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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
SAIU NA IMPRENSA 30/Jan./2015
SAIU NA IMPRENSA
30/JAN./2015
Direitos Humanos e a (necessária) Visibilidade Trans
Diário de Pernambuco
Desde 2004 o dia 29 de janeiro é considerado nacionalmente como o "Dia da Visibilidade Trans", data esta impulsionada pelo Ministério da Saúde com o lançamento da campanha "Travesti e Respeito". Estima-se que 9 milhões de brasileiros e brasileiras sejam transexuais, e, mesmo sendo parcela significativa da população, questões essenciais referentes à garantia de direitos ainda são emblemáticas para essas pessoas.
A vivência trans experimenta, desde os espaços mais primários da socialização, o lugar do não ser, do não pertencer. Entende-se como capricho ou transtorno a experiência de crianças que, já bem pequenas, não se identificam com o gênero que lhes é imposto em virtude da presença de um órgão genital. Sem entender que a construção do gênero é histórica e cultural, rapidamente familiares tentam mudar o comportamento, adotando uma postura perversa junto ao menino que quer ser menina ou a menina que quer ser menino. E, dessa imposição, advém infindos problemas.
A desenfreada busca por mudanças ou diagnósticos passíveis de tratamento vulnerabilizam a criança que, sem apoio, chega ao ambiente escolar. Vivenciando esse novo espaço, a educação com a proposta de formar homens e mulheres, rejeita instintivamente qualquer transgressão. Roupas proibidas, cabelos cortados, posturas modeladas, banheiros fechados e nomes opressores são protagonistas do contexto educacional. A escola expulsa sem expulsar. Meninos e meninas homossexuais conseguem, às duras penas, se afundar em anulações e finalizar o ensino médio, diferente de jovens transexuais que não conseguem se esconder, pois seus corpos anunciam a diferença do padrão.
Negando-lhes o acesso à educação, fica impossível alcançar espaço no mercado de trabalho formal. Basta observar, nos lugares que você visitou hoje quantas pessoas transexuais estavam trabalhando? Essa resposta teria números consideráveis se os espaços fossem informais ou em esquinas e becos escuros. As mulheres transexuais são, em sua grande maioria, prostitutas ou cabeleireiras (sem desmerecer tais profissões) por que é o que lhes resta. Os gritos da opressão ecoam diariamente nas práticas desumanas, na negligência dos serviços, nos olhares de estranhamento e na violência com traços cruéis.
Recentemente, comemoramos a inclusão do campo do nome social no ENEM e 95 pessoas (aproximadamente 0,001% da população transexual) conseguiram, minimamente, superar o espectro da violação vivida na escola e tentar o ingresso no mundo acadêmico. Um avanço inegável, mas é preciso mais. A criação de políticas públicas que afirmem o compromisso com as pessoas transexuais se faz necessária. 29 de janeiro suscita em nós a capacidade de se colocar no lugar do outro. A luta pela garantia dos direitos humanos precisa alcançar os lugares obscuros e as pessoas expostas à vulnerabilidade que nossas omissões e falas constroem cotidianamente. É preciso visibilizar para naturalizar e, assim, trans-formar.
Vítima de violência agora terá orientação sexual especificada
O Globo
Protocolo do governo também amplia dados étnicos para auxiliar em políticas públicas
Evandro Éboli
O Ministério da Saúde decidiu incluir no seu protocolo de notificação de vítimas de violência a orientação sexual - se heterossexual, homossexual, bissexual - e a identidade de gênero - se travesti, mulher transexual e homem transexual. A novidade entrará em vigor segundo semestre e foi apresentada ontem pelo ministro da Saúde, Artur Chioro. Esse protocolo, que é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), é constituído hoje de informações gerais sobre a vítima de violência: se é homem ou mulher, a idade que tem, se é branco ou negro e o tipo de violência sofrida (por arma branca, arma de fogo etc.).
Outra novidade que constará no novo protocolo é a inclusão de comunidades tradicionais no momento do preenchimento. O cadastro informará se a vítima é cigana, quilombola, indígena que vive em aldeia, ribeirinha, assentada, acampada, se vive no campo, na floresta ou se é uma pessoa em situação de rua.
NO SUS E NA REDE PRIVADA
A inclusão dos dados extras vai permitir qualificar a informação e permitir que estados e municípios promovam políticas específicas de proteção, uma demanda antiga, por exemplo, da comunidade LGBT.
- Essa informação será fundamental e decisiva para as ações. É uma informação qualificada, que será usada não só na Saúde, mas na Justiça. Saber se a agressão a uma pessoa está relacionada com a orientação sexual e a identidade de gênero, por exemplo, é importante numa investigação. Será útil aos movimentos sociais, vai permitir cruzamento de dados. Pode parecer uma novidade simples, mas não é. Dará oportunidade de intervenção e construção de uma série de políticas públicas na luta contra a discriminação - disse Chioro.
A notificação é obrigatória tanto no atendimento de postos e hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) como na rede privada. A ficha é preenchida por qualquer profissional de saúde que atenda na unidade.
