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quarta-feira, 28 de maio de 2014

1o Crime homofóbico do Brasil

Grata, Fabio, REPASSANDO... ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Fabio Grotz Data: 27 de maio de 2014 12:15 Assunto: O primeiro crime homofóbico no Brasil Para: Fabio Grotz Cursos de medicina no Brasil falam pouco sobre orientação sexual Importante principalmente por causa das pessoas na conversa. Clique para ensinar ao Gmail que esta conversa não é importante. Entrada x Fabio Grotz 15:19 (Há 15 horas) para Cco:mim Cursos de medicina no Brasil falam pouco sobre orientação sexual http://agenciapatriciagalvao.org.br/direitos-sexuais-e-reprodutivos/cursos-de-medicina-brasil-falam-pouco-sobre-orientacao-sexual/ Home  / Direitos sexuais e reprodutivos  /  23/05/2014 - 11:34 Email   -- Email to a friend Google+   0 Facebook   0 Twitter 0 (Veja, 23/05/2014) A maioria dos professores das faculdades de medicina brasileiras aborda temas relacionados à sexualidade em algum momento do curso. Eles, no entanto, destacam principalmente os aspectos biológicos e orgânicos, como as doenças sexualmente transmissíveis. Apenas uma pequena parte inclui assuntos como homossexualidade, violência sexual e homofobia nas disciplinas. Essa é a constatação de uma pesquisa feita na Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e publicada na edição deste mês da revista científica The Journal of Sexual Medicine. O estudo mostra que apenas 15% dos professores de medicina do país falam sobre homofobia em algum momento do curso, enquanto 88%% abordam o impacto das doenças e hábitos sexuais na vida dos pacientes. Os autores do trabalho submeteram um questionário a 207 docentes de 110 faculdades de medicina ao redor do Brasil. A maioria dos entrevistados ministrava aulas de ginecologia, urologia, psiquiatria e psicologia médica, que são as principais disciplinas que abordam a sexualidade nas universidades. Orientação sexual: Professores de faculdades médicas pouco abordam homossexualidade ou bissexualidade em suas aulas (Thinkstock) Dos entrevistados, 93,5% afirmaram tratar de sexualidade em suas aulas em algum momento do curso — principalmente no terceiro e quarto anos e em disciplinas clínicas, como ginecologia ou urologia. Por outro lado, apenas 3% ministram uma disciplina específica sobre sexualidade. Assuntos Quando questionados sobre quais temas relacionados à sexualidade incluíam em suas aulas, os professores disseram abordar principalmente aspectos biológicos. A maioria tratou do impacto de doenças na vida do paciente (88%); mecanismos do corpo envolvidos na relação sexual (78%); disfunção sexual (76%); e doenças sexualmente transmissíveis e aids (66%). A minoria trata de homofobia (15%); bissexualidade (36%); homossexualidade (47%) e violência sexual (47%). “Encontramos um número alto de professores que falam sobre sexualidade em suas aulas. Isso foi uma surpresa para mim. Eu imaginava que o assunto fosse menos abordado”, disse ao site VEJA a coordenadora do estudo, Andrea Rufino, professora de ginecologia e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saúde da Mulher da Uespi. “Mas o olhar dos professores para a sexualidade ainda é muito biológico e pouco voltado para aspectos culturais e sociais do tema.” Diálogo Segundo Andrea Rufino, não abordar esses aspectos da sexualidade nos cursos de medicina pode ter uma série de impactos negativos. “Os alunos saem da faculdade despreparados para conversar com seus pacientes e se sentem constrangidos em perguntar sobre a vida sexual deles. Os cursos de medicina devem ensiná-los desde o início a abordar o tema de uma forma tranquila e acolhedora”, afirma. Muitas vezes, a orientação sexual do paciente ou o fato de ele já ter sido vítima de violência sexual ou homofobia podem ser determinantes na hora de um médico aconselhar um tratamento, indicar