Noticias : H1N1: médico esclarece o falso negativo de HIV |
Enviado por zecarlos em 25/05/2010 01:06:11 (7 leituras) |
Para o infectologista e coordenador de DST/Aids da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Lourival Marsola, a polêmica sobre o resultado positivo em exames de HIV entre aqueles que se vacinaram contra o vírus H1N1, divulgada em nota pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada, é desnecessária. |
Notícias e comentários sobre combate,HIV AIDS TB. Novidades sobre temas referentes ao ativismo social e político, política, políticas públicas e ações de prevenção.Incrementando o Ativismo,e despertando solidariedade. Minha intenção é promover o debate em torno da prevenção. Criando formas de combate e troca de experiências entre familiares e pessoas vivendo ou convivendo com este tema.
Páginas
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Noticias : H1N1: médico esclarece o falso negativo de HIV
26/05/2010 Entrevista - Rolf Zinkernagel Ganhador do Nobel de Fisiologia e Medicina também não crê em imunização que combata a malária, a tuberculo
| ||
CORREIO BRAZILIENSE - DF | SAÚDE AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | HEPATITE 26/05/2010 Entrevista - Rolf Zinkernagel Ganhador do Nobel de Fisiologia e Medicina também não crê em imunização que combata a malária, a tuberculose e a HEPATITE C Carolina Lenoir Belo Horizonte - Em 1996, o suíço Rolf Martin Zinkernagel ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1996, em parceria com o australiano Peter C. Doherty. O Instituto Karolinska decidiu conceder a honraria à dupla "por suas descobertas em relação à especificidade da célula de defesa imunológica". "Eles descobriram que os glóbulos brancos (linfócitos) devem reconhecer o vírus e certas moléculas próprias - chamadas de antígenos de histocompatibilidade -, para matar as células infectadas. Esse princípio de reconhecimento simultâneo das moléculas próprias e estranhas tem se constituído na base para a compreensão da especificidade do sistema imunológico celular", afirma o comunicado do Prêmio Nobel. Rolf e Peter explicaram como o sistema imunológico distingue as células infectadas das sadias. Em visita ao Brasil, Rolf Zinkernagel profere a palestra Um Prêmio Nobel obtido de resultados experimentais inesperados, hoje, às 14h30, no auditório 1 do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB). Mestre pela Universidade da Basileia e doutor pela Universidade Nacional da Austrália, ele participará no país de uma série de conferências organizadas pelo Instituto de Investigação em Imunologia (III), que integra os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Em breve entrevista ao Correio e ao Estado de Minas, o pesquisador falou sobre de que forma as observações casuais podem levar a descobertas científicas importantes e descartou o desenvolvimento de vacinas contra algumas doenças, especialmente a AIDS. Nascido em 1944, na cidade de Riehen, Rolf também ganhou o Prêmio William B. Coley do Instituto de Pesquisa do Câncer (1987) e o Prêmio Albert Lasker de Pesquisa Médica (1997). Ao receber o Nobel, em 10 de dezembro de 1996, ele se declarou um "homem de sorte". "Se não tivéssemos encontrado as regras do reconhecimento da célula imune T, alguém mais tarde o teria feito", declarou, no discurso do banquete Nobel. Sem vacina contra o HIV Ismael Francisco/IAMSPE/Divulgação A maior parte das descobertas importantes na medicina são observações casuais, como é o caso da penicilina, mas também é preciso trabalhar duro para conseguir a transição adequada para a aplicação prática" Em relação às vacinas, muito tem sido feito até agora, mas algumas doenças ainda representam grandes desafios para a pesquisa. Por que ainda não temos uma forma de imunização contra tuberculose, malária ou HIV? Em que fase do desenvolvimento dessas vacinas nos encontramos atualmente? Anticorpos protetores são fundamentais para nos salvar de poliomielite, sarampo, tétano e varíola. Esses anticorpos, porém, não existem na tuberculose, ou o vírus ou parasitas escapam deles por mutações contínuas. Portanto, não temos e não teremos vacinas contra a tuberculose, a malária, o HIV ou a HEPATITE C. Se não é possível desenvolver uma vacina totalmente eficaz contra essas doenças, especialmente a AIDS, quais as outras abordagens que podem ser consideradas? Uma vacina que tenha o efeito de reduzir a quantidade de vírus HIV seria razoável? Isso não vai funcionar, mas outras terapias, como antivirais, antiparasitárias, controle de vetores e o trabalho de antibióticos podem ser melhorados. O trabalho que recebeu o Nobel deu lugar a grandes avanços no conhecimento do mecanismo imunológico e m humanos. Desde então, como ele ajudou a melhorar a pesquisa clínica? Ele permitiu medir respostas específicas de células T e dar início ao desenvolvimento da imunização contra o melanoma (tipo de câncer de pele). Quais são os critérios para definir se uma vacina é eficaz e segura para ser aplicada em grande massa? Todas as vacinas fáceis têm sido feitas e são protetoras contra doenças letais ou graves. Essa proteção é a única forma aceitável de sucesso. Pode-se supor que uma parte das descobertas científicas deve-se também a uma dose de acaso? A maior parte das descobertas importantes na medicina são observações casuais, como é o caso da penicilina, mas também é preciso trabalhar duro para conseguir a transição adequada para a aplicação prática. O senhor poderia destacar algumas áreas de imunologia que precisam se tornar prioridades atuais e quais ainda são consideradas controversas? Existem muitas ideias na área de imunologia para as quais não há boas evidências, incluindo "memória", "tolerância", "regulação" e "repressão". Essas ideias devem ser substituídas por resultados experimentais de forma convincente que levem à proteção contra infecções, doenças imunológicas, tumores ou doenças crônicas inflamatórias. |
26/05/2010 Brasil passa a fabricar sete novos remédios para doenças como Aids
|
O GLOBO | O PAÍS
AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | CONTRACEPTIVOS
26/05/2010
Brasil passa a fabricar sete novos remédios para doenças como Aids
Produção é fruto de acordos entre empresas públicas e privadas
SÃO PAULO. A indústria brasileira passará a fabricar sete novos medicamentos, como resultado de novas parcerias entre empresas privadas e públicas anunciadas ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Com esses acordos, o Brasil deixará de importar 21 produtos considerados prioritários, com uma economia anual estimada em R$ 170 milhões. Em novembro de 2009, o ministério já havia fechado outras nove parcerias.
Os medicamentos incluídos agora na lista são indicados para tratamento de Alzheimer, AIDS, osteoporose, tuberculose, hemofilia e asma, além de imunossupressores (para submetidos a transplantes). O governo também prevê reforço na produção nacional do CONTRACEPTIVO DIU.
