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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Rio - Cidade infestada de Aedes aegypti

Número de focos chega a ser 13 vezes maior do que o limite seguro

POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - O Rio está em alerta para a dengue e corre risco de ter uma epidemia provocada pela reentrada do vírus tipo 1 no próximo verão. Nenhuma região da cidade conseguiu manter índice de infestação do Aedes aegypti dentro do limite considerado seguro

pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 1%. Em Irajá e adjacências, região mais crítica, a média é de 2,9% — ou seja, quase três vezes acima do nível tolerável. Em cada mil imóveis verificados, 29 tinham pelo menos um foco do inseto.

No bairro da Pavuna isoladamente, que está dentro da região administrativa de Irajá, o índice foi de 13% — 13 vezes acima do considerado sem risco pela OMS. A cada mil imóveis, 130 têm o mosquito transmissor da dengue.

“Estamos trabalhando para reduzir os índices até outubro, quando teremos outra medição”, afirma a superintendente

de Vigilância em Saúde do município, Rosana Iozzi.

Assustados, moradores da Pavuna se reúnem para fazer mutirões. “Eu tive dengue e tenho medo que a epidemia volte. Ainda não estamos no verão e já temos casos. Imagina quando o verão chegar”, preocupa-se a dona de casa

Maria Elisabete Ribeiro, 43. A aposentada Nina Rosa de Araújo Souza, 69, tem medo que as netas peguem a doença. “Minha filha e minhas duas netas já tiveram dengue e não podem pegar novamente. Aqui na rua muita gente teve.”

Ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que a reintrodução do tipo 1 no Rio é “quase uma certeza” e não descartou a possibilidade de epidemia. “O grande desafio é manter a presença do mosquito em níveis baixos. Estamos trabalhando para impedir que no ano que vem aconteça algum tipo mais grave (de dengue) no Rio, dado que a reintrodução do vírus 1 é quase uma certeza. Para impedir o surto, vamos ter que trabalhar duro: governo e sociedade”.

Conforme O DIA vem motrando, a volta do tipo 1 — que não circulava no Rio desde o início da década de 90 — é perigosa por dois motivos. Só na região metropolitana são 3,7 milhões de pessoas de até 19 anos, sem imunidade. E quem já teve outro tipo da doença pode desenvolver a hemorrágica desta vez.

Pai de vítima está revoltado

Há dois anos, a maior epidemia de dengue da cidade provocou a morte de 158 pessoas — 52 delas eram crianças com até 12 anos. A possibilidade de uma nova epidemia revolta Marcos Garcia Roig, 37, que perdeu seu filho Rodrigo, 6 anos.

“Apesar de toda propaganda, os índices continuam altos. Para mim, o trabalho não foi feito com a intensidade que deveria. Eu cuidava da minha casa. Lá, não tinha foco, mas apesar disso meu filho morreu. Minha filha teve a forma hemorrágica e não pode pegar dengue novamente”.

Conforme O DIA mostrou quinta-feira, 20 municípios do Rio enfrentaram esse ano epidemias da doença devido à reentrada dos vírus 1 e 2 da dengue.

PREVINA-SE CONTRA O MOSQUITO

CALHAS
Devem ficar limpas e sem pontos de acúmulo de água. Folhas secas precisam ser retiradas para que a água não fique retida.

LAJES E MARQUISES
É importante manter o escoamento desobstruído e sem depressões que possam causar o acumulo de água.

CAIXAS D’ÁGUA
Devem ficar vedadas. Não devem ser cobertas por plástico ou calha porque esses materiais podem acumular água e servir de criadouros.

FOSSOS DE ELEVADOR
Recomenda-se verificar uma vez por semana e bombear caso haja acúmulo de água.

EM CASA E NO TRABALHO
A tampa dos vasos sanitários devem ficar fechadas. Em banheiros pouco usados, deve-se dar descarga pelo menos uma vez por semana para evitar a possibilidade de focos. As bandejas do ar condicionado e da geladeira

também precisam ser verificadas: alguns modelos acumulam água que pode servir como foco do mosquito transmissor da dengue.

http://odia. terra.com. br/portal/ rio/html/ 2010/6/cidade_ infestada_ de_aedes_ aegypti_89756. html

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