CLIPPING
Saúde, Sexualidade & Afins
07/Fev./2014
ONU condena homofobia antes de
abertura dos Jogos de Sochi
Reuters
No primeiro discurso de um secretário-geral da
ONU em uma sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI), Ban Ki-moon condenou
ataques e discriminação baseados na orientação sexual das pessoas.
- Ódio de
qualquer tipo não pode ter lugar no século 21 – disse Ban, na véspera da
abertura da Olimpíada de Inverno em Sochi.
A Rússia,
sede pela primeira vez dos Jogos de Inverno, tem sido alvo de críticas desde
que o governo emitiu uma lei contra a propaganda gay no ano passado, o que foi
denunciado por restringir direitos de homossexuais e descriminá-los.
- Nós todos
devemos elevar nossas vozes em relação a ataques contra lésbicas, gays,
bissexuais, transgêneros ou intersexuais – disse Ban na quinta-feira, no
balneário localizado na costa do mar Morto.
- Nós
devemos nos opor a detenções, prisões e restrições discriminatórias que eles
enfrentam.
O
presidente russo, Vladimir Putin, defende a lei sob alegação de que protege
minorias e tem declarado que os homossexuais não serão discriminados durante a
Olimpíada de Sochi.
Até 86 milhões de meninas
poderão sofrer com mutilação genital feminina até 2030, alerta ONU
ONU
Aprovando com unanimidade na Assembleia Geral
da ONU, é lembrado nesta quinta-feira (6) o Dia Internacional de Tolerância
Zero à Mutilação Genital Feminina. Para marcar a data, o secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, afirmou que “não há nenhuma razão religiosa, de saúde ou de
desenvolvimento para mutilar ou cortar qualquer menina ou mulher”.
“Embora
alguns argumentem que é uma “tradição”, devemos lembrar que a escravidão, as
mortes por honra e outras práticas desumanas foram defendidas com o mesmo
argumento”, afirmou Ban.
Segundo o chefe da ONU, a data é uma
oportunidade para enfrentar este problema persistente, bem como para encontrar
esperança em iniciativas que provam que se pode acabar com a esta prática.
“Apenas
porque uma prática dolorosa existe há muito tempo não justifica sua
continuação. Todas as “tradições” que rebaixam, humilham e ferem são violações
dos direitos humanos que devem ser ativamente combatidas até que acabem”,
lembrou ele.
A prática está caindo em desuso em quase todos
os países, mas ainda está assustadoramente espalhada pelo mundo, informou a
Organização. Embora dados estatísticos seguros sejam difíceis de obter,
estima-se que mais de 125 milhões de meninas e mulheres tenham sido mutiladas
em 29 países na África e no Oriente Médio, onde a prática prevalece e onde há
dados disponíveis.
Se as tendências atuais persistirem, cerca de
86 milhões de meninas em todo o mundo estão sujeitas a sofrer a prática até
2030. “Ásia, Europa, América do Norte e outras regiões não são poupadas e devem
estar igualmente vigilantes para com este problema”, destacou Ban.
O secretário-geral se demonstrou esperançoso
quanto ao problema, lembrando que recentemente, Uganda, Quênia e Guiné-Bissau
adotaram leis para pôr fim à prática. “Na Etiópia os responsáveis foram presos,
julgados e penalizados com ampla cobertura da imprensa, conscientizando dessa
forma o público”, destacou.
ONGs criticam campanha polêmica
contra o câncer
BBC Brasil
Uma campanha de alerta sobre o câncer de
pâncreas tem sido criticada por mostrar pacientes afirmando desejar ter uma
outra forma da doença.
A campanha da 'inveja', da ONG Pancreatic
Cancer Action, mostra pacientes afirmando que prefeririam ter câncer na mama,
na coluna cervical ou no testículo.
A entidade
afirmou que seu objetivo era mostrar que outros tipos de câncer apresentam
maiores índices de sobrevivência.
Mas
organizações que lidam com pacientes de câncer de mama criticaram a ONG por
'colocar um câncer contra o outro'.
'Todos os
cânceres são horríveis'
Cerca de
8.000 pessoas são diagnosticadas com câncer no pâncreas a cada ano, mas para
muitos o diagnóstico chega tarde demais - e a única forma de tratamento, a
cirurgia, já não pode ser realizada.
Apenas 3%
dos pacientes conseguem atingir uma sobrevida de cinco anos - muito inferior à
dos tumores de mama (85%), testículo (97%) e cervical (67%).
