Explicação sobre o blog "Ativismocontraaidstb"


Aproveito para afirmar que este blog NÃO ESTÁ CONTRA OS ATIVISTAS, PELO CONTRÁRIO.

Sou uma pessoa vivendo com HIV AIDS e HOMOSSEXUAL. Logo não posso ser contra o ativismo seja ele de qualquer forma.

QUERO SIM AGREGAR(ME JUNTAR A TODOS OS ATIVISTAS)PARA JUNTOS FORMARMOS UMA força de pessoas conscientes que reivindicam seus direitos e não se escondam e muito menos se deixem reprimir.

Se por aí dizem isso, foi porque eles não se deram ao trabalho de ler o enunciado no cabeçalho(Em cima do blog em Rosa)do blog.

Espero com isso aclarar os ânimos e entendimentos de todos.

Conto com sua atenção e se quiser, sua divulgação.

Obrigado, desculpe o transtorno!

NADA A COMEMORAR

NADA A COMEMORAR
NADA A COMEMORAR dN@dILM@!

#CONVITE #ATOpUBLICO DE #DESAGRAVO AO FECHAMENTO DAS #EAT´S

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

#CONVITE #ATOpUBLICO DE #DESAGRAVO AO FECHAMENTO DAS #EAT´S

SEGUNDA-FEIRA 10:00hS
EAT Luis Carlos Ripper - Rua Visconde de Niterói, 1364 - Bairro Mangueira.
Caro Companheiro (a), Venha participar, com sua presença, dia 18 de fevereiro, às 10hrs da manhã de um "abraço" ao prédio da nossa querida EAT - Escola das Artes Técnicas Luis Carlos Ripper que, junto com a EAT Paulo Falcão ( Nova Iguaçu) foi fechada por uma arbitraria decisão governamental. Participe deste ato de desagravo ao fechamento de duas escolas públicas, reconhecidas e premiadas internacionalmente que, há dez anos, levam educação de excelência ao povo. ... Compartilhe este convite com todos aqueles que, como você esta comprometidos com a educação verdadeiramente de qualidade. >> Assine a petição para não deixar o governo do estado acabar com duas escolas de excelência!! << http://www.avaaz.org/po/petition/Pelo_manutencao_das_EATS_e_de_sua_Metodologia/?cqMRZdb Saiba mais: http://sujeitopolitico.blogspot.com.br/

ESTE BLOG ESTA COMEMORANDO!!!

ESTE BLOG ESTA COMEMORANDO!!!
3 anos de existência com vocês...

Ativismo Contra Aids/TB

domingo, 30 de março de 2014

Perseguição do Estado e desprezo da esquerda prejudicaram movimento gay - Carta Capital

Obrigada, Fábio

REPASSANDO...


Perseguição do Estado e desprezo da esquerda prejudicaram movimento gay - Carta Capital

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/perseguicao-do-estado-e-desprezo-da-esquerda-prejudicaram-movimento-gay-9956.html

Ativistas querem acrescentar ao relatório da Comissão Nacional da Verdade capítulo sobre perseguição aos homossexuais durante o regime militar
por Mariana Melo — publicado 30/03/2014 12:51
Marcelo Oliveira / ASCOM - CNV
audiencia Na mesa de abertura, os secretários do Estado Eloísa de Sousa Arruda e Marcelo Araújo e os membros das Comissões da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro e Adriano Diogo
Leia também
Em um cenário de censura, vigilância e polarização política, somavam-se aos problemas enfrentados pelas organizações de luta pelos direitos homossexuais o desprezo e até mesmo a hostilidade dos movimentos da esquerda, além da perseguição oficial do Estado ditatorial no Brasil. As conclusões foram apresentadas durante a audiência pública sobre “Ditadura e homossexualidade no Brasil”, neste sábado 29, no Memorial da Resistência, sede do antigo Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) em São Paulo.
Organizada pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” e pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), a audiência teve como objetivo acrescentar aos relatórios produzidos pelos organismos um capítulo que trate especificamente da violação dos direitos humanos a lésbicas, gays, travestis e transexuais ao longo do regime militar. “Temos que pensar como as comissões da verdade podem atuar visibilizando as questões LGBT e quais instrumentos jurídicos e políticos temos na democracia para trabalhar as opressões” disse Renan Quinalha, advogado e membro da Comissão da Verdade de São Paulo. “Trata-se da primeira tentativa de reparação do Estado brasileiro”.
Marisa Fernandes, pesquisadora da PUC-SP e antiga integrante do Somos (grupo que nos anos 80 lutou pela afirmação dos homossexuais no País), destacou a sua militância durante os anos de repressão e contou sobre a dificuldade de promover a discussão não só da homossexualidade, mas também da própria sexualidade feminina em meio às discussões sobre luta de classe. “Nós, homossexuais, tivemos que enfrentar a existência de uma esquerda ortodoxa e autoritária que não compreendeu, naquela época, a urgente necessidade de também se pensar a sexualidade humana, o machismo e o racismo conjuntamente com as demais causas sociais.”
Ela lembrou que, em 1979, o grupo de militância lésbica do qual participava tentou integrar o 2º Encontro da Mulher Paulista realizado na PUC. “As mulheres ligadas a organizações políticas autoritárias e centralizadoras pregavam que não existia a violência contra a mulher, a única que de fato existia era a violência ditatorial sobre homens e mulheres da classe operária”, contou. “Para elas, as nossa propostas de se refletir as especificidades das mulheres eram elitistas e pouco interessavam ao povo e à revolução. Assim, fomos acusadas de dividir a luta ‘maior' e de sermos contrárias à luta contra a ditadura.”
Prisões arbitrárias. Além da dificuldade de articulação com grupos de esquerda, os homossexuais enfrentavam a perseguição das autoridades. O pesquisador Rafael Freitas, também da PUC-SP, apresentou em sua fala provas disso, ao ler um trecho da Portaria 390 de 1976 do 4º Distrito Policial de São Paulo, que dizia:
“O objetivo desta equipe é sindicar todos os travestis que frequentam a área jurisdicional do 4º Distrito Policial para apuração de sua conduta. Sempre que possível, as sindicâncias serão ilustradas com a fotografia desses pervertidos em trajes femininos que estiverem usando na ocasião, para que os meritíssimos juízes possam avaliar a sua nocividade.”
Segundo Freitas, as operações para prender travestis não tinham respaldo da justiça, o que tornava-as arbitrárias. O delegado do 4º distrito Guido Fonseca prendeu 318 travestis e fez com que preenchessem um termo de declarações de gastos e informações que poderiam ser usadas para a extorsão das presas. Para não ficarem muitos dias na detenção, as travestis chegaram a cortar os pulsos para serem encaminhadas à Santa Casa.
As arbitrariedades continuaram. Em maio de 1980, lembra o historiador, durante o governo de Paulo Maluf, o delegado José Wilson Richetti assumiu a delegacia seccional do Centro e criou a Operação Cidade, que tinha como objetivo prender traficantes e assaltantes. No dia seguinte, no entanto, os jornais estampavam que a maioria das 152 prisões feitas na operação foram de prostitutas, travestis e homossexuais. Em 31 de maio neste mesmo ano, a Secretaria de Segurança Pública do governo Maluf soltou uma nota oficial assumindo a perseguição aos LGBTs, na qual dizia, segundo Freitas: “O delegado de polícia é o comandante e chefe de uma guerra sem quartel em toda área central da cidade. Não esperando as queixas que um cidadão possa apresentar, vai aos locais suspeitos para conduzir a qualquer um dos outros distritos da região central o rufião, o travesti, o traficante de tóxicos, o assaltante, o trombada e a prostituta que realiza seu comércio nas vias públicas.”
Atraso. Professor de História da América Latina na Brown University e ativista dos direitos LGBT, James N. Green destacou o fato de a ditadura no Brasil ter ocorrido enquanto aconteciam transformações culturais e comportamentais importantes em outras partes do mundo. Enquanto outros países testemunhavam a luta do movimento negro e a revolução cultural, em 1968, o Brasil se frustrava com a implantação do AI-5. “É importante abrir muito mais o conceito da ditadura que dominou o Brasil por 21 anos. As vítimas do regime militar não eram somente os militantes da esquerda que levantavam armas ou que se envolveram em atividades contra o regime. O estado de exceção afetou toda a sociedade brasileira.”
Quinalha propõe, portanto, que as discussões sobre o período ditatorial ultrapassem os debates e construam políticas públicas para impedir que a repressão continue. “Termos muito abstratos e genéricos como reconciliação nacional, cidadania, identidade e confiança cívica não dão conta de compreender as opressões específicas que se operaram nesse aparato de repressão da ditadura. E também não dão conta de fazer um trabalho de memória, verdade e justiça adequado em uma democracia que deve ser comprometida com a diversidade e os direitos humanos.”
Nesse sentido, concluiu o acadêmico e ativista James N. Green: “Nosso trabalho pretende evocar a ditadura e seus agentes, seja a censura, o Itamaraty - que expulsou homossexuais no AI-5 - ou o delegado Richetti.”

