MUSCULAÇÃO X HIV/AIDS
Estudos científicos mais recentes apontam para uma direção totalmente contrária. Hoje o entendimento no meio científico é o de que a prática regular de exercícios físicos é indispensável no auxílio ao tratamento dos portadores de HIV/AIDS, em praticamente qualquer estágio da síndrome.
Em tempo:
Portador de HIV: Pessoa que tem o vírus mas não desenvolveu nenhuma doença.
Portador de AIDS: Pessoa que apresenta alguma manifestação de doença oportunista.
Os exercícios físicos recomendados para os portadores de HIV/AIDS de modo geral são os aeróbios e de resistência muscular localizada. Por este motivo, a MUSCULAÇÃO é considerada a modalidade mais completa para os portadores da síndrome. Devem ser associados também exercícios de alongamento, flexibilidade e equilíbrio.
O programa de exercícios deve ser sempre individualizado, com metas e limites claramente definidos, associado a reavaliações constantes. A observação da relação carga x repouso deve ser extremamente respeitada, pois o portador de HIV/AIDS não pode se sujeitar aos efeitos ruins do treinamento excessivo (overtraining).
Em alguns casos o uso de esteroides anabolizantes para portadores do HIV, associados a prática de exercícios tem sido recomendado, desde que prescritos exclusivamente através de critério médico, em conformidade com os demais tratamentos do paciente.
Se o praticante soropositivo estiver sofrendo de vertigens ou mal estar, a carga deve ser diminuída até que os sintomas diminuam. Se houver a presença de febre, deve-se suspender o treinamento até que ela desapareça.
Portanto, da mesma maneira que a prática de exercícios físicos é importante para qualquer pessoa, como meio de promoção da saúde e da qualidade de vida, o mesmo se aplica aos portadores de HIV/AIDS.
BENEFÍCIOS AO CORPO
1.Ganho de força muscular - A infecção pelo vírus do HIV pode levar à perda de força e resistência muscular, além de afetar as funções neuromusculares, gerando inclusive problemas de perda de equilíbrio;
2.Aumento da massa magra – Gerando ganho de peso (pela hipertrofia muscular) e melhor proporção estética;
3.Aumento do apetite - E conseqüente melhora nutricional;
4.Melhora nos padrões de sono;
5.Melhora na aptidão cardiovascular – A infecção pelo HIV diminui a capacidade aeróbia e gera sensação de fadiga. O ganho de condicionamento físico pode aliviar consideravelmente tais efeitos;
6.Combate a síndrome da lipodistrofia - O coquetel de medicamentos utilizado no combate ao vírus provoca como efeito colateral uma redistribuição da gordura corporal conhecida como lipodistrofia, caracterizada pelo aumento do volume da cintura, um afinamento acentuado das extremidades (pernas, braços e ombros), uma diminuição da gordura subcutânea com aumento da gordura visceral e sanguínea (aumentando as taxas de colesterol e triglicerídeos), o encovamento facial (maçãs do rosto consumidas) e o surgimento de um acúmulo de gordura atrás do pescoço;
7.Fortalecimento do sistema imunológico – Já está cientificamente comprovado que os exercícios físicos também aumentam o número de linfócitos T ou CD4, o que permite ao sistema imunológico responder melhor às doenças oportunistas que acometem os soropositivos.
BENEFÍCIOS A CABEÇA
1.Melhora da auto-estima;
2.Melhora da auto-imagem;
3.Diminuição dos níveis de ansiedade e stress;
4.Desenvolvimento de uma atitude positiva;
5.Facilitação da integração social;
6.Aquisição de hábitos saudáveis.
Com avaliação e acompanhamento médico nutrológico, a prescrição de uma dieta (e talvez uma suplementação) que vise compensar e preparar o organismo para a prática de atividades físicas mais intensas e o planejamento de um programa de exercícios físicos por um educador físico, o portador de HIV/AIDS só tem a ganhar, não apenas em termos objetivos de melhoria do estado geral de saúde, como também em aspectos subjetivos de qualidade de vida e integração social.
Compreende porque o acompanhamento especializado pode ser decisivo?
FONTE: Até agora são mais de 200 textos publicados em www.facebook.com/drlucianodeca
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