governantes.
O Brasil é o único país com mais de 100
milhões de habitantes que teve a ousadia de declarar a saúde como direito do
cidadão e dever do Estado. Pena terem os constituintes de 1988 esquecido de
mencionar de onde viriam os recursos para tal generosidade.
Essa falta de previsão deu origem a uma hidra
de duas cabeças: o SUS e a Saúde Suplementar. Cerca de 150 milhões de
brasileiros dependem exclusivamente do SUS, enquanto 50 milhões são detentores
de planos de saúde, sem perder direito ao sistema único, entretanto.
Os números escancaram a desigualdade: o SUS
consome apenas 46% dos gastos em saúde para atender a três quartos dos
brasileiros; a saúde suplementar, 54%.
Nos tempos da inflação galopante, as
operadoras de saúde recebiam as mensalidades na data do vencimento, mas só
pagavam os prestadores de serviços 60 a 90 dias mais tarde. Com índices
inflacionários de 30% ou 40% ao mês, o preço dos serviços médicos,
laboratoriais e hospitalares ficavam irrelevantes.
A partir da estabilização da moeda, a festa
acabou, o lucro passou a depender da administração cuidadosa das despesas.
Hoje, a lucratividade média anual das operadoras está em 2% a 3%, semelhante à
do mercado das companhias aéreas que convive com falências sucessivas.
A saúde suplementar se encontra num beco sem
saída, em que as mensalidades se tornam cada vez mais inacessíveis
--especialmente aos mais velhos--, ao mesmo tempo em que o envelhecimento
populacional e o encarecimento da assistência impõem despesas crescentes.
A situação do SUS é ainda mais precária. De um
lado, o financiamento governamental insuficiente para atender às necessidades
da população que envelhece, engorda, fica sedentária e desenvolve doenças
complexas como ataques cardíacos, derrames cerebrais, diabetes e câncer. De
outro, a incompetência administrativa, o cipoal das leis que regem o
funcionalismo público, a ingerência de interesses paroquiais e a corrupção.
Como nas casas em que falta dinheiro, todos
brigam, os administradores do SUS se queixam da Saúde Suplementar, que se
queixa do excesso de controle governamental. Ambos criticam os médicos,
hospitais e outros prestadores de serviços que se concentram nos grandes
centros e inflacionam os custos com exames desnecessários, próteses ortopédicas
e equipamentos cirúrgicos caríssimos.
Os hospitais responsabilizam o SUS por
remunerá-los a preço vil e os planos de saúde pelos atrasos no pagamento e por
glosar despesas legítimas. Os médicos se consideram explorados, vivem em
conflito permanente com o SUS e em guerra declarada contra a saúde suplementar.
Os usuários consideram a assistência oferecida
pelo SUS uma indignidade e elegem os planos de saúde como um dos campeões de
reclamações no Procon.
Com a falta de programas de prevenção para
reduzir o número de doentes, o envelhecimento dos brasileiros e a incorporação
de novas tecnologias, a tendência dessa conjuntura perversa é ficar pior.
Nosso sistema de saúde precisa com urgência de
um pacto social capaz de ouvir autoridades públicas, usuários, representantes
da saúde suplementar e do poder Judiciário, hospitais, médicos e a indústria
farmacêutica, para adotarmos estratégias de medicina preventiva e chegarmos a
consensos que permitam racionalizar custos, evitar desperdícios, dificultar a
corrupção e disciplinar a judicialização, que impõe gastos muitas vezes
injustos para o SUS e para os planos de saúde.
Sem esse entendimento o sistema vai se
esfacelar. De que adiantará jogarmos a culpa uns nos outros?