Secretário para América Latina e Caribe da Associação Internacional para Gays e Lésbicas (ILGA, na sigla em inglês), Beto de Jesus acredita que o novo protocolo ajudará a mensurar a violência sofrida pelos membros da comunidade LGBT.
- Os estados e municípios carecem de dados reais sobre violência homofóbica e transfóbica. Os registros que temos hoje vêm das ONGs, que têm uma atuação limitada. Ter isso contabilizado pode ajudar a pensar em políticas públicos específicas - pondera Beto e Jesus, também diretor-executivo do Instituto Edson Neris, que atua em defesa dos diretos dos homossexuais.
Unicef considera “inaceitável” número de assassinatos de adolescentes no Brasil
Por Vinícius Lisboa, na Agência Brasil
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) considerou “inaceitável” o Índice de Homicídios de Adolescentes no Brasil (IHA), que atingiu em 2012 o maior patamar de sua série histórica. O Unicef participou da pesquisa divulgada (28) pelo governo federal, o Observatório de Favelas e o Labotarório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj). O Brasil só fica atrás da Nigéria em números absolutos de adolescentes mortos.
“De alguma forma, é uma expressão das desigualdades no Brasil, e o Unicef reconhece que a situação das desigualdades está melhorando, mas essa é uma crise absoluta e inaceitável”, disse Gary Stahl, representante do fundo no país. Para ele, “é inaceitável que um país com tantos avanços na área de direitos humanos não esteja conseguindo evitar as mortes desses meninos”. Segundo Stahl, o Brasil está diante de um problema complexo e urgente que “exige uma mobilização nacional”.
O representante do Unicef ressaltou que o grande número de homicídios não solucionados agrava o problema. Para ele, isso dificulta a avaliação das políticas públicas adotadas pelo país. “Fica muito difícil saber se as políticas públicas estão no rumo certo.”
Além de ser o segundo país em números absolutos, o Brasil tem a sexta maior taxa de homicídios entre adolescentes: “Entre 192 países, o Brasil é o segundo ou o sexto. Nem um nem outro é um lugar onde o Brasil quer estar”, disse o representante do Unicef.
Gary Stahl afirmou que a violência vitimiza mais alguns grupos do que outros. Para ele, trata-se de uma “violação brutal e sistemática” dos direitos de crianças e adolescentes, especialmente negros que vivem na periferia das cidades.
O secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina, ressaltou que os dados mostram que o caminho é o oposto do armamento da população e da redução da maioridade penal. Medina acrescentou que parte da sociedade encara os adolescentes como autores da violência, quando, muitas vezes, são as vítimas.
Segundo a pesquisa divulgada hoje, a o Índice de Homicídios de Adolescentes do Brasil atingiu o maior patamar da série histórica em 2012, com a projeção de que, de cada mil adolescentes que tinham 12 anos em 2012, 3,32 vão morrer assassinados antes de completar 19 anos. Com esse IHA, o país perderia 42 mil adolescentes entre 2013 e 2019 vítimas de assassinato.
Racismo sem vez no mundo contemporâneo
Correio Braziliense
Há conceitos que foram plenamente aceitos em determinada época. O tempo e o avanço da civilização se encarregaram de relegá-los a passado que só tem vez na contemporaneidade como história. É o caso da situação da mulher. No século 17, aceitava-se a lição do padre Antônio Vieira que traduzia o espírito da sociedade de então. "A mulher", escreveu ele, "só deve sair de casa em três ocasiões: no batizado, no casamento e no enterro".
Lembrado hoje, o ensinamento soa tão ultrapassado quanto a escravidão, que transitava com desenvoltura por salões, praças, escolas e igrejas no Brasil-colônia e no Império. Tratar um ser humano como mercadoria era tão natural quanto o suceder dos dias e das noites, das estações do ano ou das fases da Lua. Hoje dá cadeia e sujeita o infrator ao escárnio das consciências civilizadas do mundo.
O mesmo ocorre com o racismo. Apesar de contrariar os cidadãos de norte a sul do país, a prática ressurge aqui e ali em espaços públicos frequentados por muitas pessoas. É o caso de ônibus, metrô e, sobretudo, estádios esportivos. O mais recente episódio ocorreu em Belo Horizonte. Na noite de terça-feira, atleta negra do Sesi-SP e da Seleção Brasileira de Vôlei foi chamada de macaca durante partida contra o Minas Tênis Clube na Arena JK.
Fabiana recebeu não só o apoio do clube mineiro, a cuja equipe já pertenceu, mas também do público presente à competição. Indignados, torcedores que assistiam à partida identificaram o agressor e acionaram a Polícia Militar. A atleta postou o ocorrido em rede social. No texto, chama a atenção para pormenor importante. "Falar sobre o racismo", escreveu ela, "ajuda a pôr em discussão o mundo em que vivemos e o que queremos para nossos filhos".
A resposta dos mineiros à agressão descabida e extemporânea diz o que a sociedade quer para os filhos. Ao rejeitar a manifestação de intolerância -- que cobriu de vergonha os cidadãos que ouviram as ofensas e, por extensão, os demais que vivem de norte a sul do país --, os brasileiros deixaram claro ao que aspiram para os filhos.
