Segue Nota da RNP+ Brasil sobre a fala de integrante do atual BBB.
O pessoal da RNP+ sugere a sua regional um recurso no MP contra a Rede Globo e o direito de resposta.
Sugiro que todos encaminhem e-mails para Boninho, BBB, TV Globo (e-mails dos contatos).
Iremos entrar em contato com um diretor da Globo e fundador do GPV-RJ para ele auxiliar nesta mobilização.
É extremamente importante esta reação.
Em seguida estarei repassando sobre a ANAIDS e a proposta de agenda do Fórum.
Marcio Villard
... ter atitude é o que faz a diferença!
RNP+ Brasil lamenta que a Rede Globo preste desserviço à saúde de milhares de brasileiros
Emissora deveria informar ao invés de reforçar o preconceito e a discriminação às pessoas com HIV
“Vamos
matar todo mundo.” Com a frase, uma participante do Big Brother Brasil
14 sugeriu que se acabasse com a epidemia de HIV/AIDS no planeta.
Transmitida em rede nacional pela Rede Globo na sexta-feira, 14 de
março, a sugestão da pena de morte às pessoas que vivem com HIV e AIDS,
acompanhada da informação de que “um idiota” teria feito sexo com um
macaco e posteriormente disseminado o vírus, sem que a emissora tivesse
pedido explicações a ela – como fez em outras ocasiões com afirmações
descabidas –, preocupa a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS
(RNP+ Brasil) ao formar a opinião de milhares de telespectadores em
todo o país.
A
pandemia de HIV/AIDS eclodiu no início dos anos 1980, acompanhada de
preconceito, discriminação e uma sentença de morte às suas vítimas. A
partir de 1996, a introdução da terapia antirretroviral – combinação
(coquetel) de medicamentos – tem aumentado paulatina e
significativamente a expectativa de vida das pessoas infectadas pelo
HIV, chegando-se a que, na atualidade, para as pessoas que contraíram o
vírus por via sexual, com diagnóstico e tratamento oportunos, a
expectativa de vida é similar àquela das pessoas sem HIV.
Milhares
de cidadãs e cidadãos em todo o Brasil têm HIV e não sabem;
significativa parcela destes brasileiros deve chegar aos serviços de
saúde com complicações provocadas pela AIDS, síndrome que se instala no
organismo de quem tem o vírus HIV, não conhece o diagnóstico e não
recebe tratamento.
Recentemente,
pesquisas científicas têm mostrado que essas mesmas drogas podem
impedir que o vírus instale-se no organismo de um indivíduo
possivelmente infectado pelo vírus, se em até 72 horas depois da
ocorrência sexual ou profissional procurar um serviço de saúde e tomar o
coquetel por um mês. Adotada há alguns anos pelo Ministério da Saúde em
todo o Brasil, essa estratégia é chamada de profilaxia pós-exposição
(PEP). Outro estudo, sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP), sugere
combinar o coquetel ao uso de preservativos para reduzir expressivamente
a infecção em populações mais vulneráveis ao vírus, como jovens em fase
escolar e adultos em idade de alta produtividade no trabalho.
Atualmente,
sabe-se que pessoas com HIV que tomam seus antirretrovirais
regularmente têm chance desprezível de infectar suas parcerias sexuais. A
estratégia do tratamento como forma de prevenção (TcP) da transmissão
do HIV começa a ser implantada no Brasil. A circuncisão masculina tem
elevada eficácia na proteção da infecção para homens heterossexuais.
Baseados em evidências, pesquisadores em todo o mundo têm afirmado que
essas novas tecnologias de prevenção e de tratamento podem acabar com a
transmissão do HIV em até 50 anos.
A
RNP+ Brasil lamenta profundamente que a Rede Globo tenha se omitido no
cumprimento de seu papel social, contribuindo para aprofundar o
preconceito, a discriminação e prestando um desserviço às pessoas que
vivem com HIV e AIDS. Lamentamos ainda que o apresentador do programa,
em respeito à sua longa amizade com o cantor e compositor Cazuza, vítima
mortal da AIDS, não tenha se sensibilizado com a frase infeliz da
participante do reality show.
Em
nome das pessoas que vivem com HIV e AIDS no Brasil, de seus pais e de
seus filhos – que ficariam órfãos com a eliminação de seus pais
soropositivos –, a RNP+ Brasil pede que a Rede Globo de Televisão se
esforce para corrigir a declaração da participante de seu programa de
entretenimento.
Criada
em 1995 no Rio de Janeiro, a RNP+ Brasil tem atuação em todos os
estados e no distrito federal, nos quais participa de conferências e
conselhos de saúde, bem como na proposição e monitoramento de políticas
públicas de saúde. Acreditamos que contribuímos para o controle da
transmissão do HIV e para a eliminação da epidemia de AIDS no Brasil.
Até que a cura torne-se uma realidade e não a eliminação das pessoas que
vivem com HIV e AIDS.
Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS, 16 de março de 2014.
Secretaria Nacional da RNP+ BrasilSecretaria Política: Elifrank Moris (67) 8101 9369
Secretaria Executiva: Moysés Toniolo (71) 9119 6052
Secretaria de Informação e Comunicação: Paulo Giacomini (11) 987 545 583
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