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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Justiça determina que menor transexual fique em centro de atendimento a meninas no Rio
Justiça determina que menor transexual fique em centro de atendimento a meninas no Rio
Departamento de Ações Socioeducativas afirma que está preparado para atender jovens de todas as identidades de gênero
POR MARINA COHEN
26/02/2015 16:59 / ATUALIZADO 26/02/2015 19:17
RIO - Uma ordem judicial determinou que uma adolescente transexual fosse encaminhada a um alojamento feminino do Novo Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), que acolhe menores de idade em conflito com a lei. A jovem chegou, nesta terça-feira, ao Criaad (Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente) de Ricardo de Albuquerque, e, de acordo com o órgão, é a primeira transexual a ser alojada num centro de atendimento só de meninas do Rio.
Todos os documentos da jovem mostram que ela nasceu com o sexo masculino e, neles, constam seu nome de batismo, mas ela se reconhece como mulher. A Justiça determinou que ela deve ser tratada conforme a identidade de gênero que escolheu. Segundo a direção do Novo Degase, seus servidores estão preparados para “atender todos os jovens, independente da opção sexual”.
“O Novo Degase esclarece que a adolescente está no Criaad Ricardo de Albuquerque por conta de uma ordem judicial. Ressaltamos que o departamento promove, constantemente, por meio da Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire, capacitações com os servidores, debatendo a questão da sexualidade entre os adolescentes em conflito com a lei. O objetivo é preparar os funcionários para atender todos os jovens, independente da opção sexual. Informamos também que há uma equipe capacitada da Coordenação de Saúde, do Novo Degase, com psicólogos e assistentes sociais que estão oferecendo o suporte necessário para garantir os direitos do jovem”, diz a nota.
Para a presidente da Comissão de Direito Homoafetivo da OAB/RJ, Raquel Pereira de Castro Araújo, a decisão de respeitar a identidade de gênero da interna é "mais que positiva.
- As pessoas precisam ser tratadas de acordo com o gênero reconhecido por elas - afirma Raquel. - Essa determinação abre um precedente para que outras pessoas reivindiquem o mesmo direito.
A advogada ainda aponta que a dificuldade em reconhecer o gênero dos transexuais é um problema grave do sistema carcerário brasileiro que leva detentos a sofrem inúmeras agressões e abusos sexuais nas cadeias.
- As transexuais que vivem em presídios masculinos estão sujeitos a violência extrema - alerta Raquel, que acredita que muitos casos trágicos poderiam ser evitados se os transgêneros tivessem maior facilidade para alterar seus documentos. - Hoje, para alterar a identidade sem ter feito a cirurgia de adequação de sexo, é preciso entrar na Justiça. Esse processo precisa ser desburocratizado, para que mais pessoas tenham acesso a ele e erros sejam evitados.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/justica-determina-que-menor-transexual-fique-em-centro-de-atendimento-meninas-no-rio-15448628#ixzz3SxAv912g
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Roberto Pereira
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