- É uma forma de o governo federal incentivar a indústria nacional de medicamentos, reduzir a dependência do exterior e tornar o produto mais acessível - disse o ministro
Governo vai produzir antirretroviral ritonavir em parceria com laboratório particular 26/05/2010
Governo vai produzir antirretroviral ritonavir em parceria com laboratório particular
26/05/2010
Ministro da Saúde também incluiu o darunavir na lista de produtos estratégicos para o SUS
O Brasil vai começar a produzir o genérico do medicamento antiaids ritonavir. A fabricação será por meio de parceria público-privada entre o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) e o laboratório privado Cristália, de Campinas. O acordo foi firmado (25) pelo Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante a Feira Hospitalar 2010, que está sendo realizada em São Paulo. Não há prazo para o início da produção do medicamento.
A parceria prevê a produção de outros seis remédios. Na ocasião o ministro também apresentou a atualização da lista de produtos estratégicos para o SUS (Sistema Único de Saúde). Uma das mudanças foi a inclusão do antirretroviral darunavir. “Essa lista sinaliza ao setor produtivo e aos órgãos de fomento de pesquisa quais são os produtos médicos do SUS", explicou Temporão.
Em novembro do ano passado o ministro firmou outras nove parcerias público-privadas, duas para a produção do antirretroviral tenofovir. A previsão é que no segundo semestre ocorra a primeira entrega da produção nacional do remédio.
Clipping Bem Fam (26/05/010)
Alguns lubrificantes podem aumentar o risco de transmissão de DSTs e HIV durante o sexo anal, alertam estudos americanos 26/05/2010
Alguns lubrificantes podem aumentar o risco de transmissão de DSTs e HIV durante o sexo anal, alertam estudos americanos
26/05/2010
Pesquisadora Charlene Dezzutti recomenda procurar nas embalagens a mensagem de que são isosmolar ou isotônicos
Em relações anais sem preservativo, alguns tipos de lubrificantes podem aumentar o risco de infecção do HIV e de outras DSTs, indicam dois estudos norte-americanos apresentados hoje na conferência “Microbicides 2010” (M2010) em Pittsburgh. Apesar de nenhuma pesquisa ser conclusiva, o recado principal dos especialistas é procurar por produtos isotônicos que contenham quantidades iguais de partículas encontradas no tecido retal, além do uso de camisinhas.
Um estudo conduzido pela pesquisadora Charlene Dezzutti, da Universidade de Pittsburgh, para a Microbicides Trials Newtork avaliou seis géis lubrificantes. Os resultados mostraram que alguns deles podem ferir o colo retal e aumentar a probabilidade de transmissão do vírus da aids. Os produtos são: Astroglide, Elbow Grease, ID Glide, KY Jelly, PRÉ e Wet Platinum. Este último é a base de silicone; o restante de água.
Os géis escolhidos são os mais usados nos Estados Unidos de acordo com pesquisa feita pela IRMA (International Rectal Microbicides Advocates) em mais de seis mil pessoas. No Brasil, o governo federal distribui o lubrificante LubriGel Intimus, fabricado pela Carbogel Industria e Comercio Ltda.
Os testes americanos detectaram que o PRÉ e o Wet Platinum foram os mais seguros, enquanto o Astroglide foi o mais tóxico para as células e tecidos. O KY Jelly teve a pior eficácia em bactérias necessárias para a manutenção do tecido epitelial, eliminando uma colônia inteira em testes de laboratório. O PRÉ foi o único a base de água que não rompeu o tecido anal.
“Espero que este seja o primeiro de diversos estudos sobre o tema. Temos que fazer mais investigações para chegarmos a uma conclusão definitiva porque essa pesquisa é pequena”, disse Charlene.
A dica, segundo ela, é procurar nas embalagens dos lubrificantes a mensagem de que são isosmolar ou isotônicos (que contenham a mesma quantidade de sais e açúcares das células do tecido retal ou cervical), além do uso de preservativos.
Risco acrescido de DSTs
Outro estudo apresentado na M2010 mostrou uma pesquisa do uso de lubrificantes em quase 900 homens e mulheres das cidades de Baltimore e Los Angeles, Estados Unidos. De acordo com Pamina Gorbach da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, o uso das substâncias relacionadas com o sexo anal mostrou que a prevalência de DST foi alta. Participantes que fizeram uso de lubrificantes em relação receptiva anal tiveram três vezes mais chances de contrair alguma DST. A pesquisa não considerou produtos específicos, mas grupos de classes.
O trabalho foi conduzido entre 2006 e 2008, analisando a saúde retal de 879 homens e mulheres. Eles foram testados para gonorréia e clamídia, além de serem questionados sobre higiene e práticas sexuais. Do total, 421 tiveram intercurso anal receptivo. Destes, 302 deram mais detalhes aos pesquisadores. Um pouco mais da metade, 52% (147), usou lubrificantes na última relação anal.
clipping Bem Fam (26/05/010)
Preconceito ainda prejudica tratamento de tuberculose FOLHA DE S. PAULO 26/05/2010
Preconceito ainda prejudica tratamento de tuberculose
FOLHA DE S. PAULO
26/05/2010
Maioria acha que é necessário internar o doente, diz pesquisa
Os 80 mil brasileiros que pegam tuberculose no Brasil a cada ano sofrem, além da doença, estigma e preconceito de parte da sociedade.
O resultado é de uma pesquisa nacional encomendada pelo projeto Fundo Global TB e realizada pelo instituto DataUFF, da Universidade Federal Fluminense.
O relatório completo será apresentado no 4º Encontro Nacional de Tuberculose, que começa hoje, no Rio.
Segundo o levantamento, as reações mais comuns das pessoas próximas a alguém que teve a doença foram separar talheres, pratos e objetos pessoais (34% das respostas) ou evitar falar, tocar e se aproximar dela (30%).
Apenas 27% disseram que nada mudou. A maioria (53%) acredita ainda ser necessário internar alguém com tuberculose.
A doença não é transmitida pelo uso dos mesmos pratos, talheres ou roupas. Quando diagnosticada precocemente, não há necessidade de internação e, após 15 a 30 dias de tratamento, não há risco de contágio.
"O preconceito ajuda a afastar o paciente do posto de saúde. Mas a tuberculose é uma doença normal. Se não houvesse tanto estigma e medo de se sentir isolada, a pessoa certamente cumpriria melhor o tratamento", afirma a coordenadora do projeto, Cristina Boaretto.
Segundo ela, esse preconceito contribui para diminuir a taxa de cura da doença no Brasil. "Ainda temos um percentual de cerca de 70% de cura, quando o desejável é que essa taxa fosse de 95%."
Além do diagnóstico tardio, contribui para o percentual de cura aquém do desejado o fato de muitos pacientes abandonarem o tratamento no meio, após os sintomas terem desaparecido, mas antes de completarem seis meses de medicação.
Para Boaretto, uma das dificuldades para mobilizar a população em relação à doença é que ela demora mais tempo para matar.