A média de
expectativa de vida para pacientes de câncer no pâncreas é de quatro a seis
meses.
Ali Stunt,
a fundadora da Ação do Câncer Pancreático - que sobreviveu à doença - afirmou:
'Lamentamos se essa campanha entristeceu alguém e nossos corações estão com
qualquer um afetado pelo câncer'.
'Todos os
tipos de câncer são horríveis e são algo que não desejo para ninguém'.
Mas ela
disse: 'Nosso anúncio não está dizendo que alguém deseja ter câncer, mas que
prefeririam trocar o câncer no pâncreas por outro tipo de câncer que oferecesse
melhores chances de sobrevivência'.
'Nós
selecionamos de propósito tipos de câncer da campanha que têm taxas
significativamente maiores de sobrevivência que o câncer no pâncreas'.
Cuidado com vibrador e sexo oral
evita DSTs entre lésbicas (Jairo Bouer)
Do UOL
Mulheres precisam tomar cuidado para não
contrair DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) também ao ter relações
sexuais com parceiras do mesmo sexo. O risco de se contaminar é menor do que
nas relações heterossexuais ou entre dois homens, mas existe, enfatiza o médico
e colunista do UOL Jairo Bouer nesta edição do @saúde.
No sexo
oral, os riscos de se contrair uma DST são os mesmos qualquer que seja a
configuração do casal. "Para evitar o contato direto da mucosa da boca com
a vagina, as mulheres podem usar filmes plásticos ou uma camisinha cortada no
formato de um quadrado", recomenda Jairo.
O colunista
lembra que também existe risco de contaminação no compartilhamento de
vibradores e outros artigos eróticos. "Se a mulher usa e passa para a
outra usar pode acabar transferindo bactérias, vírus e fungos de uma vagina
para outra", diz.
O melhor é
que cada uma tenha o seu "brinquedo" ou que ele seja bem lavado antes
de passar de uma para a outra. Ou, ainda, pode-se usar uma camisinha no
vibrador e trocá-la quando a parceira for usar.
Assista aos
demais programas do Jairo no UOL Saúde. E se você tem alguma pergunta sobre
saúde, sexo ou comportamento, envie para drjairobouer@uol.com.br. Algumas
questões serão selecionadas e respondidas nos futuros vídeos.
A Igreja Evangélica, o candomblé
e as violências contra as mulheres (Carla Akotirene)
Correio da
Bahia
Segundo os
dados do Ipea, 61% dos óbitos oriundos das violências de gênero são de mulheres
negras. Contudo, permanecem, ainda, a miopia e o descaso político acerca do
atravessamento da religião neste fato, tendo em vista a naturalidade e as
permanências, sem perder como perspectiva ideológica a demonização das
religiões de matriz africana.
Agressões e feminicídios, independentemente
das classes, constituem fenômeno mundial, com repercussão em saúde e segurança
pública, para os quais as intervenções do Estado requerem a interseccionalidade
– abordagem prática, técnica e política cunhada pela feminista afroamericana
Kimberly Crenschaw, de modo ativo para leituras sociológicas e intervenções
consequentes.
Por meio da interseccionalidade entende-se
que, embora resida no patriarcado a ideologia fundante de opressões contra o
público feminino, as mulheres negras estão estruturalmente posicionadas em
dinâmicas sociais que possibilitam as mesmas serem atingidas simultaneamente e
várias vezes por marcadores sociais além da raça e identidade de gênero.
Ao olharmos para comunidades periféricas, por
exemplo, percebemos a presença marcante de templos evangélicos, cumprindo o
papel de poder e alcance terapêutico nas camadas médias, ao mesmo tempo
proporcionando assimilações distorcidas sobre o lugar das mulheres dentro das
relações sexo-afetivas quando permeadas por violências.
Se
junto à conquista da Lei Maria da Penha, os movimentos de mulheres e feministas
demandam uma atuação antirracista e antissexista nos expedientes profissionais
de acolhimento às vítimas de violência, urge, também, entender na referida
formação das/dos profissionais a importância da interseccionalidade.
De nada adianta acolher, escutar e encaminhar
com celeridade as mulheres vítimas de violências à rede de atenção/proteção
social cuja visão técnica não seja holística e integralizada. Se o olhar
institucional não intuir haver nos contextos de violência o protagonismo de
agressoras de arquétipo é viril.