Vacina anti-HPV para os meninos
Correio Braziliense
Estudos mostram que a imunização protege a
população masculina contra verrugas genitais e câncer no pênis, no ânus e na
garganta. Cidades brasileiras já aplicam a prevenção em garotos
Diversas pesquisas apontam que indivíduos com
a vida sexualmente ativa terão contato, pelo menos uma vez, com o vírus do
papiloma humano (HPV). Porém, nacionalmente, apenas as meninas de 11 a 13 anos
são vacinadas contra a infecção pelo patógeno. A distinção entre os sexos para
a imunização acende dúvidas em pais, educadores e até mesmo crianças e
adolescentes que são o alvo da campanha. Se a transmissão é sexual, por que não
vacinar também os homens, que poderão passar o vírus para suas parceiras e
sofrer consequências do contágio? De fato, a cada momento, são maiores as evidências
de que a imunização é eficaz para proteger jovens do sexo masculino do
desenvolvimento de verrugas genitais e cânceres do tipo peniano, anal e de
garganta.
Com base nesses resultados, a medida começa a
ser aplicada em alguns países e também em cidades brasileiras. Na semana
passada, meninos de 11 a 13 anos começaram a ser vacinados contra o HPV em
Campos de Goytacazes (RJ). A cidade se une a Taboão da Serra (SP), que adotou a
prevenção no ano passado, e a Farroupilha (RS), município pioneiro em incluir o
imunizante no calendário de vacinas para o sexo masculino. Cada um desses dois
municípios espera vacinar pelo menos 3 mil adolescentes este ano, repetindo a
meta de 2013.
Em Campos dos Goytacazes, o objetivo é maior:
aplicar as doses em12 mil garotos. O secretário de Saúde do município
fluminense, Doutor Chicão, diz que a intenção é fazer uma ação permanente, que
será continuada nos próximos anos. Lá, as meninas de 11 a 15 anos são
protegidas desde 2010. "Somente agora o Ministério da Saúde começou a
vacinar as meninas, com idades entre 11 e 13 anos. Nós vacinamos um público bem
maior", afirma.
A vacina adotada no Sistema Único de Saúde
(SUS) é a chamada de quadrivalente, por ser eficaz contra quatro tipos de HPV:
6, 11, 16 e 18. Essa é também é a única forma aprovada atualmente para o uso em
meninos. A idade mais favorável à imunização para ambos os sexos está entre 9 e
13 anos. Nesse período, a vacina tende a garantir maior proteção, pois é mais
provável que os adolescentes não tenham iniciado a vida sexual e, assim, não se
expuseram ao vírus.
Informação - Segundo o professor e chefe do Setor de
Doenças Sexualmente Transmissíveis da Universidade Federal Fluminense (UFF),
Mauro Romero Leal Passos, a abordagem da campanha de vacinação atual levou a uma
interpretação de que o HPV é uma doença de mulheres, com um foco principal no
desenvolvimento de câncer. "Sabemos que é uma doença de homens e mulheres
que pode causar também a verruga genital, mas talvez não quisessem evidenciar a
questão venérea para facilitar a aceitação", avalia.
Passos acredita que as informações precisam
ser mais claras. Ele conta um episódio ocorrido com sua família para
exemplificar o problema. Suas filhas adolescentes lhe disseram que, na escola
em que estudam, meninas com mais de 14 anos e garotos foram excluídos de uma
palestra educativa sobre o HPV porque não faziam parte do público a ser
vacinado. "Ou seja, só vou dar informação para quem for vacinar? São
alguns equívocos que acabam reforçando a ideia de que o HPV só afeta as
mulheres. Temos até meninos reclamando", detalha o especialista.
De acordo com nota oficial do Ministério da
Saúde, como o objetivo da estratégia adotada pelo governo federal é reduzir
casos e mortes ocasionadas pelo câncer de colo do útero, a vacinação
inicialmente é restrita ao sexo feminino. "Estudos comprovam que os
meninos passam a ser protegidos indiretamente com a vacinação no grupo feminino
(imunidade coletiva), havendo drástica redução na transmissão de verrugas
genitais entre homens após a implantação da vacina contra o HPV como estratégia
de saúde pública", finaliza o texto.
