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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Carta manifesto ONGs Tuberculose Rio+20

 DO RIO Á RIO+20 CÚPULA DOS POVOS( LOGO)
 FORUM ONGS TB RJ  (LOGO)


Carta manifesto para os governos, lideranças e formadores de opinião, entidades
médicas e científicas e população em geral – Rio de Janeiro, Junho de 2012.
Nós, ONGs TB participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (UNCSD) Rio+20, chamamos a atenção para a importância do Combate à
Tuberculose.
Combater a Tuberculose – O desafio
   A tuberculose (TB) é uma das enfermidades mais antigas do mundo. Mas não é uma
doença do passado como muitos imaginam. Segundo estimativas da OMS, dois bilhões
de pessoas, o que corresponde a um terço da população mundial, está infectada pelo
Mycobacterium tuberculosis. Destes 9 milhões, desenvolverão a doença e 2 milhões
morrerão a cada ano.

   O Brasil faz parte do grupo de 22 países responsáveis por 80% do total de casos de
tuberculose no mundo, com 36 casos registrados da doença para cada 100 mil
habitantes. Apesar dos avanços, a doença ainda esta longe de um controle efetivo. No
país, a tuberculose representa a quarta causa de óbitos por doenças infecciosas (4,6 mil
mortes em 2010) e a primeira entre pacientes com Aids.
   O Rio de Janeiro se destaca no quadro nacional por apresentar, historicamente, uma
das maiores incidências de tuberculose do país (70 / 100.000 habitantes), elevada
coinfecção TB/HIV e uma estimativa de 900 óbitos a cada ano. Números inaceitáveis

para uma doença que tem cura.
Vimos conclamar a população e cobrar das autoridades e gestores da saúde maior
empenho no enfrentamento da tuberculose e seus determinantes sociais. Acreditamos
que só por meio das seguintes ações seremos capazes de reverter os atuais indicadores
da tuberculose no Brasil e no mundo:
  •      Buscar o atingimento dos ODM (meta 6 - combate ao HIV/aids, malária,
       tuberculose e hanseníase); 
  •    Maior visibilidade e priorização das ações voltadas ao controle da Tuberculose e
       comorbidades, TB/HIV, diabetes, álcool e drogas;
  •      Promover campanhas de conscientização de massa sobre a importância da
      prevenção e do tratamento adequado da doença. Garantia de acesso ao
      diagnóstico precoce e a um tratamento de qualidade humanizado;
  •      Investimentos concretos no incentivo à pesquisa e produção nacional de novos
      métodos de diagnóstico e tratamento encurtado;
  •      Implementação e ampliação do tratamento supervisionado para Tuberculose,
      estratégia (DOTS), com ênfase na busca ativa de casos e incentivos de adesão ao
      tratamento para os pacientes como auxílio transporte e alimentação (Cestas
      Básicas); Fortalecimento do SUS e Programas de Saúde com a participação de
      Agentes Comunitários de Saúde e participação de pacientes;

  •      Combater a pobreza, a fome e a exclusão social, através da criação de programas
      e ações de inclusão, que gerem emprego e renda;
  •      Combater o estigma, o preconceito e a discriminação relacionados à TB;
  •      Maior rigor, transparência e compromisso social na aplicação e uso dos recursos
      públicos da saúde e dos Programas de Controle da Tuberculose;
  •      Fortalecimento, fomento e a sustentabilidade da participação da Sociedade Civil
      Organizada através de ONGs redes, fórum e grupos de pacientes TB & HIV/AIDS.
            Os governos têm uma dívida a reparar com essas populações
As ações de combate da tuberculose estão muito aquém de uma resposta efetiva de
controle, A cada dia a tuberculose continua a avançar de forma devastadora
principalmente nos segmentos mais vulneráveis da população, crescendo
acentuadamente nas periferias, nos bolsões de pobreza, entre a população de rua,
encarcerados e pessoas vivendo com o HIV/AIDS.
           Construindo uma resposta coletiva na Luta contra a Tuberculose
                   O papel da mobilização social no controle da tuberculose
    Nós, do movimento social de luta contra a Tuberculose e o HIV/Aids, acreditamos
    que só através da mobilização social, do compromisso político das autoridades, bem
    como, da melhoria das condições de vida da população junto à implementação de
    políticas públicas de moradia, trabalho e renda é que poderemos conter o avanço da
    doença. A retomada da mobilização social na luta contra a tuberculose no Brasil, por
    meio da criação de Fóruns, Grupos de Pacientes e redes sociais de luta contra a
    tuberculose, é um marco histórico e um importante instrumento político para mudar
    o dramático cenário da doença e a negligência da saúde junto às populações mais
    vulneráveis.
    Assinam essa carta manifesto o coletivo das entidades não governamentais:
               Fórum Estadual das ONG no Combate à Tuberculose – RJ
                                 Secretaria Executiva
              CEDUS - CEDAPS - GRUPO ÁGUA VIVA - GPV Niterói
                        REDE DE COMUNIDADES SAUDÁVEIS
                         Contato: forumongstbrj@yahoo.com.br

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