Quantas mulheres diariamente deixam de
apresentar queixas contra agressores porque na acepção cristã, toda a mulher
sábia deve edificar a sua casa, e somente a tola com a denúncia a derrubará com
as próprias mãos (Provérbio 14:1)? Quantas apresentam em serviços de saúde
falas referentes às lesões provocadas por supostas irmãs, na verdade,
namorados?
De cada 5 (cinco) atendimentos realizados às
mulheres estupradas ou agredidas pelos companheiros, em três se verifica a
ocorrência do discurso religioso, como desagregador da ruptura com o ciclo de
violência e para uma denúncia justa.
Mulheres de candomblé, com uma frequência
menor que as neopentencostais também apresentam discursos atenuantes à
violência de seus companheiros, sob a justificativa de estarem estes em falta
religiosa com determinado orixá; que após a iniciação, a paz espiritual
favorecerá o fechamento do ciclo da violência.
Por outro lado há mulheres com a religiosidade
identificada às santas e orixás guerreiras, não suscetíveis, portanto, a
aceitação passiva de subordinações. E desta forma assinalam: “Somente Oxum pode
me fazer chorar”. “Iansã, minha mãe, é guerreira, não deixará depender dele
para nada”. “Bateu! descontei, pois sou de Santa Bárbara!”.
Importante para o atendimento à mulher vítima
de violência a abordagem multiprofissional. Capaz de orientar a delegacia,
porém atenciosa à orientação não jurídica das ialorixás que ao tomarem conhecimento
de episódios violentos, indagam as entidades protetoras, buscam resolutividades
de natureza penal, mas não exclusivamente do direito.
Manifestas pelo racismo e sexismo
institucionais fracassam as instituições todas as vezes que privilegiam como
único protocolo de atendimento a sabedoria do médico, a natureza estritamente
curativa, a orientação fim para a delegacia, para um novo contexto de
violência, apressado e sem qualquer medida protetiva.
Falha a instituição de saúde quando na notificação não toma como
dado estatístico a identidade religiosa da vítima. Negligencia as/os
gestores/gestoras sobre o cenário epidemiológico do perfil de mulheres negras
ou não negras fadadas pela religião aos ciclos de opressão.
Os prestadores de serviços precisam de
entendimentos raciais, de gênero e identidade religiosa. Lentes para enxergar
além das marcas visíveis; indagar e construir silêncios e empatias.
As/os profissionais da saúde e operadores do
direito precisam de luz. Obrigam-se a estas categorias acenderem velas para
instrumentalizações capazes de perceber masculinidades violentas, seus pontos
de partida, condições religiosas e psíquicas, subjetividades, porque a religião
e seus saberes marginalizados podem
ajudar na manutenção ou ruptura das mulheres com as violências de
gênero.
* Carla
Akotirene é assistente social da
Secretaria Municipal de Saúde e mestra em Estudos sobre Gênero e Mulheres pela
Ufba.
Em versão adolescente, quadrinho
da Luluzinha mostra beijo gay e a reação homofóbica de pai
IG
Assim como
a Turma da Mônica do Maurício de Sousa, um quadrinho ainda mais clássico ganhou
versão adulta. A americana Luluzinha (Little Lulu, no original), criada em
1935, também deixou seus cachinhos infantis para trás, e se tornou parte de uma
turma adolescente.
Em sua 57ª edição, a série “ Luluzinha Teen e
sua Turma” decidiu tratar de homofobia. Um dos colegas de Lulu, que é gay, vai
passar por problemas.
O jovem
Edgar apareceu pela primeira vez na edição 49 da HQ, como um novo integrante da
banda de Luluzinha, e logo se assumiu gay. Já na edição 51 apareceu com o
namorado, Fábio, com direito a mãos dadas.
Neste mês
de fevereiro, o casal protagoniza um beijo gay e enfrenta a fúria do pai de
Fábio, que surge de surpresa em uma festa e intimida os namorados. Ao que consta o diretor da escola onde a
festa está sendo realizada entra na discussão e pede mais diálogo.
Absorvente feminino (Ancelmo
Gois)
A Sétima
Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a Fax Point Indústria Importação e Exportação Ltda., de São Paulo, a
pagar indenização por danos morais de R$ 20 mil a uma ex-funcionária.
É que uma
chefe, incomodada em ver um absorvente usado no banheiro, resolveu descobrir de
quem era. Segue... Só que ela, acredite, obrigou que as
subordinadas baixassem as calças. A relatora da decisão foi a ministra Delaíde
Arantes.