ESTE ALERTA ESTÁ COLOCADO NA PORTA DE UM CONSULTÓRIO: By ANA GLORIA

ESTE ALERTA ESTÁ COLOCADO NA PORTA DE UM CONSULTÓRIO:

A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma.

O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra.

O câncer mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.

E as dores caladas? Como falam em nosso corpo?

A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.

O caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas Equívocos.

Existem semáforos chamados Amigos.

Luzes de precaução chamadas Família.

Ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada Decisão.

Um potente motor chamado Amor.

Um bom seguro chamado FÉ.

Abundante combustível chamado Paciência.

Mas há um maravilhoso Condutor e solucionador chamado DEUS.


NOTA Sobre o BBB VIA GPVrj


 
Segue Nota da RNP+ Brasil sobre a fala de integrante do atual BBB.
 
O pessoal da RNP+ sugere a sua regional um recurso no MP contra a Rede Globo e o direito de resposta.
 
Sugiro que todos encaminhem e-mails para Boninho, BBB, TV Globo (e-mails dos contatos).
 
Iremos entrar em contato com um diretor da Globo e fundador do GPV-RJ para ele auxiliar nesta mobilização.
 
É extremamente importante esta reação.
 
Em seguida estarei repassando sobre a ANAIDS e a proposta de agenda do Fórum. 
 
Marcio Villard

... ter atitude é o que faz a diferença!