"A doença não gera aquela situação imediata de que é preciso fazer algo logo. Por isso, muitos deixam de procurar o posto de saúde e, só quando a situação está mais grave, recorrem a hospitais."
Cortesia Clipping Bem Fam (26/05/010)
24.05.2010 Falta de informação ainda é o maior desafio Projeto Fundo Global TB - Brasil
Segue divulgação dos resultados da pesquisa quantitativa de opinião pública realizada pelo Projeto Fundo Global Tuberculose Brasil, em conjunto com o Núcleo de Pesquisas da Universidade Federal Fluminense (DataUFF.
Comentário:
Os dados da pesquisa confirmam o que em tese já se sabia, que a a falta de informação é ainda um dos principais desafios enfrentados para o controle da tuberculose e que o baixo nível de informação e os diversos mitos sobre a doença no imaginário da população geram um forte estigma e reforçam atitudes de discriminação e a segregação dos pacientes.
Os dados também sugerem que conhecer alguém que teve ou tem tuberculose é mais freqüente na população em posição socioeconômica mais desfavorável e de maior vulnerabilidade social, o que ratifica a necessidade de uma ampla intervenção junto aos determinantes sociais e econômicos relacionados às doenças identificadas com a pobreza como a tuberculose e um reforço no orçamento da saúde, já que "O nosso gasto público é muito baixo para uma cobertura universal e integral", diz o especialista do IPEA, Sérgio Piola
Leia: os indicadores de saúde seguem descolados do volume de gastos do orçamento público.
Em uma possível segunda fase da pesquisa , também se deveria avaliar o conhecimento dos profissionais da saúde; já que uma pesquisa aplicada pelo Conselho Federal de Medicina, apresentada no Programa Fantástico/Rede Globo de Televisão, constatou que 70% dos médicos entrevistados do setor público e privado não foram capazes de citar três sintomas associados à manifestação clinica da tuberculose. Fato que nos faz pensar qual é o papel das Universidades e órgãos formadores em geral no processo de formação de Recursos Humanos para a saúde e na necessidade de adequar a formação profissional a humanização do SUS.
Carlos Basilia
Observatório Tuberculose Brasil
____________ _________ _________ ____
24.05.2010
Falta de informação ainda é o maior desafio
Projeto Fundo Global TB - Brasil
Pesquisa inédita avalia conhecimento da população sobre a tuberculose
Uma pesquisa quantitativa de opinião pública realizada pelo Núcleo de Pesquisas da Universidade Federal Fluminense (DataUFF) demonstra que 51% da população afirma ter conhecimento sobre os diferentes aspectos da tuberculose. Apesar disso e de ser uma doença antiga considerada emergência global pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1993, a falta de informação é ainda um dos principais desafios enfrentados para o seu controle. Hoje, o Brasil é o 18º país com maior número de casos de tuberculose no mundo: 80.000 novos casos por ano.
O estudo inédito foi encomendado e coordenado pelo Projeto Fundo Global TB – Brasil, administrado pela Fiotec/Fiocruz, para contribuir com o avanço das políticas públicas de saúde voltadas para o controle da tuberculose. Segundo coordenadora do projeto, Cristina Boaretto, a motivação foi identificar e avaliar o nível de conhecimento da população brasileira sobre a tuberculose para subsidiar, com respaldo empírico, a discussão e o desenvolvimento de estratégias mais efetivas que promovam avanços no controle da doença.
A coleta de dados foi realizada entre os dias 18 de janeiro e 11 de fevereiro deste ano, com 3.369 brasileiros maiores de 16 anos residentes em 53 municípios brasileiros, de pequeno, médio e grande porte, incluindo as 26 capitais e o Distrito Federal. O trabalho envolveu cerca de 150 profissionais coordenados pelo DataUFF em todo o território nacional.
Conhecimento sobre tuberculose
Foram abordados diferentes aspectos da doença: prevenção, sintomas, formas de transmissão, tratamento, cura, preconceito e estigma. Apesar do elevado percentual dos entrevistados declararem não saber nada sobre a doença (49,0%), os dados permitem afirmar que o brasileiro, quando questionado diretamente sobre características da doença, tem noção que a tuberculose é uma doença transmissível e pode ser prevenida, que toda a população é suscetível, e que tem tratamento e cura.
Entre os entrevistados, 81,3 % informaram que a tuberculose é transmissível, por meio da tosse (37,4%) e 71,8% disseram que conhecem os sintomas da doença. Ao serem perguntados espontaneamente quais seriam os sintomas (média de duas respostas por pessoa), 87,1% responderam “tosse”, 44,2% responderam “febre”, 34,1% responderam “escarro com sangue”.
A pesquisa mostrou também que 34,0% dos entrevistados conhecem alguém que teve ou tem tuberculose. Esse grupo é composto por 67,3% de pessoas com idade entre 25 e 59 anos; 75,4% têm até o 1º grau completo e 68,8% têm renda familiar de até quatro salários mínimos.
Para a coordenadora adjunta da pesquisa pelo DataUFF, Salete Da Dalt, os dados sugerem que conhecer alguém que teve ou tem tuberculose é mais freqüente na população em posição socioeconômica mais desfavorável, de maior vulnerabilidade social.
Ainda de acordo com as respostas deste grupo, a proporção de pessoas que concluiu o tratamento é de 81,3%. O tratamento foi interrompido por 18,7% das pessoas conhecidas, sendo que 40,4% das interrupções foram atribuídas à morte dos doentes. Responderam que a tuberculose tem cura 87,9% dos entrevistados deste grupo.
Estigma e preconceito
A pesquisa confirma a carga de preconceito e estigma que ainda envolve o imaginário popular em relação à doença; 56,4% das respostas propõem o isolamento das pessoas doentes, quer por seu isolamento físico quer evitando compartilhar objetos de uso comum.
Quando perguntados sobre o que é necessário fazer para que uma pessoa com tuberculose não transmita a doença, os resultados reforçam que ainda há muito estigma como pode ser observado na tabela abaixo. Cada pessoa forneceu, em média, 2 respostas. Considerando o total de respostas (7.426), os maiores percentuais estão concentrados em “evitar o uso de objetos utilizados pela pessoa doente” e “e evitar contato físico com a pessoa doente”, 17,2% e 11,7% das respostas respectivamente.
Mesmo no grupo dos 34,0% de entrevistados que conhecem alguém que teve ou tem tuberculose, que em tese tiveram maior oportunidade de conhecer a doença, o preconceito também pode ser demonstrado. Na tabela abaixo podemos observar que a reação das pessoas em relação a quem teve tuberculose denota o estigma. Embora 27,2% dos entrevistados tenham respondido que nada mudou em relação às atitudes com a pessoa com o diagnóstico de tuberculose, a proporção daqueles que se afastaram e evitaram qualquer contato (29,9%) foi grande, aumentando quando somado com aqueles que dizem que separaram os utensílios utilizados pelo doente para fazer refeições (34,3%).
