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terça-feira, 16 de setembro de 2014

#Dilma #Marina #LGBTTQUEAR

     Pessoal,     Sempre leio tudo o que postam aqui, pondero e tento ser o mais racional possível.   Tenho 49 anos, então posso me dar ao luxo de analisar com o peso do tempo em que ser LGBT ou até mesmo simpatizante era um risco em todos os sentidos.   Acompanhei todos estes anos, a abertura lenta, o retrocesso causado pela AIDS, a munição para os homofóbicos que a definiram como "peste gay", o inicio dos esforços do Tony Reis em Curitiba, muitos amigos deixando o Brasil por causa tanto da pressão social quanto da familiar pelo simples fatos de serem gays. Perdi amigos para a AIDS, vi seus sonhos sumirem, perdi até mesmo conhecidos que não suportaram o "peso" de serem gays e tiraram a própria vida.   Vi a reportagem da Veja, foram duas, sobre o que é ser gay (no Brasil). Recomendo que procurem na biblioteca. Era de arrepiar os cabelos!   Não vou dizer que foi graças especificamente ao PT, mas sim todo um tempo e conjuntura mais a pressão dos representantes LGBT e que acharam no PT mais terra e menos pedras para plantar as sementes da liberdade e avanço da causa.  Lógico que com o Lula houve um avanço, e neste caso, não tantos os direitos diretos na forma de lei, mas mais as políticas de cuidados e proteção à comunidade foram efetivados. No caso específico dos direitos o governo Lula colocou em pauta, criou visibilidade. Bastou isto para ter uma reação por parte dos radicais. Aí apareceu toda uma ala no Congresso contrária aos direitos gays. Esta ala inicialmente parecia dispersa, mas aos poucos foi-se aglutinando.  Mas mesmo assim o assunto LGBT fluia.   O que considero o estopim que reverteu a simpatia ou pelo menos a indiferença foi o  denominado "kit-gay". Na época comentei com amigos que parecíamos crianças frente à uma loja de doces, que deveríamos ir com cuidado, passo à passo, pois os contrários estariam somente esperando uma brecha para reverter o quadro. Considero que faltou estratégia ou talvez inocência. O brasileiro ainda é reticente às mudanças. Deve-se ir devagar. O problema é que faltou foco, como ficamos anos sem visibilidade quisemos tudo ao mesmo tempo. Até nos USA que é mais aberto aos direitos gays a cartilha dos pinguins não emplacou. Deu no que deu. Entrou Dilma. No inicio foi a favor, pressão evangélica e depois absteve-se. Algumas coisas até andaram um tempo para trás, como a C.D.H. que tentaram colocar o Feliciano mas em seguida depois da pressão LGBT o processo foi desfeito. Mas no final, analisando friamente, se não andou para frente, pelo menos manteve-se na maioria dos casos no mesmo lugar.   E graças a este hiato político (forças) que o STF decidiu tanto a favor da União Estável primeiramente e depois permitiu converter em casamento  ou no final puramente casamento.   Toda esta análise subjetiva que faço é sob a ótica LGBT. Notem bem: não esotu comentando outros erros ou acertos deste atual governo, estou aqui exclusivamente analisando o direito LGBT que acho que é mais importante neste grupo, algo que atinge diretamente, que difere dos demais assuntos politicos e economicos. Sob outros pontos tenho minhas análises pessoais que acredito não ser este o foco. Mas visando os direitos LGBT, acredito que primeiramente devemos ver quem ajuda e apoia, em segundo QUEM NÃO ATRAPALHA e mantém o conquistado e jamais apoiar quem claramente é contra os direitos.   Meu medo é quem se disse contra o casamento coloque este assunto para votação pública em um determinado momento desfavorável. Lembre-se que a decisão do STF tem força de lei, MAS NÃO É LEI, pois não foi formulado e aprovado pelo Congresso. E se o congresso ratificar o casamento somente entre homem e mulher, como ficam as uniões? E os direitos?  No meu pensar prefiro um(a) presidente que senão puder apoiar, ao menos não feche a porta de vez. Porque foi com muito custo que pessoas como os fundadores e ativistas LGBT conseguiram abrir. Hoje os gays jovens tem esta liberdade que muitos de nós, "coroas", sequer ousamos sonhar. E talvez por inconsequência, juventude ou mesmo por inconformismo queiram jogar tudo o que foi conseguido aos leões. Vocês, jovens, não sabem o que é ter medo de demonstrar seu amor em público, pois na hora seria enquadrado como atentado violento ao pudor. Viver em guetos, principalmente se seu modo de vida era de padrão "hétero". Se a pessoa fosse exposta ao público não tinha nada que a mantivesse à salvo. Hoje vocês tem esta liberdade. Conhecem aquela máxima da sardinha? Pois é, não podemos perder a brasa conquistada, nem perde-la e muito menos deixá-la se extinguir. Se a perdemos, demoraremos décadas para conseguir tudo que conseguimos até então. Lógico que outros assuntos em pauta nos atingem, como segurança, saúde, educação, corrupção, etc.  MAS LEMBREM-SE: ISTO ATINGE À TODOS, E TODOS RECLAMAM. MAS QUANTO AOS DIREITOS GAYS, SOMENTE QUEM É OU PRECISA DOS MESMOS RECLAMA.  Porisso, nos foquemos nos direitos LGBT. Quanto aos demais assuntos, a população como um todo irá cobrar.   Fica aqui minha análise pois chegamos em um ponto que devemos focar diretamente sobre o que demoramos tanto tempo para conseguir ou então cair na lábia, perdemos tudo e daí sim, chorar sobre o leite derramado. Vi um post recente em que uma trans reclamava do governo, de não ter conseguido 13 itens. Até concordo que não conseguiu o que queria como um todo, mas tudo o que já conseguiu vai jogar fora? Se não podemos ter mais, ao menos vamos manter o que já conquistamos e temos. Vamos acalmar nossos corações, analisar lógicamente e consciente votar. Animos exaltados nunca geram as melhores decisões. Fiquem todos com Deus,   Abraços   Martin.

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