Eficiência confirmada - A primeira evidência científica de que a
vacina contra o HPV é efetiva em homens surgiu em fevereiro de 2011, com a
publicação de um artigo na renomada New England Journal of Medicine, produzido
pelo Centro de Câncer H. Lee Moffitt e pela Universidade da Califórnia em São
Francisco (UCSF), ambos nos Estados Unidos. O estudo confirmou as suspeitas de
proteção do imunizante contra o desenvolvimento de verrugas genitais e cânceres
anais, peniano e de garganta na população masculina.
As taxas de cobertura encontradas foram
bastante altas. Cerca de 90% para as verrugas genitais quando a vacina foi
oferecida antes da exposição do indivíduo aos quatro tipos de HPV combatidos
pelas doses. Essa eficácia atingiu 66% na população geral de homens jovens
independentemente da exposição prévia às diferentes cepas do vírus. Além da
prevenção contra verrugas, a vacina impediu também a infecção pelo HPV
efetivamente persistente em 86% dos voluntários sem exposição prévia.
O ensaio clínico durou quatro anos e incluiu
4.065 homens saudáveis com idades entre 16 e 26 anos, abrangendo 71 cidades em
18 países. Desses participantes, 85% relataram ter exclusivamente parceiros
sexuais femininos, sendo que o restante afirmaram ter relações sexuais com
homens. Todos foram testados no início do trabalho para a exposição prévia a
cada tipo de HPV e, então, selecionados aleatoriamente para receber um placebo
ou a vacina quadrivalente. Aqueles com histórico de verrugas ou lesões genitais
ou anais foram excluídos. Após as doses, os pacientes fizeram seis exames de
acompanhamento ao longo de três anos para avaliação da eficácia da medida.
"Isso mostra que, se vacinarmos meninos
cedo o suficiente, devemos ser capazes de prevenir a maioria dos casos de
verrugas genitais externas nessa população", observa o professor de
medicina da UCSF Joel Palefsky, um dos líderes da pesquisa. Os dados iniciais,
antes da publicação do trabalho, levaram a agência de vigilância sanitária
norte-americana (Food and Drug Administration -- FDA) a aprovar a vacina para
meninos em 2009. O pesquisador acredita que a vacina também é uma arma
importante contra a transmissão do HPV para mulheres, uma vez que cerca de 60%
a 70% das adolescentes americanas não receberam as três doses recomendadas. Na
época da publicação do trabalho de Palefsky, ainda faltavam evidênicas que
garantissem a prevenção ao câncer anal, genital e da garganta. Não demorou
muito até que elas aparecessem.
Mortes evitadas - Em pouco mais de oito meses, Palefsky
publicou, na mesma revista, outro ensaio clínico internacional indicando que a
vacina contra HPV é segura e eficaz para prevenir o câncer anal. "Nos EUA,
quase 6 mil pessoas são diagnosticadas a cada ano com câncer anal, e mais de
700 pessoas morrem da doença. O ensaio mostra que esses tumores e mortes
poderiam ser prevenidos", lamenta Palefsky, que também é fundador da Anal
Neoplasia Clinic, no Centro de Câncer Helen Diller Family Comprehensive, da
UCSF, primeira clínica do mundo dedicada à promoção da investigação,
sensibilização, prevenção e rastreamento do câncer anal.
O estudo envolveu 602 homens com idades entre
16 e 26 anos que fazem sexo com homens da Austrália, do Brasil, do Canadá, da
Croácia, da Alemanha, da Espanha e dos Estados Unidos. Eles afirmaram ter tido
pelo menos um e não mais que cinco encontros sexuais. Conforme descrito no
artigo, a vacina reduziu a incidência de lesões precursoras de câncer em cerca
de 75% dos que não foram previamente expostos a qualquer um dos tipos de HPV
presentes na vacina. Entre aqueles que sofreram exposição, o imunizante reduziu
a incidência das lesões pré-cancerígenas em 54%.