Vacina
A pesquisa também abordou outros indicadores de conhecimento relacionados à doença, como a vacina BCG. Apenas 47,1% dos entrevistados responderam que existe vacina contra a tuberculose.
Quando questionados sobre a finalidade da vacina, as respostas reforçam o desconhecimento ou a falta de informação sobre este tema. Apenas 3,2% indicaram a função de proteção contra as formas graves da doença.
Diagnóstico
O serviço público foi a opção de escolha de encaminhamento (79,7%) para o atendimento de uma pessoa com suspeita de tuberculose.
Poucos entrevistados relatam conhecer os exames feitos para o diagnóstico da tuberculose: apenas 36,6% disseram saber quais são estes. Por outro lado, dentre os que afirmaram conhecer os exames, boa parte realmente sabe que a tuberculose é uma doença que atinge o pulmão. A radiografia do pulmão foi muito mencionada, assim como o exame de escarro, embora em proporção muito menor.
Tratamento
É bastante alto o percentual de pessoas que afirmaram não conhecer a forma de tratamento contra a tuberculose (74,5%) e 52,6% consideram que para fazer o tratamento é necessário internar o doente.
O estigma da tuberculose e a preocupação dos entrevistados em isolar o doente mais uma vez aparecem nas respostas que indicam a necessidade de internação para tratamento da doença.
Quando perguntadas sobre a duração do tratamento, 42,0 % sabiam que dura 6 meses; no entanto 29,9% desconhecem a sua duração.
Com relação ao tempo de tratamento necessário para diminuir o risco de transmissão da doença, 40,4% não sabiam responder. Apenas 2,7% informaram corretamente o tempo de 15 dias.
Relação com o SUS
Para o coordenadora do Projeto Fundo Global, Cristina Boaretto, esta é outra informação relevante para o planejamento de ações e estratégias na área: deve-se levar em consideração que a maior parte da população busca atendimento nos serviços públicos de saúde. “Precisamos incrementar as ações que envolvam toda a atenção básica, que é a porta de entrada ao SUS. É fundamental envolver e capacitar as equipes que atuam tanto nos postos de saúde quanto no Programa Saúde da Família para ampliar o tratamento supervisionado (estratégia DOTS – Directly Observed Treatment Shor-course) e difundir informação que promova o controle social da tuberculose”, sugere.
O gráfico abaixo apresenta a distribuição das pessoas que afirmam utilizar os postos de saúde segundo a sua escolaridade. A proporção de pessoas usuárias com baixa escolaridade é grande: 80,7% s tem escolaridade até primeiro grau completo.
Entre os entrevistados, 41,6% consideram os serviços de saúde pública utilizados como ótimos ou bons e 23,7% como ruins ou péssimos. O percentual é expressivo uma vez que para uma grande maioria são esses os serviços utilizados, referência para resolução dos problemas de saúde.
Foi possível verificar que 59,0% dos entrevistados procuraram atendimento nos últimos seis meses anteriores a realização da pesquisa e 90,3% nos últimos dois anos, ou seja, o percentual de pessoas que demandaram os serviços de saúde é alto.
Na última vez que procuraram os serviços de saúde, 61,2% procurou um posto de saúde e 32,9% procuraram um hospital público.
Perfil socioeconômico dos entrevistados
A pesquisa entrevistou homens (49,9%) e mulheres (50,1%) seguindo-se a distribuição etária brasileira apurada no último Censo, realizado no ano 2000. Como explica Salete Da Dalt, do DataUFF, o grau de escolaridade também foi fixado metodologicamente.
Na maioria dos domicílios a renda familiar é de até cinco salários mínimos: destes 9,5% tem renda de apenas um salário, 29,0% entre dois e três e apenas 18,0% de três a cinco salários. Para a renda familiar contribuem até dois moradores em 78,7% dos domicílios. A grande maioria das famílias mora em casa própria (70,5%), e apenas 22,2% dos entrevistados arcam com aluguel.
Em 69,4% dos domicílios o número de moradores é de até quatro pessoas. Chama a atenção o número de pessoas vivendo em dois (10,8%) e três cômodos (15,3%), o que soma 26,1%. Outros 42,7% vivem em quatro (22,4%) ou cinco (20,2%) cômodos e apenas 13,9% das casas possuem mais de seis compartimentos. Apenas 70,4% dos domicílios possuem esgoto ligado à rede pública, 83,2% tem abastecimento de água da rede pública com relógio e 12,1 sem relógio.
O resultado completo será apresentado no IV Encontro Nacional de Tuberculose
O Projeto Fundo Global Tuberculose Brasil
O Fundo Global apóia o Governo Brasileiro no controle da doença desde 2007, com um aporte de recursos da ordem de US$ 27 milhões até 2012. O Projeto é desenvolvido numa parceria do governo com a sociedade civil. São apoiadas atividades e ações que contribuam para a melhoria da cobertura do tratamento supervisionado (estratégia DOTS) e a conseqüente redução de incidência, prevalência e mortalidade da tuberculose. O objetivo é alcançar as metas definidas para o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), do Ministério da Saúde:
1) Ampliar a cobertura da estratégia DOTS;
2) Reduzir, até 2015, a prevalência e a morte causada por tuberculose em 50% em relação a 1990;
3) Eliminar, até 2050, a tuberculose como um problema de saúde pública, limitando-a a um caso por milhão de habitantes.
Atualmente, o projeto abrange 57 municípios das regiões metropolitanas de Belém, São Luís, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Baixada Santista e Porto Alegre e o Município de Manaus, áreas que concentram 45% dos casos de tuberculose no Brasil.
Mais informações:
Projeto Fundo Global Tuberculose Brasil
Av. Almirante Barroso, 54 / 15º andar - Rio de Janeiro - RJ – CEP 20.031-000.