uma abordagem para prevenção de doenças ou solicitar determinados exames. “Por exemplo, a forma de conduzir um exame ginecológico pode ser diferente entre uma paciente que mantém relações sexuais com outra mulher em comparação a mulheres que se relacionam com homens ou que já tiveram filhos”, diz Andrea. “O médico precisa considerar a possibilidade de o paciente não ser heterossexual. Se o médico não pergunta ou não deixa o indivíduo à vontade, o paciente acaba não falando sobre sua orientação sexual.” Atendimento Outra situação em que a sexualidade deve ser abordada no consultório médico é quando o profissional recomenda o uso da pílula anticoncepcional. “Poucos professores ensinam a seus alunos sobre o significado cultural da pílula. Eles devem dizer que o método representa um direito reprodutivo e sexual da mulher, que a deixa livre para decidir quando quer engravidar”, diz. “Muitas jovens têm medo de usar anticoncepcional ou possuem tabus em relação à pílula.” Segundo a pesquisadora, sociedades médicas internacionais recomendam que a sexualidade seja abordada durante todo o curso de medicina e por disciplinas variadas, que devem comunicar-se entre si. “É preciso falar de todos os aspectos da sexualidade, desde a sexualidade em crianças e adolescentes até a orientação sexual dos pacientes. Isso diminuiria o preconceito e melhoraria o acesso de grupos minoritários, como os homossexuais, a um atendimento médico adequado”, diz. CONHEÇA A PESQUISA Título original: Sexuality Education in Brazilian Medical Schools Onde foi divulgada: periódico The Journal of Sexual Medicine Quem fez: Andrea Cronemberger Rufino, Alberto Madeiro e Manoel João Batista Castello Girão Instituição: Universidade Estadual do Piauí e Universidade Federal de São Paulo Resultado: Em aulas sobre temas ligados à sexualidade, professores das faculdades de medicina brasileira abordam mais aspectos biológicos e orgânicos. Poucos tratam do viés cultural e social do tema. Acesse o site de origem: Cursos de medicina no Brasil falam pouco sobre orientação sexual O primeiro crime homofóbico no Brasil http://historiahoje.com/?p=2469 Publicado em 26 de maio de 2014 por marcia O texto a seguir foi extraído do livro “História do Crime no Brasil”, que será lançado em 2015. A obra, organizada pelos historiadores Mary del Priore e Gian Carlo, contará com a participação de diferentes autores. Confira, em primeira mão, um trecho do artigo de Luiz Mott. Março de 1612: três navios franceses zarpam da Bretagne em direção ao Maranhão,  contando com o patrocínio da rainha regente Maria de Medicis, tendo a missão de fundar uma nova colônia no Brasil, a France Équinoxiale.   Sob o comando de Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière a expedição constava de aproximadamente 500 colonos  e quatro missionários da Ordem dos Capuchinhos. Após cinco meses de tumultuada navegação, desembarcam no Maranhão, celebrando-se a primeira missa na nova colônia aos 8 de setembro de 1612. Dão logo início à construção de um forte e  fundação da cidade de São Luís, em homenagem ao rei menino, Luís XIII. Poucos meses após sua chegada, promovem a execução de um índio homossexual, o primeiro crime homofóbico documentado no Brasil. No Brasil, particularmente entre os Tupinambá, a etnia mais numerosa que ocupava o litoral do Maranhão a Santa Catarina,  na  visão dos missionários e cronistas portugueses e franceses, os índios apresentavam sexualidade tão devassa que só podiam mesmo ser escravos do Diabo: nus, polígamos, incestuosos, sodomitas. Diz Gabriel Soares de Souza em 1587: “São os Tupi­nambá tão luxuriosos que não há pecado de luxúria que não cometam. Não contentes em andarem tão encarniçados na luxúria naturalmente cometida, são muito afeiçoadas ao pecado nefando, entre os quais se não tem por afronta. E o que se serve de macho se tem por valente e contam esta