RNP+ Brasil lamenta que a Rede Globo preste desserviço à saúde de milhares de brasileiros
Emissora deveria informar ao invés de reforçar o preconceito e a discriminação às pessoas com HIV
“Vamos matar todo mundo.” Com a frase, uma participante do Big Brother Brasil 14 sugeriu que se acabasse com a epidemia de HIV/AIDS no planeta. Transmitida em rede nacional pela Rede Globo na sexta-feira, 14 de março, a sugestão da pena de morte às pessoas que vivem com HIV e AIDS, acompanhada da informação de que “um idiota” teria feito sexo com um macaco e posteriormente disseminado o vírus, sem que a emissora tivesse pedido explicações a ela – como fez em outras ocasiões com afirmações descabidas –, preocupa a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+ Brasil) ao formar a opinião de milhares de telespectadores em todo o país.
A pandemia de HIV/AIDS eclodiu no início dos anos 1980, acompanhada de preconceito, discriminação e uma sentença de morte às suas vítimas. A partir de 1996, a introdução da terapia antirretroviral – combinação (coquetel) de medicamentos – tem aumentado paulatina e significativamente a expectativa de vida das pessoas infectadas pelo HIV, chegando-se a que, na atualidade, para as pessoas que contraíram o vírus por via sexual, com diagnóstico e tratamento oportunos, a expectativa de vida é similar àquela das pessoas sem HIV.
Milhares de cidadãs e cidadãos em todo o Brasil têm HIV e não sabem; significativa parcela destes brasileiros deve chegar aos serviços de saúde com complicações provocadas pela AIDS, síndrome que se instala no organismo de quem tem o vírus HIV, não conhece o diagnóstico e não recebe tratamento.
Recentemente, pesquisas científicas têm mostrado que essas mesmas drogas podem impedir que o vírus instale-se no organismo de um indivíduo possivelmente infectado pelo vírus, se em até 72 horas depois da ocorrência sexual ou profissional procurar um serviço de saúde e tomar o coquetel por um mês. Adotada há alguns anos pelo Ministério da Saúde em todo o Brasil, essa estratégia é chamada de profilaxia pós-exposição (PEP). Outro estudo, sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP), sugere combinar o coquetel ao uso de preservativos para reduzir expressivamente a infecção em populações mais vulneráveis ao vírus, como jovens em fase escolar e adultos em idade de alta produtividade no trabalho.
Atualmente, sabe-se que pessoas com HIV que tomam seus antirretrovirais regularmente têm chance desprezível de infectar suas parcerias sexuais. A estratégia do tratamento como forma de prevenção (TcP) da transmissão do HIV começa a ser implantada no Brasil. A circuncisão masculina tem elevada eficácia na proteção da infecção para homens heterossexuais. Baseados em evidências, pesquisadores em todo o mundo têm afirmado que essas novas tecnologias de prevenção e de tratamento podem acabar com a transmissão do HIV em até 50 anos.
A RNP+ Brasil lamenta profundamente que a Rede Globo tenha se omitido no cumprimento de seu papel social, contribuindo para aprofundar o preconceito, a discriminação e prestando um desserviço às pessoas que vivem com HIV e AIDS. Lamentamos ainda que o apresentador do programa, em respeito à sua longa amizade com o cantor e compositor Cazuza, vítima mortal da AIDS, não tenha se sensibilizado com a frase infeliz da participante do reality show.
Em nome das pessoas que vivem com HIV e AIDS no Brasil, de seus pais e de seus filhos – que ficariam órfãos com a eliminação de seus pais soropositivos –, a RNP+ Brasil pede que a Rede Globo de Televisão se esforce para corrigir a declaração da participante de seu programa de entretenimento.
Criada em 1995 no Rio de Janeiro, a RNP+ Brasil tem atuação em todos os estados e no distrito federal, nos quais participa de conferências e conselhos de saúde, bem como na proposição e monitoramento de políticas públicas de saúde. Acreditamos que contribuímos para o controle da transmissão do HIV e para a eliminação da epidemia de AIDS no Brasil. Até que a cura torne-se uma realidade e não a eliminação das pessoas que vivem com HIV e AIDS.
Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS, 16 de março de 2014.
Secretaria Nacional da RNP+ BrasilSecretaria Política: Elifrank Moris (67) 8101 9369
Secretaria Executiva: Moysés Toniolo (71) 9119 6052
Secretaria de Informação e Comunicação: Paulo Giacomini (11) 987 545 583

Pesquisa sobre a Vitamóre-Associação dos Portadores do Vírus HTLV










 
Socializando.
 
Marcio Villard

... ter atitude é o que faz a diferença!

 




Enviada: Domingo, 23 de Março de 2014 12:10
Para: 
Assunto: Pesquisa sobre a Vitamóre
Prezados
 
Ajude-nos a melhorar dando sua opinião através do questionário cujo link segue abaixo.
Como estamos enviando para as listas de contatos de todos os nossos endereços, alguns receberão mas de 1 e-mail. Responda apenas uma vez, ok?
 
 
 
Abçs solidário.

--
 
 
 
Sandra Do Valle
Grupo VITAMÓRE- Associação dos Portadores do Vírus HTLV
(21) 9.8712-4634

Skype - sdovalle2http://sandradovalle.blogspot.com/
www.vitamore.com.br
(21) 3091-8493 (institucional)
 

MANIFESTO TB/DR (DIVULGUEM AO MAXIMO) ABAIXO ASSINADO


 


Assine o MANIFESTO sobre a Tuberculose resistente a medicamentos, segue endereço e o Manifesto abaixo.




Marcos Moreira


Nós, pessoas infectadas com a tuberculose resistente a medicamentos (TB-DR), vivemos em todos os cantos do mundo.

A maioria de nós foi exposta à doença e infectada devido às condições precárias nas quais vivemos. Sem diagnóstico, a doença se prolifera entre nós. Sem tratamento, essa doença mata. Mas nos países onde vivemos, diagnóstico rápido e preciso é algo raramente disponível e apenas cerca de um em cada cinco de nós de fato recebem tratamento efetivo para a TB-DR.
Aqueles entre nós que tiveram mais sorte e recebem tratamento têm de enfrentar dois anos de uma jornada penosa durante a qual têm de tomar até 20 pílulas por dia e uma injeção diária durante os oito primeiros meses, o que dificulta o ato de sentar ou mesmo deitar-se. Para muitos de nós, o tratamento nos faz sentir mais doentes do que a própria doença, à medida que causa náusea, dores no corpo e irritações na pele. Os medicamentos causam surdez permanente e o desenvolvimento de psicose em muitos de nós.
Para a maioria das pessoas, a vida como a conhecíamos, muda drasticamente. Não conseguimos trabalhar, cuidar de entes queridos ou ir à escola. Frequentemente, somos estigmatizados e enfrentamos a exclusão social. Sobreviver ao tratamento já é um enorme desafio, que muitas pessoas não conseguem superar. Mas não temos escolha se queremos viver. Por isso, precisamos ser corajosos, determinados e ter esperança na cura. Precisamos de muito apoio de nossas equipes médicas, familiares e amigos para nos ajudar a completar o tratamento. E, ainda assim, o regime de tratamento à base dos medicamentos atuais é bem-sucedido apenas para metade de nós. Para cada pessoa com TB-DR que assina este manifesto, há outra pessoa que já não pode mais fazê-lo. As demandas que fazemos por meio desta petição são, portanto, para honrar a memória dessas pessoas.
Nós, a equipe médica que oferece cuidados às pessoas com TB-DR, consideramos inaceitável que as únicas alternativas de tratamento que podemos oferecer às pessoas causem tanto sofrimento, principalmente quando a chance de cura é tão ínfima. Não temos escolha que não conciliar combinações de medicamentos altamente tóxicos e ineficazes, enquanto fazemos nosso melhor para administrar os efeitos colaterais debilitantes e oferecer tanto apoio e aconselhamento quanto possível com recursos limitados.
À medida que a epidemia continua a se espalhar, a TB-DR torna-se cada vez mais difícil de combater. O tratamento é muito longo, muito tóxico e muito custoso – somente os medicamentos para tratar uma única pessoa custam, no mínimo, US$ 4 mil. Queremos salvar muitas vidas mais, mas precisamos desesperadamente de tratamentos mais curtos, mais seguros e efetivos para isso.