Tel: (21) 3122-4412
Na internet: www.fundoglobaltb. org.br
E-mail: contato@fundoglobal tb.org.br
Alexandre Milagres (Fundação Ataulpho de Paiva) - (21) 2544.6795
segunda-feira, 24 de maio de 2010
MGA presente na I Marcha Nacional Contra a Homofobia Por Assessoria do MGA 20/05/2010
MGA presente na I Marcha Nacional Contra a Homofobia Por Assessoria do MGA 20/05/2010
Sob os gritos “fora homofobia” e “homofobia, já chegou a sua hora”, cerca de 10 mil gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais de todos os estados do país participaram ontem, em Brasília, da 1ª Marcha Nacional Contra a Homofobia. Além da luta pelo fim da aversão aos homossexuais, o movimento pediu a garantia do Estado laico — sem interferência de nenhuma religião —, combate ao fundamentalismo religioso, cumprimento do Plano LGBT, aprovação do projeto de lei que criminaliza a discriminação, e que o Judiciário decida a favor da união estável entre os casais homoafetivos e da mudança de nome dos transexuais. Representando todo o sul de Minas, esteve presente, Marcelo Dias, presidente do MGA - Movimento Gay de Alfenas, acompanhado pelo militante Adriano Rosa, da cidade mineira de São Sebastião do Paraíso. Os dois, se uniram à caravana mineira que saiu de Belo Horizonte, com dois ônibus lotados de ativistas do movimento LGBT. Revoltados com a presença dos humoristas Carioca e Cesar Polvilho, do programa Pânico na TV!, os participantes da marcha os expulsaram da Esplanada dos Ministérios. “Eles estavam fazendo matéria jocosa. Perguntei para eles se sabiam quantos travestis são assassinados no Brasil e o porquê da realização dessa manifestação em Brasília”, disse a presidenta da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Jeovanna Baby. Ela e outros participantes não deixaram os humoristas gravarem matéria que seria exibida no programa do próximo domingo. Caracterizados dos ex-integrantes do Big Brother Brasil Dicesar (Carioca) e Sérgio (Cesar Polvilho), ambos homossexuais, a dupla não conseguiu concluir as filmagens da marcha. “Eles queriam fazer uma sátira negativa”, disse o estudante de ciências sociais da Universidade de Brasília (UnB) Rodolfo Godoi, 17 anos. Ele se juntou aos manifestantes que pressionaram pela retirada dos humoristas. A dupla precisou sair do local com a ajuda de seguranças. |
sábado, 22 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Congresso de Prevenção terá espaço destinado a lançamento de publicações
Programação cultural11/05/10Congresso de Prevenção terá espaço destinado a lançamento de publicações Nesta edição do VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids e do I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, haverá um espaço exclusivo para o lançamento de publicações. Ao todo, serão oferecidas 10 vagas, divididas entre os dias 17, 18 e 19 de junho. Para participar da seleção, é necessário estar inscrito nos Congressos e submeter as obras – que devem estar relacionadas ao tema aids, outras doenças sexualmente transmissíveis, hepatites virais, direitos humanos ou combate ao preconceito. Cada autor terá uma hora para utilizar o estande de lançamento, que será equipado com recursos multimídia, som e mesa para autógrafos. As solicitações de lançamento devem ser feitas até o dia 2 de junho, pelo site www.aids.gov.br/congressoprev2010, dentro do link “Eventos Culturais”. O resultado será divulgado no dia 9 de junho, no site dos Congressos. Mais informações sobre o Espaço Livros |
terça-feira, 11 de maio de 2010
Enviado por Carolina Nogueira - 11.5.2010 | 13h30m Arte brasileira em Paris
Começa hoje em Paris a exposição Brésil, un univers en couleurs, coletivo de arte contemporânea de dezesseis artistas brasileiros. No momento em que o Brasil é festejado na França pela sua saúde econômica - e também pelos clichês de sempre, a cordialidade do povo, as praias, etc - valendo até a capa mais recente da revista Le Point (http://www.lepoint.fr/html/lepoint/en_kiosque.jsp), a arte brasileira oferece uma outra face do país.
Fugindo à ambivalência óbvia entre as belezas naturais e as mazelas nas manchetes dos jornais, as telas, fotografias e esculturas reunidas na galeria Artspace revelam a força da vida urbana do país, que surpreende o europeu acostumado a associar o país às paisagens amazônicas. Chama a atenção também a qualidade técnica das obras, que muitas vezes ousam subverter as regras clássicas da composição artística.
Dacha, uma das artistas brasileiras representadas na mostra, é um exemplo da arte produzida hoje no Brasil, marcada pelo contraste de cores intensas. Adri Volpi, conhecida no Brasil por suas ilustrações, apresenta telas onde o desenho assume o lugar de personagem principal.
Não é só a boa fase de popularidade política nem as contas em ordem que colocam o Brasil na ordem do dia em Paris. A arte contemporânea brasileira também encontrou seu espaço.
Siga o Blog do Noblat no twitter
Ouça a Estação Jazz e Tal
ESTREIA DIA 18 DE MAIO AS 19:OO HS PROGRAMA BEE NATURAL, APRESENTAÇÃO MARCELO GIL
ESTREIA DIA 18 DE MAIO AS 19:OO HS PROGRAMA BEE NATURAL, APRESENTAÇÃO MARCELO GIL
Ajude-nos a divulgar, conte aos seus amigos, parentes, vizinhos, quanto mais pessoas melhor!
Santo André ficará pequena com tanta agitação, gente bonita, muita música boa e diversão!
VOCÊ VAI FICAR DE FORA POR QUE???
Venha conosco nesta luta contra a HOMOFOBIA! Colorindo Santo André com as 7 cores do Arco -Íris
DIA 21 DE MAIO - PRIMEIRO MISTER GAY ABC - TEATRO CONCHITA DE MORAES - INSCRIÇÕES ABERTAS
DIA 28 DE MAIO - PRIMEIRO MISS GLAMOUR ABC - CONCORRENDO A UMA VAGA A JUIZ DE FORA - TEATRO CONCHITA DE MORAES
DIA 29 DE MAIO - V FEIRA DA DIVERSIDADE CULTURAL DE SANTO ANDRE- LOCAL PARQUE CELSO DANIEL - COM VARIOS DJ'S, SHOW'S E MUITO MAIS
DIA 03 DE JUNHO - STAND DA ABCD'S NA FEIRA DA DIVERSIDADE EM SÃO PAULO
DIA 06 DE JUNHO - TRIO ELETRICO DA ONG ABCD'S - RESERVE SUA VAGA - MUITAS SURPRESAS NESTE ANO
Contamos com a sua ajuda e presença em nossas ações na luta e no combate a homofobia
:
http://www.youtube.com/watch?v
A Ong ABCD’S conta com sua ajuda e com sua presença!
Siga o Twitter
http://twitter.com/Marcelogilabc
h
Textos da Inquisição revelam origens de sexualidade liberal dos brasileiros G1 11/05/2010
Práticas sexuais condenadas pela Igreja Católica grassavam na Colônia.
Núcleo da Unesp analisou documentos do Santo Ofício entre 1591 e 1769.
O G1 publica abaixo, com exclusividade, trechos de reportagem da 8ª edição da revista “Unesp Ciência”, sobre como a análise de documentos da Inquisição e da Companhia de Jesus ajuda a explicar as origens do comportamento sexual mais liberal dos brasileiros, apesar das sucessivas tentativas da Igreja de controlá-lo.
Apesar de subjugados, os índios conseguiram deixar sua marca muito mais do que os religiosos portugueses.
