Páginas

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Novo teste de HIV dará resultado em 20 minutos



Fique Sabendo

Novo teste de HIV dará resultado em 20 minutos

Kits rápidos serão usados em grupos vulneráveis, populações indígenas e ribeirinhas, grávidas que não completaram o pré-natal e campanhas específicas do Ministério da Saúde
Conteúdo extra: Galeria de fotos
RIO - Cerca de 40% das pessoas que fazem teste de HIV não voltam para buscar o resultado final do exame. Para driblar o problema, o Ministério da Saúde quer que todos os pacientes que façam o teste saiam dos centros de saúde sabendo se são soropositivos ou não. Essa meta fica mais próxima de ser alcançada com o lançamento do novo teste rápido confirmatório, o Imunoblot, produzido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).
Atualmente, a pessoa faz o teste de HIV pelo método Elisa. Se der positivo, ela volta ao serviço de saúde, recebe orientação e faz o exame confirmatório, pelo método western blot (o mais usado) ou imunofluorescência. O resultado final leva dias ou semanas para sair.
Um acordo entre Biomanguinhos e o laboratório americano Chembio permitiu o desenvolvimento conjunto, no Brasil, de dois kits de testes rápidos - o de triagem, lançado em fevereiro pelo ministro Alexandre Padilha, e o confirmatório, chamado de Imunoblot e que foi divulgado hoje, durante o 2.º Simpósio Internacional de Imunobiológicos, organizado por Bio-Manguinhos.
Para fazer o teste, o paciente recebe uma picada no dedo. O resultado sai em 20 minutos. "O kit é sensível e eficaz já a partir do 25.º dia de infecção", afirma o gerente do programa de Desenvolvimento de Reativos, Antonio Ferreira.
Inicialmente, os kits rápidos serão usados em grupos vulneráveis - como moradores de rua, prostitutas, garotos de programa -; populações indígenas e ribeirinhas; grávidas que não completaram o pré-natal; e campanhas específicas do ministério, como as que ocorrem em grandes eventos como carnaval e Festa do Peão Boiadeiro.
Ainda será avaliada a capacidade de produção dos testes e os custos, mas a estimativa é de que em dois anos tenha sido completada a substituição dos métodos Elisa/western blot pelos kits rápidos.
"O teste rápido tem um papel estratégico. O Brasil ainda tem mortalidade elevada por AIDS e isso não é compatível com um País que oferece gratuitamente todos os ANTIRRETROVIRAIS do mercado. Essa alta mortalidade só é explicada porque as pessoas chegam tardiamente ao diagnóstico. É preciso romper essa barreira social, cultural, que leva a pessoa a não fazer o exame para não passar por semanas de angústia até o resultado", afirmou Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde.
De acordo com Barbosa, o custo estimado do Imunoblot é cinco vezes mais baixo do que o do western blot, o que permitirá ao ministério financiar mais kits para os Estados. No ano passado, o governo federal repassou R$ 4,23 milhões, para que ressarcir as secretarias de saúde pela compra 49.784 testes. A capacidade inicial de Biomanguinhos é de produzir 200 mil kits por ano.
A matéria foi publicada originalmente no jornal O Estado de S. Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Inclua algum cometário: