Atendimento a presos é o grande desafio da atenção integral às pessoas com HIV
Fábio Serrato, da Agência de Notícias da Aids
“Há quase uma década o movimento social tenta melhorar a relação com o sistema prisional para realizar prevenção e assistência. Mas as normas de segurança impedem o acesso das ONGs a esses locais”, relata José Marcos de Oliveira, representante das pessoas vivendo com HIV e aids no Conselho Nacional de Saúde. “Temos relatos de ex-presidiários com aids afirmando que a discriminação aos doentes no sistema carcerário é grande”, completa.
Enquanto a prevalência do vírus HIV na população brasileira é de 0,6%, essa taxa chega a ser 10 vezes maior entre os presos, segundo dados dos ministérios da Saúde e da Justiça.
Visibilidade das ações
Para Cristina Lattari, diretora de Ações de Saúde na SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), falta visibilidade das ações que a entidade realiza. “Estamos desenvolvendo um projeto piloto para que presos se tornem agentes de saúde”, exemplifica.
Para Cristina Lattari, diretora de Ações de Saúde na SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), falta visibilidade das ações que a entidade realiza. “Estamos desenvolvendo um projeto piloto para que presos se tornem agentes de saúde”, exemplifica.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, profissionais de saúde de 150 Centros de Detenção Provisória (CDP) e presídios estão sendo capacitados para realizarem o teste rápido de HIV no momento em que o preso der entrada nesses locais.
Em relação à dificuldade de acesso à população carcerária relatada por ativistas e coordenadores municipais de DST/Aids, Cristina diz que as normas de segurança existem para proteger todos os que estão nos presídios, inclusive os profissionais. Mas garantiu que existe entrega de camisinha e remédios aos detentos. “A saúde nas penitenciárias não é perfeita. Porém, a dificuldades que existem são as mesmas das pessoas que são atendidas pelo SUS em qualquer outro local.”
Segundo Tânia Regina de Souza, psicóloga do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, é preciso fortalecer a atenção básica nos presídios e a articulação com os serviços especializados externos. “Por isso, em todas as nossas capacitações estamos abrindo vagas para funcionários do SAP”, conta.
Fórum sobre o sistema prisional
Devido à intensa discussão, participantes do Fórum Estadual de Dirigentes de DST/Aids do Estado de São Paulo sugeriram a realização de um evento especifico para debater o enfrentamento do HIV e da tuberculose no sistema prisional. A ideia foi bem recebida pelo coordenador-adjunto do Programa de DST/Aids do Estado, Artur Kalichman e pela gerente de Assistência Integral à Saúde do Programa, Rosa Alencar. “Atuar com a população carcerária é um dos nossos grandes desafios”, diz Rosa.
Devido à intensa discussão, participantes do Fórum Estadual de Dirigentes de DST/Aids do Estado de São Paulo sugeriram a realização de um evento especifico para debater o enfrentamento do HIV e da tuberculose no sistema prisional. A ideia foi bem recebida pelo coordenador-adjunto do Programa de DST/Aids do Estado, Artur Kalichman e pela gerente de Assistência Integral à Saúde do Programa, Rosa Alencar. “Atuar com a população carcerária é um dos nossos grandes desafios”, diz Rosa.
O Estado de São Paulo conta com 150 Centros de Detenção Provisória (CDP) e presídios, totalizando uma população de 150 mil pessoas privadas de liberdade.
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