No poema “Erro de português”, em que faz um lamento irônico sobre as imaginárias condições meteorológicas no momento da descoberta do Brasil, o poeta modernista Oswald de Andrade sugere que se os índios tivessem conseguido impor sua nudez aos colonizadores, tudo seria diferente. A liberdade de comportamento e a exuberante sexualidade indígenas poderiam ter prevalecido sobre o conservadorismo cristão europeu que, afinal, acabou se estabelecendo no Brasil.
No ideal antropofágico modernista, valorizar a cultura indígena sobre a do colonizador fazia sentido – e Oswald não ia perder a piada. Mas a história hoje mostra que, apesar de subjugados, os índios conseguiram deixar sua marca muito mais do que os religiosos portugueses, perplexos com aquele cenário, provavelmente gostariam.
Análises de documentos do Brasil Colônia mostram que nossa sexualidade foi, sim, marcada pela moralidade cristã, mas também por uma acentuada liberalidade, com forte influência dos costumes indígenas e africanos, além de uma participação entusiasmada do colonizador português. Tudo isso, ressalte-se, apesar das sucessivas tentativas por parte da Igreja Católica de controlar o comportamento sexual que escapasse às suas normas, por meio de ações coercitivas, punitivas e pedagógicas.
Pesquisadores do Núcleo de Estudos da Sexualidade (Nusex), grupo interdisciplinar fundado há uma década na Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da Unesp Araraquara, investigaram os textos coloniais sob o ponto de vista da educação sexual, a fim de estabelecer uma historiografia sobre o tema no Brasil.
“Éramos uma sociedade que praticava sexo com intensidade”, conta o psicólogo Paulo Rennes Marçal Ribeiro, coordenador e criador do núcleo.
As “Confissões da Inquisição”, documentos formados por livros de denúncias, confissões propriamente ditas e ratificações, trazem uma descrição minuciosa do comportamento sexual no Brasil no período de 1591 a 1769, nas capitanias da Bahia, de Pernambuco, do Maranhão e do Grão-Pará. A primeira Visita Inquisitorial, em 1591, tinha o objetivo de localizar os judeus convertidos, ou “cristãos novos”, que ainda praticavam os ritos judaicos às escondidas. “Mas, ao chegar aqui, os visitadores perceberam que o principal ponto de conflito com os dogmas da Igreja Católica era o comportamento sexual da população”, diz a pedagoga Shirley Romera dos Santos, que apresentou um estudo de iniciação científica sobre os regimentos do Santo Ofício.
Na Colônia, constataram os inquisidores, grassavam muitas das práticas sexuais condenadas pela Igreja Católica, tais como a sodomia, a bigamia, o adultério, o concubinato e a bestialidade. Pior: as transgressões sexuais envolviam os próprios membros da Igreja. Séculos antes da atual onda de acusações de pedofilia, freiras e padres desrespeitavam abertamente as normas da castidade e do celibato, por exemplo.
A Inquisição não 'pegou'
O concubinato entre padres e índias era comum. Também era conhecida a figura do “freirático”, cavalheiro que se dedicava a seduzir freiras, empreitada que envolvia um verdadeiro ritual, com envio de presentes à religiosa em questão e doações em dinheiro ao convento em que ela vivia.
“É preciso lembrar que o celibato ainda era algo recente na Igreja Católica”, pondera Rennes. E, portanto, bastante desrespeitado em todo o mundo, mas nada como ocorria no Brasil. A norma havia sido finalmente estabelecida durante o Concílio de Trento, em 1563, depois de séculos de discussões sobre o tema. “Além disso, era frequente as mulheres irem para os conventos por questões familiares, não por escolha ou vocação, o que as tornava mais vulneráveis à sedução.”
O medo era a estratégia utilizada pela Inquisição para extrair confissões e denúncias sobre a vida privada do cidadão. Ao chegar numa determinada localidade, a equipe de visitadores afixava nas portas das casas um documento denominado monitório – uma lista dos crimes em geral, como heresias, blasfêmias, sacrilégios, não restrita aos delitos sexuais estipulados pelo Santo Ofício – e convocava a população a confessar-se, sob pena de excomunhão, caso as transgressões cometidas viessem a público posteriormente.
Era dado um prazo de 30 dias para que os fiéis confessassem seus crimes – período conhecido como “Tempo da Graça” –, depois do qual iniciava-se a fase das delações.
Apesar do terror que os inquisidores inspiravam e das humilhações perpetradas nos julgamentos públicos, os tribunais do Santo Ofício não causaram muito efeito em terras brasileiras nem atingiram a truculência que tiveram na Europa e em algumas colônias espanholas.
Os pesquisadores do Nusex observaram que as penas para os crimes sexuais, na grande maioria das vezes, eram brandas, incluindo apenas admoestações, penitências espirituais, jejum e uma segunda confissão. “Localizamos um único caso em que houve uma punição mais severa, de uma senhora que foi citada em várias confissões e delações de conteúdo sexual”, informa Rennes.
A ré era Paula de Sequeira, mulher do contador da Fazenda D’el Rei na capitania da Bahia. Paula tomou a iniciativa de ir ao Santo Ofício para confessar o “caso” mantido durante dois anos com uma mulher chamada Felipa de Sousa.
Única punição severa dos arquivos: Paula de Sequeira confessou ao Santo Ofício um 'caso' com Felipa de Sousa. Levou chibatadas em praça pública e foi expulsa da capitania Única punição severa dos arquivos: Paula de Sequeira confessou ao Santo Ofício um 'caso' com Felipa de Sousa. Levou chibatadas em praça pública e foi expulsa da capitania (Foto: Ilustração: Carlos Fonseca)
Clipping Bem Fam(11/05)
Número de mortes de crianças com menos de 5 anos cai 30% no mundo, diz OMS 11/05/2010 Agência Brasil
Brasília – A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou hoje (10) um relatório informando que caiu em 30% o número de mortes de crianças com menos de 5 anos. Entretanto, pelo menos 40% das mortes registradas em todos os países ocorrem no primeiro ano de vida causadas por problemas de saúde que poderiam ser evitados. A pesquisa revela que a desnutrição e a malária são as principais causas de mortes de bebês no mundo.
Os dados indicam melhoras no quadro geral. O relatório informa que houve redução no número de mortes entre crianças, menores de 5 anos: de 12,5 milhões, em 1990, para 8,8 milhões, em 2008. Para realizar a pesquisa, foram analisados 193 países. O percentual de crianças abaixo do peso também diminuiu, caindo de 25%, em 1990, para 16%, em 2010. Os dados são das Nações Unidas.
Segundo o documento, aumentou o percentual da população mundial com acesso a água potável, subindo de 77%, na década de 1990, para 87%, em 2010. Outro avanço diz respeito às contaminações pelo vírus HIV/Aids. Pelos dados, houve redução de 16% nos casos de contaminação, no período de 2001 a 2008.
