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domingo, 28 de junho de 2015

Saiu na Imorensa 25/06/2015

​ SAIU NA IMPRENSA 25/JUN./2015   Papa admite a necessidade da separação do casal em alguns casos France Presse   Francisco disse que principal caso para separação é violência doméstica. Igreja mantém debates sobre como encarar as famílias contemporâneas.   O Papa Francisco reconheceu nesta quarta-feira (24) que a separação do casal em alguns casos é inevitável e até "moralmente necessária", principalmente quando reina a violência no lar, em uma clara mensagem de abertura ante os desafios da família moderna.    "Existem casos em que a separação é inevitável, inclusive moralmente necessária, para tirar os filhos da violência e da exploração e até da indiferença e estranhamento", afirmou o Papa ante milhares de peregrinos reunidos na audiência-geral de quarta-feira na praça de São Pedro.   "Peçamos ao Senhor uma grande fé para ver a realidade com o olhar do Senhor", enfatizou.   A mensagem do Papa foi lançada um dia depois da apresentação no Vaticano do documento que guiará em outubro o sínodo dos bispos de todo o mundo dedicado à família e no qual propõe "acompanhar os divorciados e as famílias com filhos gays".   O Papa falou das "feridas profundas" que provoca a separação aos filos e rejeitou o termo "casais irregulares".   "Não estaremos anestesiados em relação às feridas da alma dos filhos? Quando mais se tenta compensar com presentes, mais se perde o sentido das feridas da alma", afirmou.   "Como acompanhar os casais em dificuldades?", questionou ainda.   A reflexão faz parte dos intensos debates que os bispos mantêm há mais de um ano sobre como encarar os desafios das famílias contemporâneas, em particular a delicada questão de autorizar a comunhão para os divorciados que voltaram a casar, argumento que gera divisões.   A Santa Sé revelou que conseguiu um "acordo comum" para propor um "caminho penitencial", sob a autoridade dos bispos, para reintegrar à Igreja católica os divorciados que voltaram a se casar, algo que foi considerado um sinal de abertura.   Sinais de abertura -  O Vaticano reafirmou claramente na terça-feira a indissolubilidade do casamento, mas abrindo caminho para a reflexão e encorajando os casais casados civilmente a dizer sim na Igreja, no documento de trabalho do sínodo.   Este "instrumentum laboris" de 147 artículos, apresentado terça-feira à imprensa, aparece como uma síntese entre a abertura prudente de alguns prelados ocidentais sobre os divorciados, os homossexuais, as uniões civis, e a reafirmação da doutrina do casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher.   Ele reflete o profundo embaraço da Igreja, dividida entre conservadores, especialmente nos países do sul, contra qualquer mudança, e uma linha mais moderna, ansiosa por aberturas reais.   Toda relação final do primeiro sínodo de outubro de 2014, incluindo três parágrafos contestados que não atingiram a maioria de dois terços (sobre os divorciados e os homossexuais), foi retomada e enriquecida com uma reflexão sobre centenas de respostas fornecidas pelas dioceses a um questionário enviado por Roma.   Sob condições muito estritas, "um caminho penitencial" poderia permitir divorciados que voltaram a se casar civilmente a receber a Comunhão.   O documento refere-se a um "consenso" em torno deste "caminho" para os divorciados cujo primeiro casamento seria reconhecido como inválido e que já estariam envolvidos em uma "relação irreversível".   Um "amplo consenso" também parece incidir sobre um melhor acesso aos procedimentos de invalidação matrimonial, "eventualmente gratuito", enquanto o processo atual é pago e extremamente complexo.   O documento também observa o aumento da coabitação e dos casamentos civis: "é desejável promover caminhos para que as pessoas que coabitam ou que sejam casadas no civil possam chegar ao casamento religioso.".   O documento menciona brevemente os homossexuais, citando "projetos de acompanhamento pastoral" para a sua integração na Igreja. "Mas não há base para estabelecer analogias entre as uniões homossexuais e o plano de Deus para o casamento e a família", reafirma o documento.   "Sobre o casamento, entendemos como o casamento entre um homem e uma mulher", realidade "distinta" das uniões homossexuais, salientou o relator geral do sínodo, o bispo italiano Bruno Forte.   