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sábado, 27 de março de 2010

Tuberculose avança na favela e nas cadeias


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JORNAL DO BRASIL - RJ | CIDADE

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS

26/03/2010

Tuberculose avança na favela e nas cadeias

Rocinha lidera casos no Rio, e detentos também sofrem

Carolina Monteiro

Como foi divulgado anteontem, o Rio é o estado brasileiro com mais casos de tuberculose: são 68,64 por cada 100 mil habitantes. Na capital do estado, a região mais afetada pela doença é a Rocinha. Só em 2008, foram 273 casos registrados na comunidade, onde os barracos são muito próximos e o ar pouco circula.

Segundo o Grupo de apoio a ex-pacientes de tuberculose (Gaexpa), cerca de 40 moradores são tratados mensalmente na Rocinha, no Centro Municipal de Saúde da Gávea.

Para diminuir a incidência da doença, a Secretaria Municipal de Saúde tem na comunidade uma das principais frentes de atuação.

O Programa de Controle da Tuberculose do órgão utiliza a Estratégia de Tratamento Diretamente Observado (Dots) para reduzir o abandono, um dos maiores desafios no combate à doença.

Com o método, os profissionais de saúde observam o paciente tomar os medicamentos desde o início do tratamento até a cura.

- Principalmente no começo do tratamento, é importante ter apoio afetivo e financeiro.

Por causa do efeito forte dos remédios, muita gente se sente tão mal que prefere ficar doente mesmo - explica Rita Smith, presidente do Gaexpa, que já teve a doença.

Presos em risco Os presos do Rio são outro grupo que está vulnerável à tuberculose e a outras doenças transmissíveis, afirma o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Alerj.

- As carceragens são insalubres, abafadas e próprias para a proliferação de doenças como a tuberculose - diz Freixo.

Outros fatores que aumentam o risco de contração de doenças pelos detentos é a ausência de uma triagem antes do ingresso no sistema carcerário e a precariedade do atendimento de saúde disponibilizado aos presos.

- Antes, havia uma porta de entrada única, o presídio Ary Franco onde era feito um trabalho de prevenção. Agora, não há mais triagem alguma. O estado perdeu o controle de doenças dos presos - lamenta o deputado.

Segundo Marcelo Freixo, a comissão elabora uma proposta de criação de um novo sistema de triagem antes de encaminhar os presos ao cárcere. A ideia é criar uma grande unidade de atendimento na área de saúde, mas, por enquanto, não há indícios de que ela será implantada.

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