AS RAZÕES DA CRISE NO CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO!
1. Ninguém tem dúvida dos problemas de remuneração do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Estado do Rio. A questão remuneratória é básica no conjunto de elementos que a teoria da administração chama de Satisfação. A Insatisfação é geral.
2. Mas há um vetor matriz que explica a crise no Corpo de Bombeiros núcleo central da Defesa Civil. Há um desvio de função da própria corporação. O deslocamento do Corpo de Bombeiros para uma Subsecretaria da Secretaria Estadual de Saúde é algo nunca visto em nenhum lugar do mundo.
3. A decisão, tomada no início dos anos 80, de entregar ao Corpo de Bombeiros os serviços públicos de ambulância relativos aos acidentes de trânsito justificava-se por integrar o escopo da Defesa Civil em áreas públicas de uso coletivo. Mas a centralidade do Corpo de Bombeiros na Defesa Civil não foi afetada. Esta foi elevada a condição de Secretaria de Estado.
4. No entanto, a partir do governo do PMDB, em 2007, a extinção da Secretaria de Defesa Civil e a localização do Corpo de Bombeiros como subsecretaria da secretaria de saúde teve como objetivo suprir a falta de pessoal nos postos de saúde -UPAs...- e até hospitais. E uso -proibido por lei- em funções administrativas de hospitais. Suprir com bombeiros militares funções ambulatoriais tinha por trás a ideia de que isso reduziria as faltas pela punição prevista no regulamento dos mesmos.
5. Abriram-se concursos e pelo menos 5 mil oficiais e suboficiais, médicos e enfermeiros foram contratados. Mas o truque não deu certo e a evasão se deu em proporções enormes e crescentes. Mas o desvio de função corporativa afetou a identidade da própria corporação. E a autoestima desabou. Os 'Combatentes' se sentiram diminuídos. Para se ter uma ideia da gravidade dos fatos, excluindo o cargo de coronel, praticamente 2/3 dos oficiais do Corpo de Bombeiros passaram a ser profissionais de saúde no início de 2010.
6. O governo do Estado do Rio oculta os números, como a proporção de oficiais e suboficiais fora da Defesa Civil, e o volume de evasões. A instituição de Defesa Civil, como tal, sofreu um desmonte. E isso afeta suas funções precípuas. O inchamento da corporação, ampliando-se fora da Defesa Civil em quase 30% seu efetivo, cria mais inflexibilidades salariais.
7. Por décadas, o Corpo de Bombeiros foi a instituição pública mais apreciada pelos cariocas. E as pesquisas mostravam isso. Seu profissionalismo levou os governadores a terem sempre como uma força de pronta ação nas emergências. Isso está acabando, e por responsabilidade do atual governo do Estado.
8. Há uma solução e imediata. Começar pelo reestabelecimento da Secretaria de Defesa Civil e transferir o Corpo de Bombeiros da Secretaria de Saúde. Não há nada mais urgente e fundamental para se começar a enfrentar esta crise.
* * *
fonte: Ex- Blog do Cesar Maia
1. Ninguém tem dúvida dos problemas de remuneração do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Estado do Rio. A questão remuneratória é básica no conjunto de elementos que a teoria da administração chama de Satisfação. A Insatisfação é geral.
2. Mas há um vetor matriz que explica a crise no Corpo de Bombeiros núcleo central da Defesa Civil. Há um desvio de função da própria corporação. O deslocamento do Corpo de Bombeiros para uma Subsecretaria da Secretaria Estadual de Saúde é algo nunca visto em nenhum lugar do mundo.
3. A decisão, tomada no início dos anos 80, de entregar ao Corpo de Bombeiros os serviços públicos de ambulância relativos aos acidentes de trânsito justificava-se por integrar o escopo da Defesa Civil em áreas públicas de uso coletivo. Mas a centralidade do Corpo de Bombeiros na Defesa Civil não foi afetada. Esta foi elevada a condição de Secretaria de Estado.
4. No entanto, a partir do governo do PMDB, em 2007, a extinção da Secretaria de Defesa Civil e a localização do Corpo de Bombeiros como subsecretaria da secretaria de saúde teve como objetivo suprir a falta de pessoal nos postos de saúde -UPAs...- e até hospitais. E uso -proibido por lei- em funções administrativas de hospitais. Suprir com bombeiros militares funções ambulatoriais tinha por trás a ideia de que isso reduziria as faltas pela punição prevista no regulamento dos mesmos.
5. Abriram-se concursos e pelo menos 5 mil oficiais e suboficiais, médicos e enfermeiros foram contratados. Mas o truque não deu certo e a evasão se deu em proporções enormes e crescentes. Mas o desvio de função corporativa afetou a identidade da própria corporação. E a autoestima desabou. Os 'Combatentes' se sentiram diminuídos. Para se ter uma ideia da gravidade dos fatos, excluindo o cargo de coronel, praticamente 2/3 dos oficiais do Corpo de Bombeiros passaram a ser profissionais de saúde no início de 2010.
6. O governo do Estado do Rio oculta os números, como a proporção de oficiais e suboficiais fora da Defesa Civil, e o volume de evasões. A instituição de Defesa Civil, como tal, sofreu um desmonte. E isso afeta suas funções precípuas. O inchamento da corporação, ampliando-se fora da Defesa Civil em quase 30% seu efetivo, cria mais inflexibilidades salariais.
7. Por décadas, o Corpo de Bombeiros foi a instituição pública mais apreciada pelos cariocas. E as pesquisas mostravam isso. Seu profissionalismo levou os governadores a terem sempre como uma força de pronta ação nas emergências. Isso está acabando, e por responsabilidade do atual governo do Estado.
8. Há uma solução e imediata. Começar pelo reestabelecimento da Secretaria de Defesa Civil e transferir o Corpo de Bombeiros da Secretaria de Saúde. Não há nada mais urgente e fundamental para se começar a enfrentar esta crise.
fonte: Ex- Blog do Cesar Maia
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