O relatório destaca ainda as ações de 38 governos de países que estimulam programas para a redução de contaminações pelo mosquito que transmite a malária. Apenas em 2008, a doença matou 863 mil crianças com menos de 5 anos no mundo. Houve também queda no número de casos de tuberculose no mundo de 1,7 milhão, em 2001, para 1,4 milhão, em 2008.
De acordo com a OMS, o apoio para a redução dos casos de contaminação via mosquito da malária reúnem ações simples, como redes com mosquiteiras e inseticidas, além da garantia de programas de alimentação para evitar a desnutrição.
O relatório informa que 40% das mortes de crianças ocorrem ainda no primeiro ano de vida. A orientação é para que as famílias redobrem os cuidados e a atenção neste período da vida dos bebês. As principais causas que levam às mortes das crianças, nesta fase, vão de desnutrição a doenças, como a malária.
Clipping Bem Fam(11/05/010)
Mortalidade materna diminui, mas regiões NO e NE mantêm índices altos 11 de maio de 2010 Agência Brasil
Número de partos assistidos por médicos e acompanhamento pré-natal aumentaram no País em 17 anos
BRASÍLIA - O Brasil registrou uma queda de quase 50% na taxa de mortalidade materna de 1990 a 2007, segundo o relatório do Ministério da Saúde. De 140 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos em 1990, a Razão da Mortalidade Materna passou para 75 mortes em 2007.
De acordo com o ministério, índices como o de partos assistidos por profissionais de saúde qualificados, gestante com acompanhamento pré-natal e uso de contraceptivos cresceram desde 2006. A cobertura pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS) cresceu 1904%, entre 1994 e 2009.
Apesar dos números animadores de redução de morte materna, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reconheceu, que não será fácil cumprir a meta do milênio que estabelece uma queda de 75% na razão de mortes maternas até 2015.
Ainda existem problemas como as discrepâncias regionais, já que o Norte e o Nordeste apresentam índices maiores do que o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste. Em 2008, por exemplo, a região Nordeste registrou em 543 mortes maternas. Na região Sul o número foi de 189.
"A morte materna no Brasil mantém a mesma lógica de equidade do desenvolvimento industrial, acesso a emprego, renda e escolaridade. Por isso encontramos índices maiores no Nordeste e na Amazônia Legal. Por outro lado, há cidades como Curitiba com 12 mortes para cada cem mil nascidos. O recomendado pelo OMS é de 20 para cada cem mil", explica o assessor especial do ministro da Saúde, Adson França.
Para o coordenador estadual de Saúde da Mulher do governo do Ceará, Garcia Souza Neves, essas regiões deveriam receber atenção espacial do governo. "Falta ainda a sensibilidade dos gestores federais para equipararem os recursos financeiros das regiões Norte e Nordeste com o restante do país", avalia. O Ceará é o estado do Nordeste que mais reduziu a quantidade de mortes, de 110 em 1990 para 63 em 2008. "Cumprimos na íntegra a política nacional, mas só foi possível porque criamos mecanismos próprios no estado", completa.
Clipping Bem Fam(11/05/010)
50% das mães não fazem planejamento familiar Revista Mais Foco 11de maio de 2010
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher diz que 46% dos nascimentos no País não são desejados ou são planejados para mais tarde.
Realidade há exatos 50 anos, quando foi lançada no mercado dos EUA, e no Brasil há 48 anos, a pílula anticoncepcional ainda não materializou o maior sonho de sua idealizadora: permitir que todas as mulheres fossem mães só quando realmente desejassem.
Quase a metade das gestações nos EUA e dos nascimentos no Brasil ocorre quando as mulheres não querem, apesar da expansão do método que mais permite independência na contracepção e de sua contribuição para a redução das taxas de fecundidade. A chegada da pílula permitiu que muitas mulheres fossem mães melhores, avançassem nos estudos e no trabalho e separassem definitivamente sexualidade e reprodução.
No caso do Brasil, houve avanço importante nos últimos anos no uso de contraceptivos, mas 46% dos nascimentos no País não são desejados ou são planejados para mais tarde, segundo dados ainda não explorados da última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), feita em 2006.
No levantamento anterior, feito em 1996, o porcentual era de 48%. O avanço muito pequeno, segundo os próprios pesquisadores, mostra problemas no acesso aos métodos contraceptivos, mau uso ou falhas na tecnologia disponível.
"Houve um enorme avanço na oferta de anticoncepcionais no Sistema Único de Saúde, há pílulas a preços populares, mas o uso ainda é mal orientado. A mulher não é instruída sobre eventuais efeitos colaterais, não recebe suporte para a contracepção, precisamos de tempo para caminhar", avalia Ignez Perpétuo, professora de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais e responsável pelo módulo sobre métodos contraceptivos da PNDS. Ela destaca, porém, que o levantamento não apurou, por exemplo, quanto das mulheres que declararam ter filhos sem querer estavam usando ou não contraceptivos.
A PNDS indicou que 81% das mulheres de 15 a 49 anos que viviam alguma forma de união usavam anticoncepcionais. A esterilização feminina (laqueadura) ainda é a opção mais frequente (29%), mas somados o uso da pílula (25%), com o dos anticoncepcionais injetáveis e do Dispositivo Intrauterino, os métodos reversíveis já a ultrapassam.
"O grande avanço foi que Brasil saiu do bloco dos países em que a laqueadura lidera para entrar no dos mais avançados", destaca Tereza Delamare, da área técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde. Ela enfatiza ainda que só a parcela de filhos não desejados, por exemplo, caiu de 22% para 18%.
O governo aponta aumento dos gastos com anticoncepcionais e a centralização das compras como medidas para melhorar o acesso, além de pedir que municípios invistam mais, mas a PNDS mostrou que pílulas e injeções ainda são obtidas principalmente nas farmácias, e não no SUS. "Se temos ainda 46% (de filhos que não eram esperados), é porque o acesso não é de acordo com a lei", afirma Elisabeth Vieira, do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto. O direito a métodos contraceptivos está na Constituição e foi regulamentado por lei em 1996.
Controle. A luta pelo acesso à pílula começou no início do século passado. Em 1912, dois anos antes da criação do Dia das Mães, a enfermeira de família católica irlandesa Margaret Sanger, que viu a mãe morrer após 18 gestações, já defendia a criação de um medicamento contraceptivo. No entanto, a ideia só viria a ser viabilizada 48 anos depois, com financiamento da amiga e feminista Katharine McCormick.
"Antes, além da discriminação, as mulheres tinham de controlar a própria sexualidade ou se arriscar em um aborto. Houve avanço, redução da fecundidade. Mas só o fato de a contracepção ser um assunto feminino denota a desvalorização da sociedade. É coisa de mulher. E coisa de mulher não é levada a sério", diz Elisabeth, da USP.