Exemplo materno - Os meninos são mais propensos a receber a
vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV4) se suas mães tomam
cuidados com a própria saúde, buscando medidas como vacinas contra a gripe ou
exames de Papanicolau, de acordo com um estudo publicado no American Journal of
Public Health. O trabalho examinou os registros de saúde de mais de 250 mil
meninos com idades entre 9 a 17 anos inscritos no Plano de Saúde Kaiser
Permanent Southern California e descobriu que um total de 4.055 meninos (ou
1,6% dos membros nessa faixa etária) iniciaram a vacina HPV4 entre outubro de
2009 e dezembro de 2010. Os pesquisadores descobriram que a taxa de vacinação
foi 16% maior nos garotos cujas mães receberam a vacina contra a gripe no ano
anterior quando comparados aos filhos de mulheres não imunizadas. Além disso, a
taxa de vacinação era de 13% maior naqueles cujas mães tinham feito um exame de
Papanicolau nos últimos três anos.
"Se vacinarmos meninos cedo o suficiente,
devemos ser capazes de prevenir a maioria dos casos de verrugas genitais
externas nessa população" - Joel Palefsky, professor de
medicina da Universidade da Califórnia em São Francisco
No AM, jovens aderem a movimentos que defendem namoro
sem sexo
Do G1 AM
Seguindo uma tendência nacional, cresce o
número de jovens amazonenses aderindo aos movimentos religiosos, que pregam a
castidade e o início da vida sexual somente após o casamento. Movimentos como 'Eu Escolhi Esperar' e o 'Entre Príncipes e
Princesas' reúnem mais de 2 milhões de seguidores no país. Para buscar
ensinamentos sobre o assunto, cerca de 1.500 pessoas participam do seminário
com presença dos líderes dos dois movimentos, em uma igreja de Manaus.
Criado em Vitória no Espírito Santo no ano de
2011, o movimento 'Eu Escolhi Esperar' tem atraído adesão de jovens evangélicos
e católicos pelo Brasil. Com o aumento de seguidores, segundo os organizadores,
o movimento iniciou uma turnê que percorrerá todas as capitais do país.
Na estimativa do pastor Nelson Júnior, líder e
criador do 'Eu Escolhi Esperar', o movimento conta atualmente com 2 milhões de
seguidores virtuais, que aderiram pela internet e 100 mil pessoas que já
participaram dos seminários da causa pelo país. "São números reais, que
são baseados no volume de 100 mil anéis personalizados com a frase 'Eu Escolhi
Esperar' vendidos durante os seminários", enfatizou Nelson Júnior.
De acordo com o pastor, o movimento trabalha
com ensinamentos nas plataformas de vida sentimental e sexual. Ele afirmou que
o sexo, atualmente, tornou-se sinônimo de promiscuidade. "Na vida sexual
orientamos os jovens a se guardarem sexualmente para o casamento. Sexo também é
puro, mas quando o jovem assume o compromisso de se resguardar para o casamento
ele sofre preconceito. A virgindade virou um tabu. Quando pessoa assume que é
virgem acaba sofrendo com a opinião dos outros. Por isso, fazemos esses
encontros e seminários para mostrar ao jovem a existência de milhares de
pessoas que se guardam, que ele não está sozinho. Já na sentimental, ensinamos
os jovens a não banalizar o relacionamento, evitando ter vários casos de amor
na vida", explicou.
O pastor Nelson Júnior, que casou virgem aos
21 anos, destacou que o movimento foi idealizado pelas vivências pessoais dele.
Com bom humor, o religioso prega a importância de aguardar pelo casamento
virgem.
"Eu escolhi esperar. Sei como foi ser um
jovem virgem. Passei por esses conflitos todos e por esse motivo criei o
projeto para ajudar as pessoas que fazem a mesma escolha. Contrariei as
estatísticas ao casar virgem. Tenho 15 anos de casado e não me arrependo da
decisão", avaliou o líder religioso.
O movimento, que surgiu na internet, fará
primeira turnê internacional neste mês. A caravana passará por cinco cidades
dos Estados Unidos, Haiti, Irlanda e Inglaterra, além de fazer seminários pela
Europa (Portugal e Espanha).