No entanto, a Igreja tem o "desafio pastoral" de garantir "que ninguém, incluindo os homossexuais, ninguém se sinta excluído", acrescentou o prelado.   O secretário-geral do sínodo, o cardeal Lorenzo Baldisseri, se declarou contra a "confusão" contemporânea sobre o conceito de família, citando o papa Francisco para argumentar que "a supressão da diferença (entre homens e mulheres) é o problema, não a solução".   A posição conservadora dos prelados africanos é visível em um parágrafo de texto, considerando qualquer pressão "inaceitável" e denunciando a pressão de organismos internacionais, que "condicionam a ajuda financeira aos países pobres à introdução de leis que instituem o casamento entre pessoas do mesmo sexo".   A maioridade penal (Contardo Calligaris) Folha de SP   Não tem como recuperar alguém sem começar reconhecendo sua plena responsabilidade pelos atos   Pelas últimas pesquisas Datafolha, nove brasileiros em cada dez aprovam a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos (Folha da última segunda, 22/6).   Misteriosamente, o debate sobre a redução da maioridade penal se tornou um debate político. Talvez porque a proposta tenha sido apoiada por deputados considerados de direita (a dita bancada da bala).   Ou talvez por causa de um cálculo, que pode ser certeiro, mas cuja conclusão não convence: 1) em sua maioria, os menores infratores são de família pobre; 2) portanto, a redução da maioridade penal colocará mais adolescentes pobres na cadeia; 3) conclusão: essa mudança é um ataque contra os pobres.   Ou ainda porque punir é considerado um verbo "de direita", enquanto verbos de esquerda seriam "entender, explicar, reeducar". Nota: cá entre nós, reeducar pode ser muito pior que punir.   Enfim, um leitor me pergunta se estou satisfeito. Claro que não. Eu não sou a favor da redução da maioridade penal: sou contra a própria ideia de definir uma maioridade penal.   Qualquer data que a gente estabeleça é arbitrária. Se assalto e mato com 15 anos e 364 dias, serei um menor infrator. Se assalto e mato no primeiro dia de meus 16 anos, ou seja, 24 horas depois, serei um adulto criminoso. É bizarro.   As razões invocadas para justificar o estatuto do menor vão desde a pouca experiência de vida até o desenvolvimento incompleto do córtex pré-frontal.   Mas há adultos com uma experiência de vida miserável, assim como há adultos impulsivos cujo córtex pré-frontal, provavelmente, não é muito mais desenvolvido que numa crianças de nove anos. Por que as mesmas razões não valeriam como justificativa para esses adultos?   Acredito que há crimes que são, por assim dizer, próprios da adolescência, de sua rebeldia, de sua inconsequência e mesmo de sua estupidez. E há crimes que são crimes, e basta. O critério não é só a gravidade, mas também a motivação, as circunstâncias, os precedentes, ou seja, fatores que dificilmente podem ser enumerados num Código Penal. Por isso, acho que um juiz ou um júri deveriam decidir, em cada caso, se um acusado será julgado como menor ou como adulto.   Aparte: se não confiarmos em juízes e júris, melhor desistirmos da própria ideia de poder judiciário, não é?   Quatro adolescentes, no fim de maio, em Castelo de Piauí, estupraram, cegaram, torturaram e tentaram assassinar a pedradas quatro meninas, uma das quais morreu. Não é só o requinte de crueldade, mas também a atitude deles diante de seu próprio ato e da Justiça, junto com uma total falta de empatia, que me convencem de que não foi um crime "adolescente", e que eles devem ser julgados como adultos.   Os acusados são meninos econômica e culturalmente miseráveis. Concordo, mas 1) de novo, se a miséria econômica e cultural for uma atenuante, por que ela não valeria também para os criminosos adultos?; 2) a miséria cultural nem sempre é apenas uma imposição do mundo (a escola é ruim, os pais não valorizam), pode também ser escolha do indivíduo ("não quero estudar, quero ser bandido").   Outros alegarão que os adolescentes podem mais facilmente ser "recuperados" por medidas socioeducativas; portanto, encarcerá-los seria um desperdício. Concordo com a ideia de que o encarceramento de jovens julgados como adultos aconteça em cárceres distintos dos para adultos. Mas, antes disso, acredito que nenhuma medida socioeducativa possa começar com uma espécie de desculpa; ao contrário, não vejo como a gente pode esperar recuperar quem quer que seja sem começar pelo reconhecimento da plena responsabilidade do indivíduo pelos seus atos.   