Almejam uma nação sintonizada com o século 21. Conviver com os diferentes é o primeiro mandamento. A aceitação do outro -- independentemente de cor da pele, credo religioso, classe social, partido político, grau de escolaridade -- implica trilhar o caminho da inclusão. O repúdio que ecoou em Belo Horizonte prova que não há caminho de volta.
Camisinha ainda é ignorada
Correio Braziliense
Foco da campanha do governo neste ano durante o carnaval será o incentivo à testagem, além do uso do preservativo
O brasileiro sabe da importância do preservativo para evitar o contágio pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), mas nem por isso usa o método. É o que aponta a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP) divulgada ontem. Segundo o estudo, baseado em dados de 2013, 94% da população sabe que a camisinha é a melhor forma de prevenir as DSTs, porém, ao mesmo tempo, 45% admitiram que não a usaram em relações casuais. A nova pesquisa também mostra que o brasileiro têm tido mais parceiros sexuais nos últimos anos.
O próprio Ministério da Saúde admite que os resultados variaram pouco nos últimos anos, mesmo com as campanhas de estímulo à prevenção da Aids e ao uso da camisinha. Há 11 anos, 58% dos entrevistados informaram ter tido relações eventuais sem o contraceptivo, e 96,9% sabiam da importância do recurso. Dados de 2008 mostram que 48% transaram sem o uso. "Isso significa, de maneira muito contundente, que não podemos continuar lidando na sociedade brasileira apenas com o preservativo", admitiu o ministro da Saúde, Arthur Chioro. "É uma mensagem muito clara. A camisinha perde seu espaço? Em hipótese alguma. Mas precisaremos lidar com outras estratégias", completou.
A pesquisa também mostra que o brasileiro tem tido um comportamento sexual mais liberal nos últimos anos. Em 2008, apenas 9,3% dos 8 mil entrevistados tinham feito sexo casual com mais de cinco pessoas. Em 2013, esse número havia subido para 12,1%. Ao mesmo tempo, apenas 25,9% dos brasileiros haviam relatado ter tido mais de 10 parceiros ao longo da vida em 2008. Cinco anos depois, esse número atingiu 43,9% dos entrevistados. A PCAP consulta pessoas com idades entre 15 e 64 anos.
Cientistas encontram relação entre plástico e menopausa precoce
Veja.com
Pesquisadores recomendam usar recipientes de vidro ou papel no micro-ondas, além de ter cuidado na escolha dos cosméticos
Mulheres expostas a componentes químicos encontrados em plásticos e cosméticos entram na menopausa de dois a quatro anos mais cedo do que mulheres menos expostas a essas substâncias. A conclusão é de um estudo publicado na quarta-feira no periódico Plos One.
Os resultados foram baseados numa amostra de 1 442 mulheres na menopausa, com idade média de 61 anos. Nenhuma delas tomava reposição hormonal de estrogênio, nem havia feito cirurgia para retirada dos ovários. Os pesquisadores examinaram o sangue e a urina das voluntárias procurando sinais de 111 componentes químicos suspeitos de interferir na produção e distribuição dos hormônios no organismo. Eles encontraram quinze componentes associados à menopausa precoce e ao declínio das funções ovarianas.
Dentre as substâncias estudadas estão nove bifenilas policloradas (PCBs), compostos com cloro; três pesticidas; dois ftalatos, presentes em plásticos, perfumes, maquiagens, esmaltes, sabonete líquido e spray de cabelo; e químicos tóxicos conhecidos compostos furânicos.
"A exposição a muitos desses compostos foge ao nosso controle, porque eles estão no solo, na água e no ar", diz Amber Cooper, professora adjunta de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Medicina de Washington. "No entanto, podemos evitar algumas substâncias no cotidiano e ficarmos mais atentos em relação ao plástico e outros itens domésticos que utilizamos."
Amber recomenda que, em vez de plástico, as pessoas levem recipientes de vidro ou de papel ao micro-ondas, e minimizem a exposição a químicos nocivos na escolha de cosméticos e produtos de higiene.
A crise hídrica e os blocos
A crise hídrica apavora e terá reflexos no carnaval de rua deste ano. Blocos que têm como tradição jogar água para refrescar a multidão no desfile estão buscando alternativas para amenizar o calor. O "Imaginou, Agora amassa! do Leblon, avisou aos seus foliões que este ano não terá seu clássico banho coletivo. Eles não vão alugar carro-pipa. O "Imprensa que eu Gamo" também não.
Crise hídrica e os blocos/2
O "Barbas"de Botafogo, decidiu manter o banho dos foliões. "Não tem como deixar o pessoal sem água nesse calor, diz Nelson Rodrigues Filho. "Até porque esse é o momento do xixi coletivo, quando todo mundo faz ali, em pé, numa boa, sem precisar ir àqueles banheiros químicos horríveis.
O "Escravos da Mauá" também está no time dos "com banho". "A gente sai ao meio-dia... Antes a crise hídrica do que a crise na saúde do pessoal, diz o coordenador Ricardo Costa.
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