Mesmo diante do preconceito e estranhamento de
colegas, a estudante de medicina Rayssa Magalhães, de 21 anos, decidiu aguardar
pelo casamento virgem. Há um ano e meio, ela namora o administrador Leon
Esconsio, de 23 anos, e defende a castidade.
"As pessoas comentam muito e estranham,
inclusive ganhei vários apelidos na faculdade por isso. Eu não faço questão de
esconder que resolvi esperar pelo casamento. Não me envergonho disso, acho que
até é uma forma de incentivar as outras pessoas a preservarem a
virgindade", comentou a jovem.
Para o administrador, o movimento 'Eu Escolhi
Esperar', na verdade, é uma divulgação dos ensinamentos de Jesus, presentes na
Bíblia há tempos. "Eu tive oportunidade de nascer em um lar cristão e
desde pequeno recebi esses ensinamentos. Apesar de ter perdido minha virgindade
quando estive afastado do 'caminho de Jesus', acredito na restauração através
da 'palavra' e me preservo na questão do sexo para viver isso na relação que
Deus escolheu para mim. Não queremos ser diferentes; apenas pretendemos seguir
um caminho certo", justificou Leon.
Situação semelhante vivencia a estudante
Tayana Garcez, de18 anos, e o vistoriador Anxester Rodrigues, de 24. Junto há
cinco meses, o casal segue o princípio do movimento de começar a vida sexual
somente após o casamento. "Conheci pela internet o 'Eu Escolhi Esperar'.
Resolvi aderir, motivada pelo ensinamento de Deus para escolher a pessoa certa",
comentou Tayana.
'Entre Príncipes e Princesas'
Acompanhado o movimento nacional, o 'Entre
Príncipes e Princesas' inicialmente contava apenas com um grupo de meninas da
obra missionária Missão Confins na Terra. Aos poucos, ganhou adesão dos meninos
e desde final de 2011, reúne cerca de 2 mil jovens que aderiram ao movimento
regional. A expectativa é que o movimento se estenda no segundo semestre de
2013 para os estados de São Paulo, Acre e Minas Gerais.
"Pregamos o relacionamento saudável com
namorado e família dentro dos princípios bíblicos. A nossa preocupação também é
social, porque quando a pessoa se relaciona bem, evita problemas de saúde e
emocionais, que podem gerar doenças. Usamos a palavra castidade antes do
casamento, porque é um presente de Deus, que deve ser vivido com a pessoa que
vai estar ao seu lado pelo resto da vida", ressaltou Marjorie Leite,
missionária e idealizadora do movimento regional.
Cultura do estupro (Lúcia Guimãraes)
O estado de SP
O fiasco da pesquisa do Ipea sobre a
tolerância social ao estupro fez vítimas além dos burocratas atrapalhados. Não
falo de mais um arranhão na imagem do Brasil que, a julgar pelo que se lê no
exterior, está se tornando um líder em know-how-not. Como não preparar eventos esportivos,
combater violência, corrupção e reformar a economia.
A agulha do meu asneirômetro bem que disparou,
o que não me impediu de sair repetindo o "erro da planilha"
inflacionando o número de neandertais que justificam estuprar uma mulher
dependendo do decote ou do comprimento da saia. As vítimas a que me refiro são
as mulheres brasileiras que serão estupradas este ano, cujo sofrimento não será
evitado pelo circo viral em torno da pesquisa e poderá ser agravado pela erosão
da credibilidade sobre o que é, sim, uma epidemia de saúde pública.
