Mulher Maravilha: o modelo e o modelito
Quem foi menina nos anos 70 certamente brincou de ser a Mulher Maravilha. A amazona Diana, filha da Rainha das Amazonas, deixa sua ilha da fantasia e vai defender os fracos e oprimidos deste mundão de injustiças. Não era fácil, mas, para ajudar, ela tinha um avião invisível, braceletes à prova de balas e o laço da verdade. Era só ela amarrar o bandido que ele contava, tudo, tudinho. Genial.
Para se transformar, a secretária tímida de óculos enormes que era sua identidade secreta começava a rodopiar loucamente e, num passe de mágica, terminava com a roupinha inesquecível: seu shortinho azul com estrelas brancas, botas e um corpete vermelho e dourado, tomara-que-caia, além da tiara dourada. Criança, me esborrachei no chão inúmeras vezesde tão tonta que eu ficava, rodopiando o dia todo.
Como se não bastasse, a atriz que fazia a Mulher Maravilha era Linda Carter. Que havia sido…Miss Estados Unidos anos antes. Muito branquinha, cabelos pretos e olhos azuis, cinturinha inigualável, era mais ou menos como se a Branca de Neve tivesse um dia pirado e resolvido que ia enfrentar a bruxa malvada aos sopapos, vestida de super-heroína – pra depois, vitoriosa, ir direto rebolar num baile funk carioca (com aquele shortinho, é uma tchutchuca perfeita).
Claro que eu faço graça hoje, mas, com sete, oito anos, eu realmente admirava aquela mulher destemida que era a única representante feminina em meio a Batman, Robin, Super-Homem, Aquaman e outros machos. Tá bom, tinha a Batgirl. Mas ela era mera coadjuvante do Batman. E nem aparecia em todos os episódios! A Mulher Maravilha tinha uma série só pra ela. Um luxo.
Sem falar que nos anos 70, quando o feminismo ganhava força, uma super-heroína de TV que tinha largado o trono confortável de princesa, disputando a olimpíada das amazonas escondida da mãe, para lutar pelo Bem…era qualquer coisa, né? Eu adorava a Mulher Maravilha. Ela, as Panteras e A Mulher Biônica eram tudo que eu queria ser! Eram meus modelos. Mulheres independentes, corajosas, que corriam atrás. Não queriam ser princesas, não focavam num marido, não se faziam de frágeis para conseguir o que queriam.
Nas últimas décadas, a Mulher Maravilha ficou para trás. Todos os super-heróis ressuscitaram, ganharam filmes, sagas. A Mulher Maravilha, ao contrário: virou piada. Na ótima peça Alucinadas, que está em cartaz no Rio, há um esquete sobre ela. Sem grana, ela tenta pontas na televisão, espaço na mídia, sempre magoada por ter sido esquecida. O pior mesmo foi terem inventado um namoro dela com o Batman.
Este ano começaram as informações de que ela terá um filme só pra ela, em 2011 (espero que não passem a chamá-la de Wonder Woman no Brasil, como aconteceu com o Super-Homem, que, na nova versão, virou Superman… ). Chegaram a dizer que Sandra Bullock poderia pegar o papel. E, esses dias, o New York Times anunciou que, nos quadrinhos, ela ganhará uma nova roupa (veja acima). Era hora, dizem os desenhistas. Ela usava o mesmo modelito desde 1941, quando foi criada. Agora ela vestirá legging azul- marinho emendando nas botas, corpete ainda vermelho e dourado, mas com um casaquinho escondendo os ombros. Mais moderna e mais vestida.
O site Huffington Post fez uma enquete ontem. Cerca de 60% dos leitores disseram que preferem a roupa original.
E você, o que achou?
Enquanto pensa, reveja a abertura da série:
Um comentário:
Veja o Vídeo em: "Mulher Maravilha modelo e o modelito.
Tchau!!!
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