Jovens falam sobre sexualidade em projeto audiovisualRevista Educação | |
Naquele
dia Pedro não conseguia pensar em mais nada que não fosse Marina. Nem
mesmo o campeonato de videogame com os amigos afastou seus pensamentos
do encontro que aconteceria mais tarde. Na manhã seguinte, os dois
jovens acordam juntos: do bolso, junto com a chave de casa, Pedro tira
uma camisinha fechada. Corta cena. O celular de Pedro toca e deixa o
garoto apreensivo: do outro lado da linha, Marina segura um teste de
gravidez. E agora? A história descrita acima faz parte de um dos cinco curtas-metragens produzidos para o projeto "Dar voz aos jovens", promovido pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) em parceria com a Fundação Carlos Chagas (FCC). Estudantes da rede pública de São Paulo, entre 14 e 19 anos, foram convidados a participar de um concurso de narrativas com o objetivo de retratar suas percepções sobre a sexualidade. Uma comissão formada por profissionais das áreas de saúde, educação e ciências humanas escolheu os melhores textos e os 20 vencedores participaram durante um mês de uma oficina de produção de curta-metragem, com a orientação da produtora de cinema Paula Garcia e sua equipe. Os temas tratados nos filmes foram escolhidos a partir dos assuntos que mais apareceram nas narrativas inscritas no concurso. "Nós optamos por esse filtro para realmente captar o que os jovens querem dizer de forma democrática", explica Paula Garcia. Os estudantes selecionados puderam se dividir em grupos e escolher qual assunto eles gostariam de abordar em seus roteiros. O resultado éum conjunto de cinco vídeos. O curta E agora? fala sobre gravidez na adolescência; Violência e poder, sobre o assédio sexual no ambiente de trabalho; Essa é a minha vida é um documentário sobre as relações afetivas e a diversidade sexual; Amor sem regras aborda os encontros e desencontros amorosos entre jovens. Já O amor está ao lado traz as percepções de adolescentes em relação à primeira vez. Os filmes podem ser vistos no endereço: http://www.youtube.com/user/ Sexualidade na escola "A ideia do projeto surgiu de algumas constatações de pesquisas da minha área", esclarece a professora titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do projeto, Dra. Elza Berquó. "Estudos recentes na área de reprodução, assim como de comportamento sexual e percepção sobre o HIV, mostram que no país ainda é marcante a vulnerabilidade dos jovens", acrescenta. Segundo dados do Ministério da Saúde, a faixa etária em que a aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 25 a 49 anos. Em relação aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham conhecimento sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV. Um levantamento realizado com mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos, por exemplo, mostra que, em cinco anos, a prevalência do HIV nesse grupo passou de 0,09% a 0,12%. Outra análise que chama a atenção é que a faixa etária dos 13 aos 19 anos é a única em que o número dos casos de aids é maior entre as mulheres. Quanto à forma de transmissão entre os maiores de 13 anos, prevalece a sexual. A pesquisa indica também que quanto menor a escolaridade, maior o percentual de infectados pelo vírus da aids: entre os meninos com ensino fundamental incompleto a prevalência é de 0,17%. Já entre os que têm ensino fundamental completo esse número cai para 0,10%. A incorporação de práticas educativas em saúde no cotidiano das escolas tem sido um esforço dos Ministérios da Educação e da Saúde, que assinaram as Portarias Interministeriais n.º 749/05 e n.º 1.820/06 com o objetivo de discutir diretrizes para criar uma política nacional de educação em saúde na escola. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais estabelecem alguns temas transversais que devem ser abordados como parte integrante das áreas de ensino e, entre eles, encontra-se a educação sexual. A existência de legislação não significa, contudo, a efetiva implementação dos programas nas escolas, como lembra a coordenadora do projeto. "O que vemos hoje é uma fragmentação de ações. A educação sexual tem sido tratada com um viés biológico, que nem sempre é democrático, pluralista e livre de estereótipos e preconceitos. O correto seria falarmos em uma educação em sexualidade, aquela que respeita e abrange os direitos sexuais", ressalta. A professora acredita também que são raras as iniciativas adequadas às novas mídias, tão utilizadas pelos jovens, o que dificulta a aproximação dos professores ao universo de seus alunos. Por isso a ideia é que os vídeos sejam usados nas escolas como uma alternativa à educação sexual normativa, promovendo a reflexão, a partir da visão dos jovens. "A linguagem audiovisual é muito próxima deste público e pode ser uma ferramenta eficiente nas escolas para promover a discussão e a educação sexual entre os estudantes", afirma Elza Berquó. |
Notícias e comentários sobre combate,HIV AIDS TB. Novidades sobre temas referentes ao ativismo social e político, política, políticas públicas e ações de prevenção.Incrementando o Ativismo,e despertando solidariedade. Minha intenção é promover o debate em torno da prevenção. Criando formas de combate e troca de experiências entre familiares e pessoas vivendo ou convivendo com este tema.
Explicação sobre o blog "Ativismocontraaidstb"
Aproveito para afirmar que este blog NÃO ESTÁ CONTRA OS ATIVISTAS, PELO CONTRÁRIO.
Sou uma pessoa vivendo com HIV AIDS e HOMOSSEXUAL. Logo não posso ser contra o ativismo seja ele de qualquer forma.
QUERO SIM AGREGAR(ME JUNTAR A TODOS OS ATIVISTAS)PARA JUNTOS FORMARMOS UMA força de pessoas conscientes que reivindicam seus direitos e não se escondam e muito menos se deixem reprimir.
Se por aí dizem isso, foi porque eles não se deram ao trabalho de ler o enunciado no cabeçalho(Em cima do blog em Rosa)do blog.
Espero com isso aclarar os ânimos e entendimentos de todos.
Conto com sua atenção e se quiser, sua divulgação.
Obrigado, desculpe o transtorno!
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