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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

21 Anos de #ABGLT

 A ABGLT surgiu no dia 31 de janeiro de 1995, em Curitiba. Completa, portanto, 21 anos neste fim de semana. Hoje, reúne mais de 308 organizações por todo o país, promovendo ações que garantem a cidadania e direitos humanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e demais gêneros ainda não-catalogados. Também é atuante internacionalmente e, desde 2009, tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas. Para ficar num exemplo, denunciam a violação dos direitos humanos em 80 países que ainda criminalizam a homossexualidade, como acontece em Uganda. Suas ações são um catálogo de cartas de repúdio (da cantora Joelma à bancada evangélica) e notas de parabenização. A obrigação moral de descer a lenha em gente safada funciona desde a fundação do movimento. Um passo importante na promoção da livre orientação sexual tem sido a maior visibilidade do público gay. Passa pelo mais básico, desconstruir a imagem de marginalizados, ligada à homossexualidade e transexualidade, mostrando para a sociedade aquilo que ela nem desconfia - que ela ainda está muito distante da civilização. É preciso sempre lembrar que a violação dos direitos humanos continua sendo assustadora em nosso país. .A história da ABGLT é também a história do avanço das políticas públicas contra o HIV/Aids. Prevenção, diagnóstico e atenção aos portadores da doença faz parte do trabalho do movimento e é de grande importância hoje, principalmente com o crescente descaso com a doença. O Brasil é referência no combate à Aids, oferecendo tratamentos gratuitos, remédios feitos no país e diagnósticos rápidos. Um dos principais objetivos da ABGLT, e que consta em sua Carta de Princípios, é a interferência na elaboração de políticas públicas de saúde e afins para as pessoas mais vulnerável. A ABGLT luta contra a discriminação das chamadas minorias desfavorecidas. E cada crime contra a população LGBT  traz de volta a discussão sobre a criminalização da homofobia. Em resumo, o que a ABGLT pede é o mesmo rigor que se dá hoje com o racismo. O confronto com as políticas públicas no mundo dá a medida do comprometimento pela causa por aqui. O Brasil é um dos poucos países onde homossexuais podem se casar. Ao mesmo tempo, é o lugar onde mais estão sujeitos à violência. Criminalizar a homofobia é muito pouco. A discussão sobre reincidência criminal, impunidade e justiça mais dura também poderiam estar na agenda da causa gay. Sim, estou sugerindo pautas à ABGLT. Hoje, a ABGLT faz 21 anos. Parabéns! E que não dure mais 21. Que no futuro próximo não precisemos de entidades que lutem contra a discriminação. Que sejamos devidamente civilizados. Torço muito para isso.

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