Se continuar a tendência revelada em 2012, o
número de mulheres à espera de seu agressor no Brasil este ano pode passar de
50 mil. Mas o número, tal como a estatística do Ipea, não inspira confiança
porque há uma diferença entre casos de estupro registrados e ocorridos. O crime
sexual é a forma de violência mais estatisticamente subestimada do mundo, não
importa se num país de burkas ou de fios dentais. E, como sabemos, o crime
sexual frequentemente se passa entre conhecidos ou em famílias. Para se ter uma
ideia, nos Estados Unidos, em 2010, o FBI registrou 85.593 estupros ou
tentativas de estupro. No mesmo ano, o censo americano para estatísticas de
justiça registrou 188.380 vítimas de estupro e assalto sexual. Ainda no mesmo
ano, o prestigiado Centers for Disease Control, uma agência nacional de saúde,
contou 1 milhão 300 mil incidentes numa pesquisa sobre violência sexual entre
parceiros íntimos, algo que pode incluir estupro nas mãos do marido ou ser
perseguida e agredida por um ex- parceiro. Não é só o Ipea que sofre de
confusão metodológica. Parte da confusão vem da definição de crime sexual que,
aqui, varia de Estado para Estado.
Só em 2012, o governo federal americano
instruiu o FBI a atualizar sua definição de estupro que datava de 1927. Pela
primeira vez, a definição estupro não discrimina sexo e a penetração à força
pode ser com um objeto. E o estado da vítima - incapacitada por álcool ou
drogas de dar consentimento - passou a ser considerado argumento para acusação
de estupro.
No começo do ano, quando a Casa Branca
anunciou uma iniciativa para combater violência sexual no câmpus universitário,
uma das mais conhecidas ONG's de militância antiestupro e incesto se manifestou
contra a idéia da "cultura do estupro" e pediu que os crimes sejam
individualizados. A reação veio num debate passional. O que é a cultura do
estupro? De maneira geral, esta expressão, nascida nos anos 70, se refere à
desinformação da sociedade, à impunidade dos agressores, à representação social
da mulher como objeto e a fatores como tradições sociais específicas.
Na segunda-feira passada, uma carta anônima
sob o título "Dear Harvard: YouWin" (Querida Harvard: Você venceu),
publicada no jornal da mais conhecida universidade americana, relatava o drama
de uma estudante. Ela passou parte de 2013 se queixando a diversas autoridades
no câmpus do que descreve como um assalto sexual sofrido no seu dormitório, nas
mãos de um colega e amigo que visitou depois de beber demais. A descrição do
alegada agressão é perturbadora.
A carta se tornou viral e obrigou a
Universidade de Harvard a revisar sua estreita definição de assalto sexual,
publicada em 1993. A estudante capitulou e anunciou que vai se mudar do
dormitório para não conviver diariamente com o jovem que acusa de agressor.
A expressão "segundo estupro"é usada
para descrever a experiência degradante vivida por mulheres que decidem
denunciar violência sexual, quando a justiça, as instituições, a família ou os
amigos culpam a vítima, não levam a sério a acusação ou protegem os agressores.
Certamente a falsa acusação de estupro pode destruir a vida de um acusado. Por
se tratar, na esmagadora maioria dos casos, de um crime sem testemunhas,
investigar e conduzir processos é um enorme desafio.
Mas se há algo que a pesquisa do Ipea revelou,
não nas suas planilhas atrapalhadas, mas no ecossistema do debate social, é a
mesma praga da polarização que faz tantas das nossas mazelas passarem pelo
moedor ideológico. Quando a pesquisa saiu, testemunhei inúmeras manifestações
de triunfo pela confirmação do nosso atraso. Quando o erro foi revelado,
cantaram vitória os que se sentem oprimidos pelo esquerdismo infantil.
O crime sexual, muito mais do que outras
formas de assalto, é um tormento que pode seguir a vítima pelo resto da vida.
Agora, vamos parar de envergonhar o Ipea e nos envergonhar todos para promover
a tolerância zero a qualquer forma de agressão sexual.
Vamos todos promover a tolerância zero a
qualquer forma de agressão sexual
Rio de Janeiro capacita 7,2 mil policiais para atender
comunidade LGBT
Agência Brasil
Parceria entre Rio Sem Homofobia e Secretaria de Estado de Segurança
promoverá nove encontros com policiais sobre homofobia e cidadania na Academia
de Polícia
A Segunda Jornada Formativa de Segurança
Pública e Cidadania LGBT formou, no período de junho de 2013 a março de 2014,
3,2 mil policiais militares e civis e peritos do Rio de Janeiro. Até o fim do
ano, o número deve subir para 7,2 mil profissionais da área de Segurança do
estado capacitados para o atendimento adequado e respeitoso a lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transgêneros. O projeto é realizado pelo Programa
Estadual Rio Sem Homofobia e pela Secretaria de Estado de Segurança.