Na verdade, na discussão sobre a maioridade penal, o que está em jogo não é a infância, não é a adolescência, mas é a nossa visão da infância e da adolescência, como épocas de preparação e de suposta "felicidade" infantil.   A mesma pesquisa Datafolha que citei antes relata que, entre as razões a favor da redução da maioridade penal, está o fato de que os jovens de hoje "amadurecem mais cedo". É o contrário: os jovens amadurecem cada vez mais tarde; numa progressão linear, nos últimos 200 anos, eles são infantilizados, privados de deveres, direitos e responsabilidade.   Nesse quadro, reduzir a maioridade penal é uma virada cultural. Talvez estejamos enfim dispostos a parar de idealizar a infância e a termos jovens um pouco mais adultos mais cedo.   Departamento divulga que 88% das pessoas com HIV em tratamento têm carga viral suprimida Agência Aids   O Ministério da Saúde convocou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (24) para apresentar uma nova campanha publicitária, voltada à prevenção das DSTs/aids durante as festas juninas e próximos eventos nacionais. Porém, o assunto principal acabou sendo a meta 90-90-90, que consiste em que 90% das pessoas com HIV conheçam o seu diagnóstico, deste grupo, 90% entrem em tratamento e 90% tenham carga viral indetectável.   Fabio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, apresentou o balanço sobre o acesso ao tratamento com antirretrovirais com base no Novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, documento que embasou a campanha deste ano.   “Atualmente, cerca de 404 mil pessoas fazem uso dos medicamentos oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para tratamento e prevenção do HIV/aids. O incentivo ao diagnóstico e o combate ao tratamento tardio também refletiram na redução da mortalidade e da morbidade do HIV,” contou Fábio Mesquita.   Ainda segundo o diretor, em 2014, houve um aumento de 30%  nas adesões ao tratamento com antirretrovirais. De 57 mil em 2013, passou para 74 mil em 2014. Além disso, das pessoas atualmente em tratamento, 88% estão com supressão da carga viral, ou seja, não apresentam mais o vírus na corrente sanguínea, o que contribui para diminuir a sua circulação.   Hoje, informou Fábio Mesquita, o Brasil tem 734 mil casos de pessoas vivendo com HIV. Destas, 71 mil ainda precisam ser testadas para o governo bater a primeira meta do 90-90-90, que se refere à detecção do diagnóstico. Para a do tratamento, falta incluir 177 mil portadores do vírus e para a última, que é a carga viral indetectável, faltam 185 mil. “Esses dados apontam para a efetividade da adoção da política de combate ao HIV e aids no país, que este ano comemora 30 anos,” observou Fábio.   “A ampliação do acesso ao tratamento garante a diminuição da circulação do vírus da aids no país. Estamos próximos de alcançar as metas de 2020. Resta alcançar 11% da população com HIV/aids,” disse  ministra interina da Saúde, Ana Paula Menezes.   Para o Ministério da Saúde, o conceito de prevenção combinada consiste em distribuição de camisinha masculina e feminina, acesso às testagens regularmente, pré-natal para evitar a transmissão vertical do HIV, adesão a tratamento,  atenção aos usuários de drogas, adesão a  PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição), diagnóstico e tratamento das outras DSTs.   #partiuteste nas festas juninas - A nova campanha é, na verdade, uma continuação das ações de prevenção iniciadas em dezembro de 2013 com a hashtag #partiuteste. O projeto contempla o público entre 15 e 25 anos,  faixa etária com os maiores riscos de infecção.  O governo investiu R$ 20 milhões nas ações de prevenção, durante o Carnaval; R$ 3 milhões na campanha das festas juninas e mais R$ 15 milhões que serão utilizados ao longo do ano.   A ministra Ana Paula Menezes contou que a novidade da campanha é o novo modelo, que incentiva a prevenção combinada com uso da camisinha, realização dos testes para diagnóstico do HIV e o tratamento entre jovens, gays e travestis: “Essa é a primeira vez que o Ministério da Saúde dá continuidade às ações de prevenção no meio do ano, com a mídia televisiva, para conscientizar a população durante o período das festas juninas que estão acontecendo no nordeste”, disse ela.   Embora a apresentação da campanha tenha sido realizada hoje, a ministra divulgou que ela já está em andamento nas cidades de maior concentração das celebrações juninas como Campina Grande e João Pessoa (PA), Caruaru (PE) e Salvador (BA). “Para essa etapa da campanha foram distribuídos 160 mil preservativos, 85 mil folders explicativos de prevenção e 20 displays, onde camisinhas e peças específicas podem ser retiradas,” afirmou a ministra.   