1. Nós, signatários da petição infectados com TB-DR e todos os envolvidos com nossos cuidados, alertamos para o papel devastador que esta doença está tendo sobre nós, nossas famílias e comunidades por todo o mundo e, portanto, fazemos as três seguintes demandas:

1) Governos de todos os lugares devem providenciar programas nacionais de tratamento para diagnosticar e tratar todas as pessoas com TB-DR. Técnicas para diagnóstico simples e confiáveis devem ser amplamente disponibilizadas para que a TB-DR possa ser detectada precocemente e o tratamento iniciado o quanto antes para melhorar as chances de cura e reduzir o risco de proliferação da transmissão em nossas comunidades. Medidas preventivas e tratamento devem ser disponibilizados próximo de onde as pessoas moram e trabalham para que possamos continuar prestando suporte às nossas famílias e comunidades sem que isso signifique colocá-los em risco ou comprometer nosso tratamento.
Testes de rotina para TB devem ser oferecidos às pessoas próximas a nós, principalmente nossos filhos, para garantir que eles recebam tratamento adequado ou profilaxia e, se necessário, nossas crianças devem ser tratadas perto de casa e não longe de hospitais especializados. Pedimos que nós mesmos e nossas famílias sejamos educados e recebamos suporte por meio de aconselhamento e que sejamos mais envolvidos nas decisões acerca dos rumos do nosso tratamento. O pessoal de saúde deve ser treinado para administrar a TB-DR nos programas já existentes para TB, em instâncias de cuidados de saúde primária, para que o teste, o tratamento e os cuidados em andamento para TB-DR estejam acessíveis para tantas pessoas quanto possível e o mais próximo de suas casas possível.

2) Pedimos melhores regimes de tratamento – a comunidade de pesquisa de TB, incluindo institutos de pesquisa e companhias farmacêuticas, deve fornecer urgentemente regimes de tratamento mais toleráveis, mais curtos e mais acessíveis:

Com dois novos medicamentos no mercado em 2013 e outros em desenvolvimento, demandamos que a oportunidade seja aproveitada pela comunidade global de TB para que melhores regimes de tratamento para DR-TB sejam desenvolvidos urgentemente. Precisamos de regimes de medicamentos que sejam mais efetivos contra a TB-DR para melhorar nossas chances de sobrevivência e reduzir os terríveis efeitos colaterais que temos de suportar atualmente. Precisamos de tratamentos que sejam mais curtos e não coloquem nossas vidas em risco ou em estagnação por até dois anos. Precisamos de tratamentos de fácil administração, à base de
menos pílulas e sem mais injeções doloridas e diárias. Precisamos de novas fórmulas de medicamentos, como xaropes ou pequenos comprimidos, que nossos filhos com TB-DR possam tomar facilmente. Precisamos de medicamentos para TB-DR que não interajam com os medicamentos para HIV e que permitam que ambas as doenças sejam tratadas de forma efetiva. Precisamos que as empresas farmacêuticas tornem os tratamentos para TB-DR existentes, bem como os medicamentos recém-desenvolvidos, acessíveis, a preços reduzidos em países que carregam os maiores fardos da doença para garantir que os mais afetados possam fazer uso de tratamentos efetivos.

3) Pedimos mais suporte financeiro para intensificar o tratamento para TB-DR e o comprometimento com o apoio às pesquisas para o desenvolvimento de melhores tratamentos:

Financiadores internacionais e governos de países afetados devem priorizar e apoiar financeiramente o diagnóstico e o tratamento da TB-DR por meio de programas nacionais, programas de ajuda bilateral ou programas multilaterais, como o Fundo Global. Novos medicamentos devem ser desenvolvidos especificamente para tratar a TB-DR, e as pesquisas devem continuar até se chegar a combinações que façam uso de medicamentos
novos e existentes para responder ao amplo alcance da resistência a medicamentos. Pesquisa e desenvolvimento (P&D) devem ser financiados para que sejam desenvolvidos rapidamente não apenas medicamentos efetivos e seguros, mas também diagnósticos fáceis de administrar, precisos e acessíveis, bem como vacinas, para prevenir a proliferação da TB.

Nós, pacientes e provedores de cuidados, nos comprometemos a:

  • Encorajar uns aos outros a fazermos testes para TB, fazer o tratamento e continuar sob cuidados
  • Proteger as pessoas próximas da transmissão da TB
  • Responsabilizar nossos governos e pressioná-los a responderem à crise
  • Compartilhar nossas histórias para ampliar a consciência sobre a doença e reduzir o estigma em nossas comunidades

25 Anos GPV-RJ

 
Com intermediação de Marcia Rachid e conforme repasse em RPA tivemos hoje reunião no GPV-RJ  com o deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, Marcelo Freixo, dentre vários pontos abordados acerca da nossa situação atual já definimos que a celebração dos 25 anos em maio será realizada no plenário da ALERJ (talvez em 23/05) onde o GPV-RJ receberá a medalha Tiradentes juntamente com Marcia.
Muito feliz com esta conquista e melhor vinda de um político sério e comprometido com o social.
Viva a VIda!
 
Marcio Villard

... ter atitude é o que faz a diferença!

sexta-feira, 28 de março de 2014

CLIPPING Saúde, Sexualidade & Afins 28/Mar./2014

CLIPPING Saúde, Sexualidade & Afins
28/Mar./2014


A Sagrada Família (WALCYR CARRASCO)

Família virou desculpa para tudo. Tráfico de drogas, golpe, tortura, morte. Com que direito?

Nas últimas semanas, tenho me dedicado a assistir à série Breaking bad, em DVD. Vejo uma temporada após outra, hipnotizado pela história de Walter White (Bryan Cranston), um modesto professor de química que, ao descobrir um câncer, resolve produzir metanfetamina, uma droga sintética. Tudo o que quer é proteger a família. Deixar uma boa herança para pagar a hipoteca da casa, a faculdade do filho e, dali a uns 18 anos, da filha recém-nascida. Em nome da família, ele se envolve com o tráfico, mata gente. A cada temporada se afunda mais na criminalidade. Jamais perde seu discurso: tudo o que faz é pela família. Considero a série didática. Até que ponto alguém pode ir para proteger a família?