bestialidade por proeza. E nas suas aldeias pelo sertão há alguns que têm tenda pública a quantos os querem como mulheres públicas.” Já em  1557 o missionário protestante Jean de Lery refere-se à presença entre os Tupinambá de índios tibira, praticantes do pecado nefando de sodomia e em  1575 o franciscano André Thevet rotula-os deberdaches, termo de origem persa usado em todo mediterrâneo para descrever aos homopraticantes e transexuais. Tibira foi o termo genérico tupinambá alusivo àpersona homoerótica que teve maior difusão entre os moradores  do Brasil nos dois primeiros séculos de colonização, referido igualmente em alguns documentos da Inquisição, particularmente no Maranhão e Paraíba.  Foi portanto com vistas a  “purificar a terra de suas maldades” que os frades determinaram a procura e captura dos tibiras maranhenses, conseguindo  prender um infeliz que fugira para o mato. Certamente era um dos tais índios notórios “que têm tenda pública a quantos os querem como mulheres públicas”. Justificava-se essa extrema   intolerância homofóbica por parte dos capuchinhos devido ao receio de provocar a ira divina e os consequentes castigos contra a nova missão, daí a metáfora da purificação da terra extirpando o mau pecado pela raiz. A reivindicação do tibira cobrando que seus cúmplices também fossem executados revela surpreendente sentido de justiça igualitária, talvez  o réu estivesse sugerindo que entre os principais chefes que o condenavam à pena de morte, havia alguns que frequentavam seus serviços homoeróticos. O desfecho desta execução revela o farisaico cuidado dos religiosos em mascarar suas responsabilidades sobre essa morte, a qual,  malgrado sua simulada conformidade com os tradicionais procedimentos judiciais, tinha as cartas previamente marcadas para seu sangrento desfecho:  “Terminado o processo e proferida a setença, cuidou-se em sua alma dizendo-se-lhe, que se ele recebesse o batismo, apesar de sua má vida passada, iria direto para o Céu apenas sua alma se desprendesse do corpo. Acreditou nessas palavras, e pediu o batismo. Frei Yves D’Évreux fornece-nos pitoresco detalhe sobre a importância do tabaco (petum em lingua tupinambá)  entre os nativos:  “Este infeliz condenado recebeu as consolações de muito boa vontade, e antes de caminhar para o suplício disse aos que o acompanhavam: ‘Vou morrer, não mais os verei, não tenho mais medo de Jurupari pois sou filho de Deus, não tenho que prover-me de fogo, de farinhas, de agua e nem de ferramenta alguma para viajar além das montanhas, onde cuidais que estão dançando vossos pais. Dai-me porém um pouco petum para que eu morra alegremente, com a palavra firme e sem o medo que me estufa o estômago”. Deram-lhe o que ele pediu, à semelhança dos que vão ser justiçados, aos quais também se dá pão e vinho, costume não deste tempo e sim desde a mais remota antiguidade,  pois então se oferecia aos criminosos vinho com mirra e ópio para provocar o sono dos pacientes. Feito isto, levaram-no para junto da peça montada na muralha do forte de São Luís, junto ao mar, amarraram-no pela cintura à boca da peça, e o Cardo Vermelho lançou fogo à escova, em presença de todos os principais, dos selvagens e dos franceses, e imediatamente a bala dividiu o corpo em duas porções, caindo uma ao pé da muralha, e outra no mar, onde nunca mais foi encontrada.” Não temos notícia no Brasil de outros criminosos que tivessem sido executados na boca de uma canhão, nem de outro réu que tivesse solicitado pitar como seu último desejo,  misericordiosamente atendido pelos algozes. – Luiz Mott “Índios em suas cabanas”, de Johann Moritz Rugendas.  Esse post foi publicado em História do Brasil e marcado homossexualidade, índio, religião, violência pormarcia. Guardar link permanente. UMA IDEIA SOBRE “O PRIMEIRO CRIME HOMOFÓBICO NO BRASIL”

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