A ação também estará presente no Festival Folclórico de Parintins (Manaus, AM), nos dias 26 e 28 de junho, além de outras festas como Peão de Barretos (SP) e a Oktoberfest, festa da cerveja, no sul.   Estudantes criam preservativo que muda de cor em contato com DSTs Correio Braziliense   Um grupo de adolescentes de uma escola do Reino Unido criou um preservativo que muda de cor quando entra em contato com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Batizada de S.T.EYE, a camisinha tem um indicador que detecta infecções como a clamídia e a sífilis, mudando a coloração de acordo com as bactérias presentes.   Os criadores do preservativo, Daanyaal Ali, 14, Muaz Nawaz, 13 e Chirag Shah, 14 anos, são alunos da Academia Isaac Newton, em Ilford, Essex e afirmam, em entrevista ao jornal britânico The Independent, que queriam detectar as DSTs de uma forma mais segura, “sem a necessidade de testes invasivos”.   O grupo ganhou o prêmio TeenTech, dedicado a adolescentes, aproximadamente R$ 4 mil e uma viagem ao Palácio de Buckingham, em Londres. A fundadora do TeenTech disse que os alunos são encorajados a abrir os olhos para o potencial de suas ideias. “Encorajamos os estudantes a levarem suas ideias para fora da sala de aula, colocando-os em contato direto com profissionais da indústria”, disse.   Teste de sangue e saliva é eficaz na detecção de cânceres orais Veja.com   As descobertas dos cientistas da Universidade Johns Hopkins têm aumentado a esperança para um teste de triagem barato, que poderia ser feito por dentistas ou médicos durante visitas regulares.   Um novo exame que usa sangue e saliva para detectar câncer de cabeça e de pescoço tem se mostrado promissor em um pequeno número de pacientes. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine.   Enquanto provavelmente levará anos até que o teste esteja disponível para o público, as descobertas dos cientistas da Universidade Johns Hopkins têm aumentado a esperança para um teste de triagem barato, que poderia ser feito por dentistas ou médicos durante visitas regulares.   Define-se como câncer de cabeça e pescoço os tumores malignos que ocorrem na cavidade oral, faringe e laringe. No Brasil, estima-se aproximadamente 14.170 novos casos de câncer de cavidade oral, por exemplo. Nos Estados Unidos, afeta 50.000 pessoas a cada ano e está em ascensão entre os homens. Os principais fatores de risco são o álcool, tabagismo e papilomavírus humano (HPV), uma infecção comumente transmitida sexualmente que muitas vezes passa despercebida.   "Conseguimos demonstrar que o DNA do tumor no sangue ou saliva pode ser medido com êxito nesses tipos de câncer", contou o principal autor Nishant Agrawal, professor de otorrinolaringologia e oncologia na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins.   O estudo envolveu 93 pacientes com câncer que tinham sido diagnosticados anteriormente. Em pacientes portadores de cânceres originados por HPV, os cientistas recolheram amostras de sangue e saliva de DNA relacionado à promoção de câncer. Naqueles com câncer não ligados ao HPV, os médicos buscaram mutações em um punhado de genes relacionados ao câncer.   Os pesquisadores descobriram o DNA do tumor na saliva de 71 dos 93 pacientes (76%) e no sangue de 41 dos 47 (87%). Metade dos pacientes concedeu tanto saliva quanto amostras de sangue aos cientistas, e os testes combinados encontraram DNA do tumor em 45 dessas 47 pessoas (96%). "A combinação de exames de sangue e de saliva pode oferecer a melhor chance de encontrar o câncer", disse Agrawal.   Mais testes sobre um maior número de pacientes ainda são necessários antes que o teste possa procurar a aprovação do mercado. Uma forma beta do teste pode custar milhares de dólares, mas com o tempo poderia ser oferecido por 50 dólares em ambiente de consultório ou de cuidados primários de um dentista, disseram os pesquisadores.   "Nosso objetivo final é desenvolver melhores testes de triagem para encontrar cânceres de cabeça e pescoço entre a população em geral e melhorar a forma de como monitorar pacientes com câncer de recorrência de sua doença", afirmou o coautor Bert Vogelstein, professor de oncologia na Johns Hopkins Kimmel Cancer Center.

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