Travestis recebem prêmio do Ministro da Saúde por suas histórias de vidaDaniele, Patrícia, Raíssa têm histórias de vida em comum. Passaram por humilhação, sofrimento na família e na sociedade, situações de violência e exclusãoConteúdo extra: Entre os critérios de seleção, foram avaliados a adequação ao tema, o respeito aos direitos humanos e a criatividade. As travestis que tiveram seus textos selecionados ganharão um netbook, no dia 28 de janeiro, em São Paulo. Com a iniciativa, a intenção é marcar a data de Visibilidade das Travestis (29 de janeiro). A cerimônia de entrega dos prêmios contará com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e de autoridades das Secretarias de Saúde do estado e município de São Paulo. O evento ocorre às 20h, na casa das Rosas, em São Paulo. As histórias finalistas estão disponíveis no site www.aids.gov.br/vidas. Elas serão adaptadas para uma publicação. O objetivo é dar visibilidade às dificuldades e à trajetória de superação dessas pessoas. Também visa a conscientizar a sociedade brasileira pelo fim da transfobia, pela inclusão social e pela redução das situações de vulnerabilidade. A escolha das travestis como público-alvo do concurso traz para a terceira edição do Vidas em Crônica uma nova perspectiva sobre o viver com aids nos dias de hoje. “Contribuirá para nós, gestores, pensarmos nas políticas públicas focadas na maneira como elas estão vivendo”, explica Eduardo Barbosa, diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde. HISTÓRICO – Promovido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, as edições anteriores do concurso Vidas em Crônica tiveram duas categorias: a primeira com relatos de pessoas que vivem e convivem com HIV/aids e a segunda de jovens com a mesma realidade. Serviço: Entrega do Prêmio Vidas em Crônica – Travestis Endereço: Av. Paulista, nº. 37, Bela Vista. São Paulo Data: 28 de janeiro (sexta-feira), 20h Histórias - Beth, 45 anos, Goiânia (GO) – é psicóloga clínica e trabalha no Centro de Referência da Promoção da Igualdade, onde faz atendimento a travestis e transexuais. Trecho da história: “Cheiro do Látex”. “Andar pelas ruas a fazia pensar que não é a prática sexual que caracteriza o preconceito e a discriminação, e sim sua aparência e sua transformação do masculino para o feminino”. - Lyah, 29 anos, Belém (PA) – “A violência e o medo da morte me conduziam a estados de alerta. No entanto, a sensação de invulnerabilidade sexual impedia que eu fosse capaz de me proteger. Saía com vários homens e sentia prazeres diversos. Mas a possibilidade de sentir o prazer pleno resultou na descoberta de minha sorologia positiva”. - Raíssa, 35 anos, Belém (PA) “Aos seis anos ingressei na escola, era um novo horizonte. Porém, aos poucos esse encantamento foi se tornando tristeza, pois percebia que meus desejos se voltavam ao sexo oposto e, por isso, passei a sofrer bullying. Diante disso, abandonei os estudos”. Raíssa já foi para São Paulo de carona, se prostituiu, ficou presa no Carandiru. Retornou a Belém, onde se envolveu com a militância e é presidente da Associação das Travestis e Transexuais do Pará. - Patrícia, 38 anos, Presidente Prudente (SP) “Com 17 anos fui morar em SP e comecei a me prostituir, ficando nessa vida por pouco tempo, uns 3 anos. Lá conheci um homem que dizia ser muito bom e carinhoso e que me daria tudo. Mas ao conviver com ele, no dia a dia, percebi que estava sendo mais uma das suas vítimas. Ele me abusava sexualmente, me agredia física e verbalmente”. “Ele me mostrou a foto de suas duas filhas pequenas. Continuamos a nos ver e a nos falar e em menos de três meses já estávamos namorando. Nesse meio tempo, conheci a família e as duas filhas dele. Antes de termos relação sexual, falamos sobre doenças sexualmente transmissíveis e no decorrer da conversa ele assumiu a doença pra mim – ele é soropositivo. Vivemos juntos há 12 anos, somos uma família feliz”. - Daniele, 25 anos, Santo André (SP) “Peguei HIV quando estava presa, me relacionei com um rapaz que era portador há mais de 20 anos. Na cadeia só tem valor quem é homem, a gente que é mulher não serve pra nada. Lá dá muito medo da reação das pessoas, não dá pra gritar, fugir, não tem pra onde correr. Meu medo era que esse rapaz pudesse fazer alguma coisa de ruim pra mim. Então transei sem camisinha. Foi uma vez só, nunca gostei dele”. “Já fui agredida muitas vezes, tenho o rosto todo deformado. Às vezes junta 4, 5, 6, até 7 homens para agredir a gente, sem a gente fazer nada”. - Bruna, 35 anos, São José do Rio Preto (SP) “Quando cheguei, passava das 22 horas e a fome começou a apertar, e o que fazer? Não demorou muito e eu encontrei uma travesti. Nesse momento, compreendi que não havia outra opção além da prostituição, algo totalmente novo na minha vida. Meu primeiro programa foi com um senhor que aparentava seus 45 anos. Apesar da sua gentileza, não gostei de ele ter dispensado o uso do preservativo”. Assista ao vídeo alusivo ao dia da visibilidade das travestis: http://www.aids.gov.br/video/ Mais informações à imprensa Tags: concurso, Notícias do Dep. de DST, Aids e Hepatites Virais, travesti, vidas em crônica Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais Ministério da Saúde Assessoria de Imprensa Telefones: (61) 3306-7024/7010/7016/7051 E-mail: imprensa@aids.gov.br Site: www.aids.gov.br Arquivos para Download:travestis_vidas_imprensa.pdf 23.49 KB |
Notícias e comentários sobre combate,HIV AIDS TB. Novidades sobre temas referentes ao ativismo social e político, política, políticas públicas e ações de prevenção.Incrementando o Ativismo,e despertando solidariedade. Minha intenção é promover o debate em torno da prevenção. Criando formas de combate e troca de experiências entre familiares e pessoas vivendo ou convivendo com este tema.
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