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CORREIO BRAZILIENSE - DF | SAÚDE AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | HEPATITE 26/05/2010 Entrevista - Rolf Zinkernagel Ganhador do Nobel de Fisiologia e Medicina também não crê em imunização que combata a malária, a tuberculose e a HEPATITE C Carolina Lenoir Belo Horizonte - Em 1996, o suíço Rolf Martin Zinkernagel ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1996, em parceria com o australiano Peter C. Doherty. O Instituto Karolinska decidiu conceder a honraria à dupla "por suas descobertas em relação à especificidade da célula de defesa imunológica". "Eles descobriram que os glóbulos brancos (linfócitos) devem reconhecer o vírus e certas moléculas próprias - chamadas de antígenos de histocompatibilidade -, para matar as células infectadas. Esse princípio de reconhecimento simultâneo das moléculas próprias e estranhas tem se constituído na base para a compreensão da especificidade do sistema imunológico celular", afirma o comunicado do Prêmio Nobel. Rolf e Peter explicaram como o sistema imunológico distingue as células infectadas das sadias. Em visita ao Brasil, Rolf Zinkernagel profere a palestra Um Prêmio Nobel obtido de resultados experimentais inesperados, hoje, às 14h30, no auditório 1 do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB). Mestre pela Universidade da Basileia e doutor pela Universidade Nacional da Austrália, ele participará no país de uma série de conferências organizadas pelo Instituto de Investigação em Imunologia (III), que integra os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Em breve entrevista ao Correio e ao Estado de Minas, o pesquisador falou sobre de que forma as observações casuais podem levar a descobertas científicas importantes e descartou o desenvolvimento de vacinas contra algumas doenças, especialmente a AIDS. Nascido em 1944, na cidade de Riehen, Rolf também ganhou o Prêmio William B. Coley do Instituto de Pesquisa do Câncer (1987) e o Prêmio Albert Lasker de Pesquisa Médica (1997). Ao receber o Nobel, em 10 de dezembro de 1996, ele se declarou um "homem de sorte". "Se não tivéssemos encontrado as regras do reconhecimento da célula imune T, alguém mais tarde o teria feito", declarou, no discurso do banquete Nobel. Sem vacina contra o HIV Ismael Francisco/IAMSPE/Divulgação A maior parte das descobertas importantes na medicina são observações casuais, como é o caso da penicilina, mas também é preciso trabalhar duro para conseguir a transição adequada para a aplicação prática" Em relação às vacinas, muito tem sido feito até agora, mas algumas doenças ainda representam grandes desafios para a pesquisa. Por que ainda não temos uma forma de imunização contra tuberculose, malária ou HIV? Em que fase do desenvolvimento dessas vacinas nos encontramos atualmente? Anticorpos protetores são fundamentais para nos salvar de poliomielite, sarampo, tétano e varíola. Esses anticorpos, porém, não existem na tuberculose, ou o vírus ou parasitas escapam deles por mutações contínuas. Portanto, não temos e não teremos vacinas contra a tuberculose, a malária, o HIV ou a HEPATITE C. Se não é possível desenvolver uma vacina totalmente eficaz contra essas doenças, especialmente a AIDS, quais as outras abordagens que podem ser consideradas? Uma vacina que tenha o efeito de reduzir a quantidade de vírus HIV seria razoável? Isso não vai funcionar, mas outras terapias, como antivirais, antiparasitárias, controle de vetores e o trabalho de antibióticos podem ser melhorados. O trabalho que recebeu o Nobel deu lugar a grandes avanços no conhecimento do mecanismo imunológico e m humanos. Desde então, como ele ajudou a melhorar a pesquisa clínica? Ele permitiu medir respostas específicas de células T e dar início ao desenvolvimento da imunização contra o melanoma (tipo de câncer de pele). Quais são os critérios para definir se uma vacina é eficaz e segura para ser aplicada em grande massa? Todas as vacinas fáceis têm sido feitas e são protetoras contra doenças letais ou graves. Essa proteção é a única forma aceitável de sucesso. Pode-se supor que uma parte das descobertas científicas deve-se também a uma dose de acaso? A maior parte das descobertas importantes na medicina são observações casuais, como é o caso da penicilina, mas também é preciso trabalhar duro para conseguir a transição adequada para a aplicação prática. O senhor poderia destacar algumas áreas de imunologia que precisam se tornar prioridades atuais e quais ainda são consideradas controversas? Existem muitas ideias na área de imunologia para as quais não há boas evidências, incluindo "memória", "tolerância", "regulação" e "repressão". Essas ideias devem ser substituídas por resultados experimentais de forma convincente que levem à proteção contra infecções, doenças imunológicas, tumores ou doenças crônicas inflamatórias. |
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