Para o infectologista e coordenador de DST/Aids da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Lourival Marsola, a polêmica sobre o resultado positivo em exames de HIV entre aqueles que se vacinaram contra o vírus H1N1, divulgada em nota pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada, é desnecessária.
“O falso resultado de HIV não invalida a vacinação contra o H1N1. A reação cruzada, aliás, é comum, isto é, você se vacina contra uma doença e o organismo acaba produzindo anticorpos para outras doenças também. E, finalmente, conforme a Portaria nº 151/2009 do Ministério da Saúde, que trata do diagnóstico da infecção do HIV, antes de qualquer afirmação são feitos vários exames, justamente para ter certeza se a pessoa está infectada ou não”, esclarece.
Além do HIV, Marsola destaca que a vacina também pode influenciar no resultado de exames para doenças como HTLV (cancerígeno) e hepatites. “Não podemos esquecer que esta vacina foi feita em caráter de urgência e que o próprio vírus HIV pode ficar no organismo da pessoa sem se manifestar.
Entre os que se manifestam, os resultados são divulgados pelo exame denominado Elisa (ensaio imunoenzimático) e reforçado pelo exame Western Blot. O primeiro acusa a presença e o segundo, ausência do vírus”, complementa, acrescentando ainda que o Estado, até o momento, não registrou nenhum caso de reação cruzada provinda durante a campanha nacional de vacinação contra a gripe A.
No caso das gestantes, o exame é ainda mais criterioso. Devido à necessidade do pré-natal, se o resultado para o exame de HIV for positivo, não há necessidade de aguardar 30 dias para a realização dos exames seguintes, dentre eles o teste de biologia molecular, que varre o organismo procurando o DNA viral. “Por razões óbvias, a gestante não pode esperar muito tempo, pois, se estiver prestes a dar à luz, por exemplo, corre-se o risco de o bebê ser contaminado”, destaca.
Fonte: Diário do Pará
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