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terça-feira, 22 de novembro de 2011

ONU dobrou Estimativa sobre quantas pessoas com o HIV contraem a tuberculose e morrem vítimas da doença



ONU dobrou Estimativa sobre quantas pessoas com o HIV contraem a tuberculose e morrem vítimas da doença

Ventilação e sol podem ajudar na luta contra a tuberculose

Reuters/Brasil
Publicado:24/03/09

Por Laura MacInnis
GENEBRA (Reuters) - Boa ventilação e luz solar podem ajudar a reduzir os riscos de tuberculose em hospitais e prisões, dois redutos da doença pulmonar contagiosa, disse a Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Relatório Global de Controle da Tuberculose, divulgado na terça-feira no Rio de Janeiro, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) também dobrou sua estimativa sobre quantas pessoas contaminadas com o HIV contraem a tuberculose e morrem vítimas da doença, além de fazer um alerta para as cepas fatais da doença que continuam a se disseminar em todo o mundo.

Mario Raviglione, diretor do departamento Stop TB (combate à tuberculose) da OMS, disse que, pelo fato de a bactéria causadora da tuberculose se desenvolver no ar estagnado, "simplesmente abrir as portas" pode reduzir o risco de pacientes, detentos e outras pessoas serem infectados com a doença que matou cerca de 1,8 milhão de pessoas em 2007.

O número global de mortes causadas pela tuberculose inclui 1,3 milhão de pessoas não infectadas pelo HIV e 456 mil soropositivos, mortes que, nas estatísticas de saúde, são classificadas como sendo decorrentes do HIV.
"Só se morre uma vez", explicou Kevin De Cock, diretor de HIV/Aids da OMS. Ele estimou que os pacientes com HIV e imunidade baixa têm 20 vezes mais risco de contrair tuberculose que o restante da população.

DADOS MAIS PRECISOS
A revisão feita pela OMS do número de pessoas que têm HIV e também tuberculose reflete "análises, dados e metodologias melhores", mas não um aumento real das infecções duplas entre 2006 e 2007, disse De Cock em briefing à imprensa em Genebra.
O especialista belga em doenças infecciosas afirmou que os pacientes com HIV devem ser examinados para detectar a existência de tuberculose e receber tratamento para reduzir os riscos de desenvolver a doença, que pode ser contraída quando se inspiram gotículas no ar de uma tossida ou um espirro de uma pessoa infectada.

Cerca de um terço da população mundial está infectado com bactérias causadoras da tuberculose, mas apenas uma pequena porcentagem das pessoas desenvolve a doença, que geralmente surge quando os níveis de imunidade estão enfraquecidos devido a gravidez ou doença.

Os níveis globais de tuberculose ficaram quase estáveis em 2007, com 9,27 milhões de casos novos relatados, contra 9,24 milhões em 2006.
Embora a tuberculose possa ser curada com antibióticos, nos últimos anos vêm proliferando variedades da doença que são resistentes aos medicamentos, devido a erros médicos e ao fato de muitos pacientes interromperem a terapia medicamentosa prescrita, que cobre seis a nove meses.
A OMS disse que cerca de 500 mil pessoas no mundo tiveram diagnóstico de cepas resistentes a medicamentos.

E 55 países e territórios já relataram pelo menos um caso de tuberculose "extensamente resistente a drogas", ou XDR-TB, que é virtualmente intratável com os remédios existentes atualmente, segundo a OMS.
A prevalência real dessa variedade letal da doença é provavelmente ainda maior, já que poucos países pobres hoje fazem a série de exames necessários para avaliar o grau de resistência a drogas de seus pacientes, disse Raviglione no briefing em Genebra.

AVIÕES SÃO MAIS SEGUROS QUE EDIFÍCIOS
Em 2007 um advogado de Atlanta infectado com a tuberculose resistente a drogas foi e voltou dos EUA à Europa para seu casamento e lua-de-mel, retornando aos EUA via o Canadá e provocando um alerta internacional.

No mesmo ano, um mexicano atravessou de avião a fronteira EUA-México 21 vezes, apesar de os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA terem avisado às autoridades de fronteira norte-americanas que ele tinha um tipo de tuberculose multirresistente a medicamentos.
Raviglione, à frente na OMS do combate à tuberculose desde 2003, disse que os riscos de transmissão só são graves em vôos com mais de oito horas de duração e para pessoas sentadas a cinco fileiras ou menos de distância da pessoa infectada.

"Nos aviões, o sistema de ventilação é melhor, na realidade, que na maioria dos edifícios", disse ele.
Citando pesquisas que mostram que a luz ultravioleta é capaz de matar bactérias da tuberculose, Raviglione disse que todos os esforços para aumentar a iluminação natural em prisões e hospitais podem ajudar a reduzir as ameaças de contágio por meio das gotículas.
A melhora do fluxo do ar por sistemas de ventilação ou portas e janelas abertas, além do uso de máscaras em áreas de ar estagnado, também podem ajudar a suplementar exames e uso de antibióticos para alcançar a meta da ONU de frear ou reverter a expansão da tuberculose até 2015.
"É alcançável. É preciso comprometimento, algum dinheiro e pessoas que sabem o que estão fazendo", afirmou Raviglione.

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