"A pílula não foi contra as mães. Foi para as mães. E modificou a maternidade mais do que qualquer coisa. A sua grande contribuição não foi prevenir a maternidade, mas fazê-la melhor, permitindo que as mulheres gerassem filhos de acordo com suas aspirações", afirmou Elaine May, professora de história na Universidade de Minnesota (EUA) e autora do livro A América e a Pílula.
Clipping Bem Fam(11/05/010)
Saúde do Homem Ministério da Saúde 11/05/2010
Veja os principais direitos do homem quando o assunto é saúde.
Exame e tratamento de câncer de próstata (SUS):
Todo homem com mais de 40 anos de idade tem direito a realizar gratuitamente na rede do SUS exames para diagnóstico de câncer da próstata.
Amparo legal:
- Lei nº 10.289, de 20 de setembro de 2001, Artigo 4º Inciso II;
- Portaria nº 467 MS/SAS, de 20 de agosto de 2007.
Câncer de pênis:
O plano/seguro de saúde deve cobrir exames de controle da evolução da doença e fornecer medicamentos, anestésicos e outros materiais, assim como sessões de quimioterapia e radioterapia, durante todo o período de internação da pessoa com câncer.
Amparo legal:
- Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, Artigo 3º, Parágrafo Único, Inciso V.
Vasectomia (SUS):
O homem tem o direito à cirurgia para esterilização voluntária, contanto que seja maior de 25 anos ou com pelo menos dois filhos vivos e, caso seja casado, com o consentimento da esposa.
Amparo legal:
- Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, Artigo 10º, Inciso I e Inciso I, Parágrafos 4º e 5º. outros direitos
Veja os principais direitos do homem quando o assunto é saúde.
Reconstrução de testículos (SUS):
O homem que, em decorrência de câncer, tiver um ou ambos testículos retirados, tem direito à reconstrução destes com a colocação de prótese.
Amparo Legal:
- Lei nº 10.289, de 20 de setembro de 2001, Artigo 4º, Inciso II;
- Portaria nº 467, de 20 de agosto de 2007, Artigo 3º.
Planejamento familiar:
O homem tem, pelo SUS,
- direito ao planejamento familiar para limitação ou aumento do número de filhos, de acordo com sua vontade, a de sua esposa ou pelo casal, garantido seu acesso a informações, meios, métodos e técnicas para a regulação da fecundidade.
Amparo Legal:
- Lei nº 9.263, de 13 de novembro de 1996, Artigos 2º e 3º,
Parágrafo Único, Incisos I e V, e Artigo 4º.
Cortesia Clipping Bem Fam(11/05/010)
A saúde também pode mais (Artigo) FOLHA DE S. PAULO 11/05/2010
RENILSON REHEM DE SOUZA
As conquistas do SUS não podem ficar à mercê da incerteza e da falta de comprometimento de governantes com esta causa
BANDEIRAS políticas ou partidárias não combinam com a saúde pública e os inúmeros desafios de uma área tão complexa, que impacta diretamente na qualidade de vida de todos os brasileiros.
Isso é premissa básica para que as ações sejam pautadas única e exclusivamente em benefício dos cidadãos, em vez de atender a outros interesses.
Defender a saúde fora do escopo partidário, entretanto, não significa isentar-se de escolher um lado.
É fato que a saúde, no Brasil, avançou de forma sem precedentes nas últimas duas décadas, com a aprovação constitucional e implantação do SUS (Sistema Único de Saúde).
Hoje, o Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, tem o maior programa de imunização em massa entre todos os países, erradicou doenças como paralisia infantil e o sarampo, possui um programa de controle da AIDS reconhecido como exemplar pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e desenvolve um bem-sucedido Programa de Saúde da Família, iniciado na década passada.
A ampliação do Programa de Saúde da Família, a proibição da propaganda de cigarros e de eventos ligados à indústria do tabaco, a introdução de um Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais, para doenças raras e crônicas ,e o fortalecimento da parceria com as Santas Casas e hospitais beneficentes, por meio de incentivos especiais, conforme critérios de produtividade e eficiência, são algumas das conquistas de extrema relevância para a consolidação do SUS na década passada.
Do mesmo modo, o Brasil obteve enorme avanço ao aprovar a lei dos medicamentos genéricos, com grande benefício para a população, por ter ampliado o acesso a remédios nas farmácias em razão da redução nos preços, bem como ao introduzir o programa Bolsa Alimentação para combater a mortalidade infantil e a desnutrição, especialmente no Nordeste.
Mas a saúde pode mais, muito mais.
E o debate passa pela escolha de um projeto nacional alinhado com as necessidades de fortalecimento do SUS, da ampliação do acesso e melhoria da assistência na prestação de serviços de saúde, da descentralização da gestão, da construção de redes assistenciais regionalizadas e hierarquizadas e do aperfeiçoamento e criação de novas políticas públicas para o setor.
Em outras palavras, as conquistas do SUS não podem ficar à mercê da incerteza, da falta de comprometimento de alguns governantes com esta importante causa ou da contaminação ideológica e político-partidária que interrompe projetos bem-sucedidos implantados por governos antecessores, em prejuízo de milhares de cidadãos que deles se beneficiaram.
Desde 2000, uma emenda constitucional estipula percentuais mínimos sobre o Orçamento de cada esfera de governo a serem gastos com saúde.
Mas, por falta de empenho do atual presidente e de seus ministros, Estados, municípios e a própria União continuam jogando com os números em seus balanços para mostrar, na teoria, o que, na prática, não aplicaram na área da saúde.
Ao tratar a regulamentação da emenda constitucional nº 29 sob o espectro partidário, uma vez que a aprovação do projeto foi obtida pela gestão anterior, o governo Lula deixou milhares de brasileiros sem assistência adequada em saúde.
Do mesmo modo, o atual governo interrompeu os mutirões de saúde, que ampliaram a oferta de cirurgias eletivas para catarata, retinopatia diabética, varizes e próstata.
Quem não se lembra de notícias veiculadas pela grande mídia, de pacientes do SUS sendo levados para operações de catarata na Venezuela após o fim dos mutirões?
Na saúde, o que está dando certo deve continuar e ser aperfeiçoado.
Algumas das causas que defendemos como prioritárias para o fortalecimento do SUS em todo o país são a expansão da produção de medicamentos genéricos e a ampliação da assistência farmacêutica, pela revisão e atualização sistemática da cesta de medicamentos oferecidos.
Outras prioridades são o incentivo ao modelo de parceria com o terceiro setor, para profissionalizar a gestão de hospitais públicos, e proporcionar maior resolutividade ao atendimento ambulatorial com implantação de unidades de alta resolutividade.
É justamente em defesa do debate suprapartidário em torno da saúde pública que lançamos, no último dia 27 de abril, o Movimento Brasil Saúde, em Brasília, para promover um novo salto de qualidade na gestão do SUS e melhorar a vida das pessoas.
Clipping Bem Fam(11/05/010)