Ano 2 . número 2 . Rio de Janeiro, fevereiro 2012. |
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AIDS, censura e homofobia: flagelos da juventude brasileira "As reportagens sobre a exploração sexual de jovens travestis nas ruas de São Paulo e sobre o veto do Governo Federal à campanha de carnaval elaborada pelo próprio Ministério da Saúde publicadas em 12/02 e 14 /02 expõem mais um retrato da forma homofóbica e hipócrita que o binômio homossexualidade-juventude é tratada no Brasil. Desde a mais tenra idade, a situação destes jovens nas escolas onde estudam é insustentável. Por conta do preconceito e da omissão dos gestores de educação e dos professores, estes jovens terminam ou sendo expulsos ou forçados a abandonar a escola. No meio familiar e nas comunidades onde vivem, a situação não é melhor. A exemplo do ambiente escolar, muitas vezes são forçados a abandonar o lar, por causa do ódio de familiares e vizinhos. Frente ao abandono em dois ambientes que deveriam ser de acolhimento e segurança: a família e a escola, tais jovens tornam-se presas fáceis de exploradores e de qualquer um que prometa uma saída para os horrores enfrentados por estes jovens. No ano passado, o chamado kit antihomofobia – pejorativamente chamado de “Kit Gay” – produzido pelo Ministério da Educação, veiculava mensagens educativas com o intuito de diminuir a homofobia nas escolas. O kit acabou vetado pelo próprio governo, em troca de que um ministro acusado de corrupção não fosse convocado a depor no congresso. Neste ano, a campanha de carnaval do Ministério da Saúde, destinada a jovens homossexuais (segundo as estatísticas do próprio ministério o segmento mais afetado pela epidemia de HIV/AIDS) também sofreu vetos do próprio governo e teve sua veiculação suspensa na TV aberta e restringida a lugares “específicos” como bares e boates freqüentados por esta população, num claro ato de censura e descriminação, como se as condições de vulnerabilidade estivessem restritas à estes locais e não difundidas de forma ampla na sociedade. Enquanto isto, no exterior a diplomacia brasileira projeta o programa nacional de AIDS como um exemplo para o mundo, se coloca como paladino dos direitos humanos e vende o Rio de Janeiro como destino turístico gay. Contrastando com a realidade nacional o que vemos é hipocrisia, censura e homofobia. Os resultados são e serão cada vez mais evidentes: aumento dos casos de HIV, exploração sexual e violências de todas as formas contra uma parcela significativa da juventude brasileira. Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS - ABIA |
Notícias e comentários sobre combate,HIV AIDS TB. Novidades sobre temas referentes ao ativismo social e político, política, políticas públicas e ações de prevenção.Incrementando o Ativismo,e despertando solidariedade. Minha intenção é promover o debate em torno da prevenção. Criando formas de combate e troca de experiências entre familiares e pessoas vivendo ou convivendo com este tema.
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