Quando se fala dessa maneira, parece uma coisa linda. Proteger a família é algo que toca nossos corações. O professor traficante é o herói da série. E a gente torce por ele, até nos momentos de maior crueldade. Depois, passada a emoção de cada episódio, reflito e vejo o que há realmente por trás da ficção. Em nome da família, é lícito produzir droga, entrar no tráfico etc.? Família virou desculpa para tudo. A última é essa bobagem de tentar ressuscitar a “Marcha da Família com Deus Pela Liberdade”, que ocorreu pouco antes do golpe militar de 1964. Na época, significou apoio ao golpe que se aproximava. Por meio do lema de “defender a liberdade”, pedia um golpe para destituir um estado de direito. Movimentos semelhantes ocorreram noutros países, que também sofreram intervenções militares. Antes da queda de Allende, no Chile, eram comuns os “panelaços”, em que donas da casa faziam estardalhaço para reclamar do governo, dizendo que faltava comida nas mesas. Depois, tanto aqui como no Chile e na Argentina, que também teve seu panelaço, vieram governos militares que deixaram mães sem filhos, mortos sem sepultura. E que falavam em... proteger a família, ai meu Deus! E torturavam e matavam. Quando eu era criança, em pleno golpe militar, garantiam que os comunistas destruiriam a família. E até que devoravam criancinhas!

No passado, se uma garota ficava grávida sem casamento, era expulsa da casa pelo pai e lançada, em geral, à prostituição. O argumento: “Defender a honra da família”. Houve, sim, uma evolução no comportamento. Ninguém expulsa uma filha de casa porque está grávida – e, se acontece, é em rincões do Nordeste. Frequentemente, é o contrário. Pais e mães atuais, novamente em nome da felicidade de seus filhos, tentam empurrá-los para bons casamentos. A família idealizada, com pais e mães bonitos, crianças saudáveis e sorridentes, é ótima para comerciais. Existe uma expressão, a “família margarina”, dos comerciais, em que se demonstra uma felicidade sem arranhões, e passar margarina no pão é a máxima expressão de afeto. Consumir é amar? É a “família margarina” que os partidários desse tipo de manifestação defendem? Uma família idealizada, que não corresponde nem às deles mesmos, com suas contradições.

Tenho motivos para gostar de Breaking bad. É comum alguém que comete um crime horrível, pessoal ou público, dizer que só quis defender a família. A série expõe essa chaga. Durante minha última novela, Amor à vida, recebi frequentes ataques pela internet, me acusando de querer destruir a família brasileira. Em última análise, a novela mostrava, sim, os vários tipos de família, da evangélica à gay. Defendia a convivência entre elas, o direito de ser, existir, e o respeito ao próximo. Essas são ideias, hoje em dia, autenticamente católicas, pois o papa Francisco demonstra um desejo sólido de tornar a Igreja mais receptiva. Mesmo que o papa diga o contrário, sempre existirão políticos dispostos a “defender a família” como argumento para qualquer retrocesso.

Nélson Rodrigues, ícone do teatro nacional, expôs as chagas das famílias. Também é intenso o livro de Zuenir Ventura, Sagrada Família, de quem roubei o título deste texto. Defender a família tornou-se desculpa para qualquer crime, frequentemente contra a liberdade e o direito. Já disse que ressuscitar essa marcha é uma grande bobagem. Ou será que estou enganado? Se já começaram a falar no tema, talvez não seja uma simples besteira. Mas um bom motivo de preocupação. Diante do que dizem, penso nos meus familiares e nas famílias de meus amigos. E pergunto: pedi alguma coisa? Com que direito alguém fala em nome de mim e de nossas famílias?

Para maioria da população, mulher tem culpa em estupros
Agência Brasil

Brasileiro rejeita violência contra mulheres, mas diz que comportamento e roupas delas têm influência no número de estupros. Apenas 10% desses crimes são notificados.

Mesmo com a ampliação dos debates sobre violência contra mulheres e iniciativas como a Lei Maria da Penha, de 2006, a sociedade brasileira ainda mantém opiniões machistas e acha que o comportamento da mulher tem influência no número de estupros, segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os pesquisadores pediram que os entrevistados dissessem se concordavam ou não com frases como "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" e "se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros". Para a primeira, 65% dos entrevistados disseram concordar total ou parcialmente. Para a segunda, o percentual é de 58,5%.

Os dados sobre a percepção acerca da violência contra a mulher são do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), do Ipea, divulgado nesta quinta-feira (27/03) em Brasília.

"Esse é um resultado extremamente preocupante, que remete mais uma vez à mentalidade patriarcal que ela leva a esse tipo de percepção", comentou o diretor de estudos e políticas sociais do Ipea, Rafael Osório. "É extremamente desanimador constatar que, depois de tanto progresso, ainda encontramos essa percepção amplamente disseminada."

Apesar do cenário predominantemente machista, o estudo também mostrou que 90% da população concorda que homens que agridem mulheres devem ser punidos com a prisão.

Subnotificação dos estupros - Um segundo documento inédito apresentado nesta quinta-feira pelo Ipea revela que todos os anos no Brasil acontecem ao menos 527 mil casos de estupro, mas apenas 10% são registrados na polícia.

Para o diretor de estudos e políticas do Estado, das instituições e da democracia do Ipea, Daniel Cerqueira, a falta de estatísticas em âmbito nacional dificulta o processo de elaboração de políticas públicas eficientes. "As bases de dados são segmentadas, não existe um banco de dados nacional nem sincronia dessas informações", disse.

O estudo também mostrou que, em 70% dos casos notificados, as vítimas são crianças e adolescentes e os agressores, na maior parte dos casos, são ou pais/padrastos (24,1%) ou conhecidos (32,2%) das vítimas. "Esse é um quadro de sintoma de uma doença coletiva, e é uma situação muito complexa de ser resolvida", opinou Cerqueira.

