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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Teste de sangue

Teste de sangue pode mostrar volta de câncer

19/02/2010

O Globo

RIO - Um teste sanguíneo personalizado pode dizer se, após o início do tratamento, o câncer de um paciente se difundiu ou recuou, oferecendo uma maneira mais eficiente para saber se a terapia está funcionando. As funções da ferramenta foram explicadas em um artigo publicado esta semana na revista americana "Science Translational Medicine".

De acordo com o estudo, se submeter a um exame que pode identificar tumores no sangue poderia ajudar os médicos a personalizar os tratamentos de câncer, oferecendo terapias mais agressivas para certos pacientes, enquanto poupa outros de quimioterapias e radioterapias desnecessárias.

- O teste pode facilitar a administração do tratamento de uma série de pacientes - explica o autor dos estudos, Bert Vogelstein, do Instituto Médico Howard Hughes e da Universidade John Hopkins, ambos nos EUA.

Os testes genéticos usam recursos de ponta para sequenciar genomas inteiros, um procedimento que já foi demorado e custoso.

- Trata-se realmente de medicina personalizada - orgulha-se Vogelstein. - É um exame que deve ser elaborado de acordo com as necessidades de cada paciente.

Para realizar o levantamento, os pesquisadores recolheram seis conjuntos de tecido normal e canceroso de quatro pacientes com câncer colo-retal e dois com câncer de mama. A etapa seguinte foi mapear o código genético de cada uma das amostras. Naquelas cancerígenas, a equipe médica procurou por áreas do genoma em que havia cópias extras de DNA ou cromossomos fundidos.

- Houve, em média, nove rearranjos em cada amostra - revela Victor Velculescu, da Universidade John Hopkins. - Estas alterações não estão presentes no tecido normal recolhido.

Após a equipe identificar o que seria a assinatura genética do tumor, o passo seguinte foi procurar, no sangue dos pacientes, vestígios de DNA liberados pelo tumor. A busca teve sucesso em dois pacientes com câncer colo-retal. Ambos foram submetidos a cirurgia para remoção de tumor.

Depois da intervenção, o nível da assinatura genética dos tumores caiu, mas logo voltou aos índices normais. Esta mudança foi interpretada como um indício de que o câncer permanecia no sangue dos pacientes. Realizou-se, então, uma nova cirurgia e uma rodada de quimioterapia, e os níveis de contaminação foram novamente reduzidos.

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