O coordenador do programa, Cláudio Nascimento,
informou que na Primeira Jornada - realizada entre 2009 e 2011, 4 mil policiais
militares e civis passaram pela formação. Ele disse que relatos da comunidade
LGBT indicam que já é possível notar diferença no comportamento dos
profissionais de segurança, mas revelou que os resultados mais expressivos
serão notados em poucos anos. A participação nas aulas também mudou. “Hoje os
policiais perguntam mais se colocam mais, trazem exemplos da sua atuação
profissional. Questionam aspectos do que a gente apresenta, no sentido da
ligação desses conceitos com a abordagem policial. Ou seja, aumentou a
participação na sala de aula para interagir com o conteúdo proposto”, disse
Nascimento em entrevista à Agência Brasil.
Ele destacou que na Segunda Jornada o projeto
evoluiu e ampliou o público com participação de profissionais recém-ingressados
nas corporações, enquanto na primeira fase de formação havia apenas policiais
que já estavam na ativa. Na última quarta-feira (2), começaram as aulas sobre
homofobia, cidadania LGBT e práticas policiais cidadãs para 450 novos
inspetores e 100 peritos do estado, ministradas por coordenadores dos Centros
de Cidadania LGBT do Rio Sem Homofobia. Serão nove encontros na Academia de
Polícia (Acadepol), no centro do Rio, que terminarão no dia 17 de maio, Dia
Mundial de Combate à Homofobia.
Para o coordenador, a escolha da data foi
proposital. “A gente quer demarcar uma mudança significativa do reconhecimento
que existe uma lacuna e que precisa haver uma resposta do Estado. A gente
reconhece que o Estado - seja municipal, estadual ou federal, ao longo da
história do país foi e continua sendo um dos grandes violadores dos Direitos
Humanos. Nosso papel como gestor público é atuar para diminuir esse prejuízo
para a população”, disse.
Outro avanço apontado por Cláudio Nascimento é
que 500 policiais que trabalham nas delegacias e nos núcleos de atendimento à
mulher passarão pelo treinamento para atender lésbicas e bissexuais. O número,
segundo ele, representa 100% do efetivo nestas delegacias e o treinamento será
feito de abril a agosto deste ano. “É uma abordagem específica sobre as
demandas dessas mulheres”, completou.
A inclusão de peritos na formação também é
avaliada pelo coordenador como um avanço. Para ele, isso é um diferencial,
porque estas pessoas trabalham na cena do crime e por isso podem atuar para a
preservação do local e facilitar as investigações. “Para preservar a cena,
garantir uma atuação ética na entrada da casa do indivíduo, tentar entender a
dinâmica e apurar as infirmações. É fundamental que a gente passe as
informações para este profissional para ele compreender também as dimensões
ligadas à nossa comunidade, porque às vezes acontece de um crime acabar não tendo
uma elucidação, por não ter informações mais amplas, que permitissem ao perito
ter uma visão mais apurada”, explicou.
Além do Rio, a jornada já passou por Niterói,
Mesquita, São Gonçalo, Duque de Caxias, Volta Redonda, Queimados, São João de
Meriti, Nova Friburgo, Petrópolis e até o fim do ano vai atingir todas as
regiões do estado. As próximas etapas da Jornada serão realizadas em Macaé, na
terça-feira (8) e Angra dos Reis, no sábado (15).
No município do Rio, as palestras foram
realizadas em batalhões e delegacias de Botafogo, do Méier, de São Cristóvão,
da Tijuca, do Leblon, de Copacabana, da Ilha do Governador, de Jacarepaguá, de
Bonsucesso e Santa Cruz.