Brigas privadas e intervenção do Estado - De acordo com a pesquisa sobre a percepção da violência contra a mulher no Brasil, 64% das pessoas concordam que a família deve ser chefiada pelo homem e 82% acham que não se deve interferir em brigas entre marido e mulher. Os dados reforçam a presença ainda forte do chamado ordenamento patriarcal, em que o homem detém o mando sobre o espaço doméstico.

A pesquisa também mostrou que o percentual de pessoas que acredita que brigas entre marido e mulher devem ser resolvidas no âmbito particular é similar (87%) ao percentual de pessoas que defendem prisão para os agressores (90%). Segundo o Ipea, os dados mostram que, quando os conflitos passam para a violência física, os entrevistados disseram concordar com intervenções externas, por exemplo do Estado.

Segundo os pesquisadores, "embora o homem ainda seja percebido como o chefe da família, seus direitos sobre a mulher não são irrestritos e excluem as formas mais abertas e extremas de violência".

"Vemos que as pessoas estão fazendo distinção entre formas de violência que deveriam levar à intervenção do Estado na vida provada. As pessoas tendem a encarar a violência física como intolerável, mas há outros tipos de brigas que as pessoas acham que devem ser resolvidas na esfera privada", detalha Osório.

Relações homossexuais - Perguntados se concordam com a possibilidade de casais de pessoas do mesmo sexo terem os mesmos direitos dos outros casais, 50% dos entrevistados disseram que sim. Para o Ipea, essa aceitação deve-se ao fato de se tratar de um conceito e não necessariamente uma situação prática.

Evidência disso é o percentual de 52% de pessoas que concordam com a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo e o percentual de 59% que dizem se sentir incomodadas ao ver demonstrações públicas de afeto entre duas mulheres ou dois homens.

A pesquisa também cruzou os dados com a orientação religiosa e os resultados mostram que os evangélicos são o grupo mais intolerante à homossexualidade.

Para 65%, mulher que mostra corpo 'merece ser atacada' 
O Globo

Autor de estudo sobre estupros: 'Estamos em estágio pré-civilizatório'

Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que 527 mil mulheres, adolescentes e crianças são estupradas por ano no país, mas só 10% dos casos chegam ao conhecimento da polícia. Os dados, considerados assustadores, não param por aí. Em outra pesquisa, o instituto descobriu que mais da metade da população tem a tendência de culpar as mulheres pelos estupros dos quais elas são vítimas. Um contingente ainda maior, 65% dos entrevistados, entende que mulheres que "mostram o corpo merecem ser atacadas"

- Trabalho com violência há 15 anos e, para mim, estes dados são estarrecedores. Não se trata de uma doença isolada. Se trata de uma doença coletiva. Podemos dizer que estamos num estágio pré-civilizatório - afirmou o diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel Cerqueira, autor do estudo sobre a frequência de estupros .

Segundo ele, o número de estupros é extremamente elevado e exige uma resposta consistente do governo e da sociedade. Pelo estudo, 88,5% das vítimas da violência sexual são mulheres, 70% são ainda crianças ou adolescentes, e 51% delas são negras ou pardas. O estudo mostra ainda que 46% das vítimas têm ensino fundamental incompleto. Cerqueira chegou a estas conclusões com base em dados do Sistema de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, onde estão registrados atendimentos médicos de violência sexual.

- Estes números são elevados, mas se fosse feito um cruzamento entre os dados da Saúde e da Segurança Pública esse número (de estupros) seria maior ainda - afirma a secretária de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Aparecida Gonçalves.

A violência não se limita ao ataque físico à mulher. Numa outra pesquisa sobre percepção da sociedade, 58% dos entrevistados disseram que "se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros" No mesmo estudo, 63% dos entrevistados disseram concordar "que casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre entre os membros da família" Ou seja, teriam que ser resolvidos sem a interferência da polícia.

A cultura do estupro está muito presente na sociedade. Ainda estamos numa sociedade patriarcal afirma Natália Fontoura, uma das responsáveis pela pesquisa.

A mesma pesquisa informa também que para 91% da população "homem que bate em mulher tem que ir para a cadeia" Para os pesquisadores, este seria um sinal de que, apesar dos preconceitos, a sociedade estaria mudando. O estudo mostra que a tendência de responsabilizar a mulher pelo estupro é mais comum entre pessoas que professam algum tipo de religião, especialmente evangélicos. É mais comum também entre pessoas de baixa escolaridade, sobretudo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O Ipea ouviu 3.810 pessoas entre maio e junho do ano passado em todo o país. Os pesquisadores apresentaram 25 frases populares relacionadas à violência contra a mulher para que os entrevistados respondessem se concordavam ou não.

O resultado foi uma coleção de preconceitos. Pelo sondagem, 54,9% dos entrevistados concordaram com a frase "tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama" Para Rafael Osório, diretor de Estudos e Políticas Sociais, para uma parcela significativa de homens, mulheres sexualmente livres não são boas companheiras. "O sexismo e as representações da mulher como subordinada à autoridade masculina na jurisdição do lar frequentemente se materializam em violências que atingem milhares de brasileiras" diz o estudo.

As declarações de machismo não param por aí. Aproximadamente 60% dos entrevistados concordaram total ou parcialmente com a assertiva: "uma mulher só se sente realizada quando tem filhos" Outros 78,7% endossaram a idéia de que "toda mulher sonha em se casar" Um contingente de 63,8% apoiaram a tese de que "os homens devem ser a cabeça do lar".

EBC firma parceria com o governo no combate à violência contra a mulher
Agência Brasil

Onze empresas públicas e privadas – entre elas, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – assinaram (27), com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, um termo de adesão à campanha "Compromisso e atitude pela Lei Maria da Penha – A lei é mais forte".

Em discurso, o presidente da EBC, Nelson Breve, lembrou o caso da radialista Lana Micol, coordenadora da Rádio Nacional do Alto Solimões, assassinada em maio do ano passado no município de Tabatinga (AM). O principal suspeito do crime é o ex-marido de Lana, Edimar Nogueira Ribeiro.

“Muitas vezes, nossa mente custa a acreditar que existem desigualdades gritantes. Só quando acontece algo com a nossa família ou com alguém ao nosso redor é que a gente percebe que elas existem e nos mobilizamos”, disse Breve. “Trata-se de uma violência contra a mulher muito flagrante, que tirou a vida de alguém que tinha muito a dar à sua comunidade e que, infelizmente, nos deixou”, completou.

Ainda segundo o presidente da EBC, a empresa foi orientada pela própria Maria da Penha a se engajar na campanha e no combate à violência contra a mulher. Entre as ações previstas está a criação de um centro de referência, em Tabatinga, para mulheres que vivem em região de fronteira e com altos índices de violência.

“Com essa atitude, assumimos um compromisso forte para que a Lei Maria da Penha se torne ainda mais forte. É o compromisso que temos agora”, ressaltou Breve.

Lançada em 2012, a campanha tinha como proposta inicial a mobilização da sociedade e dos sistemas de Justiça para fortalecer os instrumentos de responsabilização de agressores. Atualmente, a estratégia adotada é que empresas e instituições desenvolvam ações sobre a Lei Maria da Penha e divulguem o canal de denúncia (Ligue 180) para o público interno e externo.

De acordo com o governo federal, o envolvimento de empresas e instituições no enfrentamento à violência contra a mulher pode reduzir a perda de recursos públicos e privados e também de produtividade causadas pelas ausências de vítimas ao trabalho.

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, cobrou mudanças nas atitudes adotadas dentro das empresas, sobretudo no combate ao assédio moral, ao assédio sexual e à discriminação de gênero na ascensão aos cargos.

“Essas empresas, públicas e privadas, não estão aderindo só à campanha, mas ao Programa Mulher, Viver sem Violência, à tolerância zero. Ao aderirem, estão acolhendo, abraçando e protegendo, no sentido de garantia de direitos a todas as mulheres brasileiras”, disse a ministra.

Um levantamento do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento aponta que a violência contra a mulher é responsável por 20% das faltas ao trabalho em todo o mundo – uma em cada cinco ausências, portanto, é motivada por agressões ocorridas no ambiente doméstico.

Em nota, ministra condena atos de violência contra mulher
Portal Brasil

Eleonora Menicucci - Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República

Leia nota da ministra, a seguir:

 "A covardia dos ataques a mulheres no transporte público, verificada principalmente em São Paulo, escancara a face invisível da brutal violência sexual vivida a cada dia pelas mulheres. Por meio de ações planejadas em redes sociais, agressores transformam-nas em reféns: elas muitas vezes não têm como abandonar imediatamente o canto do veículo onde estejam. Essas agressões precisam ser enfrentadas por toda a sociedade, na sua baixeza de atentados aos direitos humanos das mulheres.

A melhor maneira de combater esse comportamento ignóbil é denunciá-lo, numa iniciativa tanto da própria passageira, quanto de quem o testemunhe. Afinal, este pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha. A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República vem planejando ações, em parceria com as responsáveis pelas políticas de mulheres do município e Estado de São Paulo, para coibir esta violência."

Jovens em risco
Correio Braziliense

É lugar-comum afirmar que o jovem representa o futuro do país. O chavão, porém, não torna a afirmação falsa. Ao contrário. Ela só virou clichê por ter sido insistentemente repetida. Pais, professores e governantes não têm dúvida do papel que aguarda crianças e adolescentes anos mais tarde. Eles não só trilharão caminhos abertos pelos antecessores, mas também encontrarão novas vias aptas a enriquecer o patrimônio nacional.

Se o fato é de domínio dos adultos, não o é dos menores. A pesquisa Comportamento de Risco entre Jovens Brasileiros revela dados preocupantes. Apesar da abundância de informação de que a garotada dispõe, os alertas parecem não dar o resultado esperado. Rapazes e moças negligenciam cuidados básicos e se entregam a consumo de substâncias prejudiciais ao corpo e à mente.

Pior: a conduta perigosa começa muito cedo. Não raro estimulada pela própria família. O estudo cita casos de crianças que experimentaram bebida alcoólica aos 12 anos. Os pais oferecem uma bicada, uma provinha aparentemente inocente de vinho, cerveja, uísque. Insistem para que o filho beba e aprecie a iguaria. A brincadeirinha funciona como convite a consumo crescente e estímulo à imoderação.

Segundo o levantamento, a média de idade em que os jovens começam a beber é 15 anos. O percentual dos que abusam do álcool causa apreensão. Na faixa entre 14 e 17 anos, o índice atinge 43%; entre 18 e 21 anos, 55%; entre 22 e 25 anos, 61%. De acordo com especialistas, a precocidade não só abre as portas para outros vícios. Começar cedo, sobretudo, é garantia de dependência futura.

O comportamento de risco não se restringe ao álcool. Cresce o número dos consumidores de drogas lícitas e ilícitas. Na média, garotos e garotas entram no universo dos fumantes antes de completar 15 anos. Maconha, cocaína e solventes também frequentam as rodas de adolescentes e jovens. Em escolas, clubes, parques, shoppings, cinemas há oferta e procura. A repressão parece incapaz de impedir a circulação dos produtos.

No sexo, também se observa o risco: 29,6% dos homens e 34,4% das mulheres negligenciam a camisinha. Nada menos de 88% nunca fizeram teste de HIV nem doaram sangue, oportunidade em que o vírus poderia ser detectado. Além do perigo de contaminação, o pouco caso com métodos preventivos responde por gestações precoces e abortos.

A pesquisa acende a luz vermelha. Impõem-se não só campanhas inteligentes e esclarecedoras sobre o preço do comportamento irresponsável. As instituições de ensino desempenham papel importante no esclarecimento e guinada dos estudantes em direção à saúde. Pais também precisam de atenção e toques de alerta. O freio de mão precisa ser puxado. Com urgência.

No RS, ministério recolhe lote de 89 mil vacinas anti-HPV 
O Globo

Medida foi adotada depois que seis meninas tiveram reações graves após dose

A secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul recolheu preventivamente ontem um lote de 89 mil vacinas anti-HPV, depois que seis adolescentes - cinco em Porto Alegre e uma em Veranópolis, na Serra gaúcha - apresentaram reações atípicas depois da primeira dose. Uma delas teve convulsões.