O adversário de Dilma (Ricardo Noblat)
"A alternância no poder é importante para fortalecer a
democracia." LULA, em 2007.
Nem Marina Silva, nem Aécio Neves, nem Eduardo
Campos. O principal adversário da presidente Dilma Rousseff, candidata à
reeleição, é Luiz Inácio Lula da Silva por cinco vezes candidato a presidente,
eleito em 2002, reeleito em 2006, e agora aspirante ao terceiro mandato. Não
acredite se Lula voltar a dizer que não deseja subir outra vez a rampa do
Palácio do Planalto. Simplesmente não acredite.-
DILMA E LULA travam uma batalha de morte para Dilma e de
adiamento de um sonho para Lula. Caso não concorra a um segundo mandato ou
concorra e acabe derrotada , o mais provável é que Dilma saia de cena. Política
não é a praia dela pelo menos a política do "me empresta seu jatinho que
eu lhe ajudo a fazer negócios com o governo"-
LULA PREFERIU ser sucedido por Dilma
ao imaginar que isso facilitaria sua volta. Afinal, ela lhe seria grata para
sempre. Outro nome do PT que o sucedesse talvez não. Passados quatro anos,
Dilma cederia o lugar a Lula sem oferecer resistência. Quem mais do PT seria
capaz de se comportar assim? É o que Lula deve ter pensado.-
DE RESTO, Dilma nunca foi do PT. Foi do PDT de Leonel
Brizola. Por conveniência, filiou-se ao PT. Mas nunca se reconheceu como uma
petista de verdade. Nem o PT a reconhece como tal. Ocorre que Dilma gostou do
poder. E quer provar que não é um poste que Lula acende ou apaga ao seu gosto.
Compreensível, pois não. Daí...-
DAf A BATALHA surda que travam. Por
ora essa é a batalha que importa. Marina como vice de Eduardo, Aécio e Eduardo
ainda não entraram no ringue. Preparam-se para entrar. Dilma está no meio do
ringue. E defende-se sozinha. Lula? Só finge que a defende. O PT? Nem isso. Os
demais partidos torcem pelo fim do seu governo.-
COM POUCOS telefonemas, se quisesse, Lula enterraria de
vez o movimento "Volta, Lula" que recrudescerá depois da queda de
Dilma na mais recente pesquisa Datafolha sobre intenção de voto. Ela caiu seis
pontos percentuais, embora ainda se reeleja no primeiro turno. O mais
preocupante para Dilma: aumentou a vontade dos brasileiros por mudanças.-
POUCO MAIS de 70% querem que o próximo presidente aja de
maneira diferente da maneira de Dilma. Em cerca de um ano cresceu de 34% para
63% o percentual dos que dizem que Dilma faz pelo país menos do que eles
esperavam. O fantasma do desemprego assombra mais gente. Assim como o pessimismo
com o poder de compra.-
O ENFRAQUECIMENTO de Dilma favorece a
volta de Lula, mas um enfraquecimento em excesso atrapalha ou inviabiliza. Quer
dizer então que Dilma não foi melhor administradora do que ele? Lula garantiu
que ela seria. A culpa é de quem? De Dilma, que jamais cogitou de ser candidata
a presidente? Ou de Lula, que cogitou por ela?-
TERMINA EM 30 de junho o prazo para que os partidos
indiquem seus candidatos às eleições deste ano. Se até lá se convencer de que
será derrotada, Dilma abdicará da reeleição. Lula não poderá esperar tanto
tempo. A costura das alianças políticas nos estados está avançada ou quase
pronta. Lula teria dificuldades para desmanchá-la.-
ENQUANTO ISSO... A revelação de que a
Petrobras fez negócios podres atinge os dois governos de Lula. O PT sofre com a
revelação de que um dos seus dirigentes foi parceiro de um doleiro preso. E não
falta munição contra Lula e o PT. Dilma nada tem a ver com isso nada. E a tudo
assiste, desolada.
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