Os cinco casos de Porto Alegre foram registrados na segunda-feira. O de Veranópolis, no último dia 20. Os nomes das adolescentes foram mantidos em sigilo, mas as reações apresentadas foram consideradas graves pelo Ministério da Saúde.

Em nota conjunta, a pasta e a secretaria estadual atestam que a vacina é segura e utilizada em 51 países desde 2006 "sem registros de eventos que pudessem pôr em dúvida sua segurança" O texto ressalta ainda que o Centro Estadual de Vigilância em Saúde foi notificado e já investiga os casos.

As cinco adolescentes de Porto Alegre têm 13 anos e sofreram de mal estar, dor de cabeça e náuseas. Três precisaram de atendimento de emergência, mas já foram liberadas. A menina de Veranópolis, de 11 anos, teve uma crise convulsiva e segue sob acompanhamento neurológico.

Segundo a nota conjunta, a ocorrência de convulsões não foi confirmada por estudos internacionais, e isso levou ao recolhimento do lote de onde vieram todas as doses dadas às seis meninas.

Segundo a coordenadora do Programa de Vacinação do RS, Tani Ranieri, as adolescentes continuam sendo acompanhadas, e nenhuma tinha histórico de epilepsia, causa comum de convulsões.

- É necessário ter cuidado nesses casos porque o medicamento pode levar a culpa no lugar de problemas anteriores, que não eram conhecidos e foram desencadeados pelo produto - diz ela

Além desses casos, foram registradas no estado outras 30 ocorrências de reações adversas leves, como tontura e desmaios. A aplicação da vacina tem como meta proteger adolescentes de 11 a 13 anos contra a infecção pelo HPV. Até ontem, 116 mil doses haviam sido aplicadas. A meta é vacinar 206 mil meninas.

A vacina, oferecida na rede privada por R$ 400, é fabricada pelo laboratório americano Merck Sharp & Dohme. Segundo a campanha, a segunda dose deverá ser aplicada em setembro, e um reforço final, daqui a cinco anos.

- Em campanhas massivas, o surgimento de reações adversas raras sempre aparece. O recomendável é que a segunda dose não seja aplicada - diz Juarez Cunha, do Comitê de Infectologia e Cuidados Primários da Sociedade Gaúcha Pediátrica.

O epidemiologista Eno Filho acha, por sua vez, que a campanha é "inadequada"

- Os casos de reações graves reforçam a sensação de que a vacina foi introduzida precoce e inadequadamente. Até 2011, o ministério divulgara parecer não recomendando incluir anti-HPV no calendário vacinai. De lá para cá, não se produziram evidências científicas que justificassem a mudança.

A vacinação continua em todo o estado conforme calendário pré-definido.

Governador do Piauí causa revolta ao vetar lei que proíbe teste de HIV em concurso público
Ag. Aids

 A notícia de que o governo do Piauí vetou parcialmente o projeto de lei que proibia a exigência de teste de HIV para o ingresso no serviço público estadual, em alguns cargos, causou revolta em ativistas daquele estado. Jovanna Baby, conselheira nacional de combate à  discriminação e integrante do Fórum LGBT do Piauí disse que as ONGs estão se articulando para preparar um documento contra este veto. "Vamos recorrer  em todas as instâncias", disse Jovanna. "Esse veto é carregado de preconceito, o governador presta, com ele,  um desserviço à aids. Ele é médico e deveria saber que pessoas vivendo com HIV não são incapazes de trabalhar." Jovanna também contou que a imprensa do Piauí está dando apoio ao divulgar o caso.  Leia, a seguir matéria publicada pelo site G1.

Governador veta lei que proíbe teste de HIV em concurso público no Piauí

 O governo do Piauí vetou parcialmente o projeto de lei que proibia a exigência de teste de HIV para o ingresso no serviço público estadual em alguns cargos. A lei, de autoria do deputado Fábio Novo (PT), foi proposta após o Ministério Público Estadual contestar a obrigatoriedade, tachada como discriminatória, do teste prevista no edital do concurso da Polícia Militar do Piauí.

 Para justificar a razão do veto, o documento enviado à Assembleia Legislativa afirma que “o desempenho das atribuições de certos cargos na Administração Publica Estadual para pessoas acometidas de certas doenças tanto provoca risco de agravamento do estado de saúde da pessoa infectada com o vírus HIV como também pode submeter a risco de prejuízo à saúde o particular”.

A diretora de assuntos institucionais do Grupo Matizes,  Marinalva Santana, comentou que o veto foi recebido com tristeza e indignação. A entidade irá recorrer aos deputados estaduais na tentativa de derrubar o veto do governador do Estado, Wilson Martins.

“Mais uma vez, o governador se afastou dos princípios democráticos e optou por ficar do lado daqueles que discriminam, que desrespeitam os direitos humanos. É o Piauí na contramão da história. Vamos tentar convencer os deputados a derrubarem o veto, mas, de antemão, sabemos que não vai ser fácil”, afirmou Marinalva.

 Ela explicou que o projeto foi adaptado de leis já existentes em outros estados brasileiros. “Nós só adaptamos o texto das leis já existentes em estados como Espirito Santos, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais. O argumento de veto é cínico, em total descompasso com a realidade. É eivado de preconceito sim porque repassa a ideia de que a pessoa vivendo com HIV é um perigo ambulante”, declarou Marinalva Santana, acrescentando que o veto do governador é lamentável em todos os sentidos.

 O veto incidiu sobre a redação proposta nos incisos I e IV do art. 2°. O primeiro determinava a não exigência da sorologia para HIV para os inscritos em concurso ou selecionados para o ingresso no serviço público estadual. Já o quarto relatava que a sorologia positiva não deveria impedir o ingresso ou permanecia no candidato no serviço público.

 Utilizando-se dessa justificativa, “a Administração Pública pode exigir a sorologia para HIV tanto como requisito para ingresso ou permanência no serviço público estadual”. O projeto de lei foi criado diante da exigência do teste de sorologia para a inscrição no concurso público da Polícia Militar do Piauí, com edital publicado em 2013. Na época, a quantidade de dentes e a ausência de tatuagens também foram exigidas no edital.